Astrid acordou naquela manhã com o cheiro de panquecas vindo da sala. Tomou um banho rápido, vestiu seu uniforme da LATT e foi para lá. G. estava colocando uma frigideira na máquina de lavar louças. Havia um prato com uma enorme torre de panquecas em cima do balcão e Bree, Clarisse e uma garota desconhecida estavam sentadas em volta deste, comendo panquecas. Meg saiu do quarto de Lena assim que Astrid chegou à sala.
– Algo errado?
– A Lena não tá se sentindo bem, vai matar a aula hoje. Acho que não tem problema, com a memória fotográfica dela. – respondeu Bree.
– Ok. – Astrid se virou para a garota nova – Bom dia. Meu nome é Astrid.
– Joana. – a garota disse de boca cheia, tampando-a com a mão.
– E qual o seu talento?
– Ela pode cantar e tocar qualquer coisa! – exclamou Bree, animada, e Joana corou. Astrid sorriu e se serviu de panqueca.
– Então, continua contando por que você se atrasou. – pediu Clarisse a Joana.
– Então. Tinha esse garoto, meu melhor amigo, e eu tava muito a fim dele, sabe? Então, ele combinou de se encontrar comigo nas Las Ramblas ontem à noite, antes da minha partida. E quando eu cheguei lá, ele se declarou.
– Você ficaram? – perguntou Clarisse, totalmente absorta na história.
– Não. – respondeu Joana, chocando-a.
– Por que não?
– Por que... Eu tava vindo embora, sabe? Eu não queria ficar com ele só pra ter que esquecer tudo depois... Mas nessa brincadeira, eu acabei me atrasando e perdi o vôo. Tive que pegar o seguinte. E pra piorar, entrei no Shellface hoje cedo só pra descobrir que ele ficou com a minha melhor amiga logo depois que eu vim embora.
Bree e Clarisse desviaram o olhar, sem saber o que dizer. Foi Astrid quem falou:
– Tudo bem. Você tem a gente agora.
Joana sorriu e enfiou um pedaço de panqueca na boca.
***
Os seis desceram juntos o elevador privativo do primeiro ano. Era um dia fresco e ensolarado e faltava mais de meia hora para o início das aulas, então decidiram pegar a esteira ao invés das Hoover Dams.
O prédio principal da LATT ficava no topo de uma enorme torre de metal. Era preciso pegar outro elevador panorâmico até ele. Ao seu redor, sobre torres vários metros menores, ficavam os prédios dos restaurantes, do ginásio e do corpo docente.
Os seis pegaram o elevador do prédio principal e, quando chegaram ao andar, pegaram a esteira que ia até a entrada do enorme edifício branco. As salas de aula ficavam no segundo andar e eram apenas quatro. Quando entraram na sala 201, todos os olhares se voltaram para eles. Alguns transmitiam raiva, outros admiração, outros estavam apenas curiosos. Não era pra mais: eles eram a elite do primeiro ano.
Ocuparam seus lugares designados, todos no canto direito do fundo da sala.
– Só eu me sinto incomodada com esse monte de gente olhando pra mim? – sussurrou Joana para Bree, que estava sentada ao seu lado.
– Acho melhor se acostumar. Vai ser assim por um bom tempo.
O professor entrou na sala. Um rapaz não muito velho, de cabelos pretos e olhos azuis. Ele vestia uma camisa azul clara e calças brancas e tinha várias pastas nas mãos.
– Bom dia. Eu sou o professor Temple, professor de História. – ele escreveu no ar com uma caneta, de frente para a turma, e o texto apareceu na lousa.
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Guardados A Sete Chaves
Teen FictionNum futuro distante, sete jovens são selecionados entre diversos estudantes para formar a mais nova elite intelectual do famoso colégio LATT. Entretanto, coisas estranhas começam a acontecer e eles começam a se perguntar se terem parado ali foi mesm...