Convergência: Frio

Capítulo 1: Propagação

Após muito tempo caminhando, me encontro finalmente no topo da torre a qual fui enviado, é tão alto que chega a nevar aqui em cima.

O teto do salão no fim do caminho, assim como o chão até lá, está repleto de neve, deve ter cerca de 8 cm de altura, as únicas fontes de luz são a lua e algumas tochas na entrada do salão.

—Demorou muito mais do que eu esperava.— Digo a mim mesmo enquanto ando em direção ao salão.

—Os meus "amigos" lá embaixo não estavam muito contentes com a minha vinda, pena que eram só um bando de inúteis jogados para a morte.— Junto as mãos e tento as aquecer esfregando uma na outra.

—Esses caras concentraram toda a defesa nós andares mais baixos e esqueceram de... Esquece, parece que tenho companhia. Vamos, mostre-se!- Sinto uma presença próxima a entrada da sala, aparentemente não deixaram a defesa tão defasada.

—Então conseguiu me perceber, de fato os boatos de que as criaturas de esgoto estão evoluindo são reais.

Um sujeito com uma espécie de colete preto cobrindo sua camisa branca de pano, que desce até a sua cintura, sai de dentro do salão, usa uma calça escura e sapatos pretos pontudos, porém o que mais chama atenção são seus olhos reluzentes com uma luz branca faíscante e um chapéu de formato circular que parece possuir uma navalha em suas bordas.

—Não tenho muito tempo para perder com voc— Antes de qualquer possível reação, uma rajada de ar com velocidade absurda passa logo ao lado do meu rosto, porém parecia mais do que isso, o chapéu do sujeito desapareceu e consigo ouvir um som vindo por trás de mim, novamente numa velocidade que apenas estando próximo é de se cair o queixo, em um movimento instintivo eu salto o mais alto que posso, e logo que meus pés alcançam a altura que minha cabeça estaria se eu continuasse ali, vejo uma espécie de projétil escuro passar, indo de encontro com o homem, e percebo então que ele está diferente, seu chapéu, já não está mais em sua cabeça. Será que... Impossível!

De fato, era seu chapéu, ele o lançou em minha direção nessa velocidade e precisão? É quase inacreditável! Talvez seja a primeira vez, mas eu preciso tomar cuidado, caso contrário, não vou terminar bem.

Sem muita espera o sujeito do chapéu o prepara para mais um arremesso, mas não posso deixá-lo ditar o ritmo da batalha, ou então não vou ter muitas chances

Juntamente com seu preparo, flexiono os joelhos e viro meu lado esquerdo paro o sujeito, olho diretamente em seus olhos enquanto estendo meu braço direito pra seu respectivo lado e firmo minhas mãos como se estivesse segurando algo no ar, o frio que sentia antes, se esvai completamente, e uma luz surge na palma da minha mão, de uma única luz uma chama aparece e cresce cada vez mais, quando menos se espera uma esfera do tamanho de uma bola de basquete é formada na minha mão, no exato momento em que a esfera é completa, com um movimento tão veloz quanto o chapéu, em direção ao homem, estico o braço ao máximo e lanço a esfera com toda força que tenho, o indivíduo, com uma reação quase que instantânea a minha, lança seu chapéu.

Tanto a esfera flamejante quanto o chapéu se aproximam um do outro até que se cruzam e vão em direção ao seus alvos, numa velocidade que é mais rápida do que os olhos podem ver, tentar esquivar seria inútil a está distância, então é uma aposta de velocidade, aquele que for atingido primeiro morre, enquanto o outro pode não ter um destino muito diferente.

Uma explosão e um som de corte ecoam e dominam todo a superfície da parte superior da torre, e após alguns segundos o silêncio volta a predominar, uma fumaça densa limita a visão, ela começa a se dissipar e...

—Espera, porque tá tudo escuro do nada? Você apagou as luzes, Jhonny Boy?

—Pra perder a chance de ganhar de você de novo no Mortal Kombat? Sem chance, Danthe.