O dia seguinte era um sábado, então não havia aulas, apenas atividades extracurriculares para aqueles que estivessem interessados. Dessa forma, Clarisse e Bree levantaram-se logo cedo para a aula de vôlei.
– Olha só quem temos em nossa aula! – exclamou Dalvo, o técnico brasileiro de vôlei que lecionava na LATT – Clarisse Le Blanc, famosa por suas habilidades esportivas. Que honra tê-la em nosso time.
Clarisse pôde sentir os olhares invejosos todas, com exceção de Bree, caírem sobre ela. Ela não gostava nem um pouco desse tipo de atenção.
– Que isso, professor, eu sou como todas as outras alunas.
– Ah, sim, sim, claro. Bom, vamos começar o treino.
Durante toda a aula, Clarisse tentou controlar suas habilidades, mas toda vez que ela marcava um ponto, podia sentir os olhares de inveja sobre ela. Isso havia acontecido antes, em Nova Paris, mas não desse jeito. É claro que não. Há uma diferença entre ser a melhor da escola e a melhor do mundo.
– Eu vou direto pro quarto, ok? – Bree avisou, limpando o suor de sua testa com uma toalha.
– Ok, eu vou beber água e já vou.
Clarisse se dirigiu ao banheiro, passando por mais olhares duros. Ela se abaixou para beber água e alguém cutucou seu ombro direito. Ela se levantou e olhou, mas não havia ninguém.
– Ei. – Adam a chamou de seu lado esquerdo. Ela se virou e se deparou com o sorriso convencido dele. Ele vestia um uniforme básico de futebol – Tudo bem?
– Mais ou menos. Qual o problema dessas garotas?
– Inveja. Aconteceu comigo também quando eu entrei aqui. Ainda acontece às vezes. – a habilidade de Adam era ser extremamente competente em gerenciamento, marketing e negócios, ela não via como alguém podia ter inveja disso – Curtiu a festa?
– Claro. Você curtiu aquelas três garotas? Ou eram quatro? – ela sorriu, apesar de seu peito doer ao seu lembrar da noite anterior, na qual Adam a havia abandonado dez minutos depois de sua chegada para ficar com uma menina atrás da outra.
Ele sorriu timidamente.
– Desculpa, eu te abandonei.
– Tudo bem. – ela começou a andar na direção do dormitório.
– Ei, Clary, o que foi? – ela estremeceu. Clary. Qual era o problema desses ingleses, sempre dando apelidos para todo mundo? Ela parou de andar.
– Meu nome é Clarisse, ok?
– Desculpa. O que houve? – ela desviou o olhar e ele logo entendeu – Ah, não você achou que eu...? Desculpa, Clary-Clarisse, eu só estava te convidando pra festa, nada mais.
– Tudo bem. – ela continuou a andar.
– Ei, ei, ei. – ele a segurou pelo pulso e a virou – Se você quiser, podemos sair algum dia.
– Pode ser. – ela sorriu.
– Ótimo. Vejo você no sábado que vem. Agora preciso voltar para o treino.
Ele soltou o pulso dela e correu para o campo de futebol.
***
Por volta das dez horas, Meg foi para sua aula de dança que ficava no segundo andar do prédio principal, numa enorme sala com espelhos nas paredes.
– Bom dia, alunas. – disse a professora, Irina, com um forte sotaque russo. A LATT não possuía apenas os melhores alunos, mas também os melhores professores do mundo. Cada um era trazido do país que tivesse a melhor colocação naquela matéria no mundo. Irina olhou suas alunas com cuidado e seus olhos pararam em Meg. Ela disse alguma coisa em russo que Meg não entendeu, então puxou-a para perto – Minha querida, eu assisti o vídeo de sua apresentação. Poderia nos mostrar a coreografia que a fez entrar na escola?
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Guardados A Sete Chaves
Teen FictionNum futuro distante, sete jovens são selecionados entre diversos estudantes para formar a mais nova elite intelectual do famoso colégio LATT. Entretanto, coisas estranhas começam a acontecer e eles começam a se perguntar se terem parado ali foi mesm...