Poderia ser tudo um sonho pensei, minha mãe poderia estar brincando comigo, poderia ser apenas uma piada de mau gosto, poderia, mais infelizmente não era, era tudo real e tocável, eu sentia o cheiro de sangue, o medo penetrava cada vez mais profundo em minha mente, estava tudo acabado, o meu mundo havia sido destruído de novo, tudo estava caindo se desmontando como antes, só que agora não haveria volta, não haveria ninguém para me abraçar, para ficar comigo, estava sozinho e dessa vez seria pra sempre, mais eu não seria o único a passar por isso, não mesmo.
Eu corri para sala e peguei o telefone, onde ao atendente estava na linha, eu digo.
- Socorro!
- Oque houve garoto?
- Minha mãe, ela esta no jardim, ela esta sangrando e não esta respirando. Nesse momento eu sabia que minha mãe estava morta, mas por um momento, um curto e breve momento eu achei que poderia haver uma chance dela poder sobreviver.
Não demoro muito para que os policiais chegassem a casa, os Abutres também foram bem rápidos, eles não se importavam com ninguém além deles mesmo, só queria ver o cadáver, parecia que a morte era a coisa mais fascinante para eles, com seus celulares nas mãos, gravando e tirando suas fotos , quando meu pai se fora não tinha nenhum deles, talvez por que morássemos no campo, mais agora, as tal amigas da minha mãe, as que bebiam com ela também estavam lá, porem não se via nenhuma lagrima descer do rosto delas, havia duas, uma era alta com longos cabelos castanhos e olhos verdes, sua pele era branca, vestia um vestido preto e calçava uma sapatilha rosa, já a outra era baixa, seu cabelo tinha luzes, e seus olhos era bem pequenos, acho que ela poderia ter descendência de algum oriental, elas fuxicavam uma no ouvido da outra e apontavam o celular em quando o corpo da minha mãe era retirado.
Os policias me chamaram mais eu continuava no mesmo lugar, parado, mesmo depois de terem levado minha mãe, não queria acreditar naquilo, não queria que fosse verdade.
- Garoto . Um policial, ele era velho, sua barba era grande e usava óculos, ele era gordo e sua voz era grossa, ele mancava parecia ferido.
- Oi. Digo gaguejando.
- Você poderia me acompanhar até a viatura?
- O que aconteceu com ela? Ela vai ficar bem?
Meus olhos ardiam, meu coração estava acelerado, minhas mãos suavam e sentia que um pedaço de mim era arrancado.
- Não se preocupe garoto, ela vai ficar bem. O policial me disse.
Então o acompanhei, ele queria me fazer algumas perguntas. Andei pelo jardim atrás dele, passei a entrada de casa e sai pelo portal, havia muitas pessoas lá, Abutres, parasitas e todo tipo de praga que pode estar em lugar como esse. A praga que eu mais consegui ver era os tripés, é uma espécie de praga que atinge as rosas, eles podem acabar com uma plantação inteira, minha mãe odiava eles, e no fim eles estavam lá, vendo levarem minha mãe, vendo levarem minha flor mais preciosa.
Eu me sento no banco do passageiro e a porta fica aberta da viatura, dentro dela havia estofado de couro e uma grade que separava o passageiro do motorista, a viatura fedia a mofo e não era muito aconchegante, o policial que estava comigo se ajoelha na minha frente, e começa a me perguntar.
- Qual é o seu nome? O meu é John.
- Meu nome é Martin.
- Então Martin, eu preciso que você seja totalmente sincero esta bom?
- Tudo bem.
- Onde sua mãe estava ontem à noite entre a uma da tarde até às três da manhã?
- Ela estava no trabalho senhor.
- Ela saia muito?
- Às vezes ela ia beber com as amigas.
- Quem são essas mulheres, você sabe?
Eu apontei para as mulheres que estavam ainda no mesmo lugar.
- Muito bem. Diz o policial.
- Sua mãe tinha algum amigo?
- Não senhor. Nesse momento eu não considerava o Arthur como amigo da minha mãe.
- Ok garoto, fique aqui logo uma mulher vai chegar, ela é sua tia.
Tia, minha mãe nunca me dissera sobre ela, assim que o policial sai, eu vejo uma mulher completamente de preto, com um sobre tudo negro, usava óculos escuros, ela se aproxima e me diz.
- Olá, Martin
- Quem é você?
- Sou meia tia sua, sou meia irmã da sua mãe, sou filha do seu avo, me chamo Elise. Fico confuso nesse momento, pôr ela me mostra algumas fotos dela segurando minha mãe quando pequena, ela me disse que foi embora com meu avo, assim que meus avos se separaram minha mãe nunca soube dela, ela sempre acho que estava sozinha.
- Assim. Eu digo a ela.
- Me acompanhe Martin. Vou com ela até uma caminhoneta, era preta com pneus pretos, e os vidros também, eram estranhos. Eu me sento no banco do passageiro, o vejo conversando com o policial, em seguida vem em direção à caminhoneta.
- Vamos?
- Vamos a onde? Pergunto.
- Pra casa Martin.
- Mais eu moro aqui.
- Não mais.
Meu coração estava apertado, não veria nunca mais a casa e nem a minha mãe, não era um lugar fácil de completar no coração. Elise tinha cheiro de camomila, era gentil, porem o meu sexto sentido apitava em sua direção, não fui com a acara dela, eu sabia pela intuição que tinha algo a amis, algo que os policias não me contou algo que ninguém me contou.
A minha mãe foi enterrado ao lado do meu pai, o dia estava nublado, e o céu estava negro, nuvens carregadas estavam prontas, o reverendo fazia a prece em frente ao tumulo, havia pessoas sentadas nesse dia, às amigas da minha mãe, seu chefe, o Arthur e a minha Tia. Os policias nunca encontraram o culpado, disseram que ela era uma mulher de programa, e a polução não conhecendo ela muito afirmaram.
No fim do velório Arthur veio conversar comigo.
- Eu sinto muito garoto. Colocando a mão no meu ombro.
Eu apenas aceno com a cabeça, minha tia me abraça e me afasta dele, e diz.
- Obriga senhor. Então sai.
Entro em sua caminhoneta e vamos para minha nova casa, no caminho ela me pergunta.
- Quem era ele Martin?
- Alguém que conhecia minha mãe tia.
Ela apenas acena com a cabeça.
Porém nem tudo é como nós pensamos.