Amarelo

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Depois da noite de estudos, Draco foi dormir pensativo. Não sabia por que exatamente teria entrado na Sala Precisa, afinal, memórias daquele dia ainda o caçavam em seus sonhos. Até mesmo olhar para a lareira por tempo demais o deixava desconfortável, mas nunca que ele iria demonstrar estar tão apreensivo para Potter. No entanto, mesmo que soasse bobo em seus pensamentos, Potter pareceu entender o que ele sentia, e ainda o deixou surpreso com o cuidado que mostrou ontem. Draco odiava que Potter tenha visto tal lado dele; apesar disso, ele ficou contente que o grifinório estava lá.

De inicio, Draco estava pronto para fugir como no primeiro ano na floresta proibida, mas algo sobre Ha-Potter—Harry?— estar ali o confortou. Talvez se Draco fizesse isso com as pequenas coisas, as encarasse com cuidado, talvez sua vida pudesse recomeçar de verdade.

Se as pessoas pudessem ver além do seu passado — coisa que Potter parecia conseguir fazer, o que deixava Draco extremamente irritado. Ele tentava não pensar em sentimentos, muito menos pelo 'menino que sobreviveu', porém, era difícil quando o moreno sorria tão abertamente para ele, respondendo com animação as perguntas de Draco sobre trouxas. Inclinando o corpo mais para perto quando falava, observando a face de Draco em cada reação.

Não o devia surpreender que Potter não perdesse a chance de salvar alguém, no entanto sempre o desconcertava quando era com ele. Quando Filch se aproximou do sétimo andar, o grifinório não hesitou em esconder Draco e levar a culpa sozinho. Depois que ele e Filch se foram, Draco seguiu até as masmorras, não sabendo se devia ficar com a capa da invisibilidade. Mas ele não via como entregaria para o outro naquela noite, então entrou com ela até o dormitório da Sonserina e a estendeu sobre sua cama, Indo até sua cabeceira para checar seu reflexo no espelho e o estado de seu cabelo, ele sussurrou um Lumos fraco para poder ver melhor sem acordar ninguém.

 Ainda laranja. Não acredito que deixei Potter ver isso!

"Draco?" ele ouviu uma voz embargada de sono dizer. "Voltando tarde... Se divertiu com Potter?"

"Vá dormir, Blaise!" retrucou, semicerrando os olhos em direção da voz no escuro.

Agora, segurando novamente o espelho em mãos na manhã seguinte, ele xingava mentalmente. Ele havia se assustado ao acordar com Blaise e Pansy em cima de sua cama cochichando sobre arranjar uma câmera para tirar uma foto por dia. Draco ignorou os dois e, depois de ver que um tom claro de amarelo tinha se instalado em seu cabelo, ele se deu conta que perdeu sua toca. Talvez tivesse a deixado na Sala Precisa antes de sair ontem.

"Blaise, você tem alguma toca para emprestar?" perguntou ao outro que já estava saindo para o café da manhã.

"Não, não faz muito o meu estilo. Mas olha que cor linda, Draco, você devia mostrar." zombou o outro apontando para as mechas amarelas de Malfoy, que bateu na mão dele.

"O quê? Você nunca sente frio na cabeça?" Blaise sorriu para ele e deu de ombros. "Suponho que Pans não me emprestaria uma, aquela cobra."

"Eu gosto de pensar que com certo nível de confiança, tudo parece proposital, Draco. Inclusive buracos em camisetas, aparentemente." disse ele, pensativo. "Se você não se deixar abalar pelas piadinhas pode até começar uma nova moda em Hogwarts." concluiu ele com um aceno antes de sair pela porta.

"HA-HA!" Draco riu forçadamente."E eu sabia que você tinha assistido aquele filme trouxa com a Pansy!" Ao chegar em Hogwarts todos os alunos puro-sangue tiveram a aula de Estudos dos Trouxas adicionada as suas matérias escolares. Draco não se importava muito, na verdade ele ficava fascinado com suas criações. Pansy gostava muito de uma coisa chamada 'televisão', e depois que a garota de cabelos curtos havia visto mais alguns filmes na caixa que mostrava imagens se mexendo que Professor Barty colocou na sala de Estudos dos Trouxas, não parava de falar sobre.

Rainbow - Todas as cores de Malfoy (Drarry)Onde histórias criam vida. Descubra agora