Tomino

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Kakashi não precisara de ninguém além de Pakkun para rastrear os ditos membros do culto, mas admitia que não deveria ter subestimado a qualidade do apelo provindo do fanatismo religioso

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Kakashi não precisara de ninguém além de Pakkun para rastrear os ditos membros do culto, mas admitia que não deveria ter subestimado a qualidade do apelo provindo do fanatismo religioso. Ele não esperava membros habilidosos, e sabia que no passado não teria subestimado um oponente daquela forma, mas Kakashi não era ele mesmo a muito tempo. Agora, estava com o corpo dolorido, a consciência debilitada e o corpo amarrado no fundo de uma caverna de pedra escura e sem iluminação.

Entender o que ocorrera era difícil. Kakashi vinha lutando com diversos oponentes simultâneos na Anbu a muito tempo. Aqueles homens eram habilidosos... e numerosos. 

Sua melhor probabilidade era virar sacrifício, pelo visto, mas desde que fora cercado por mais de trinta ninjas a nível jounnin ele tinha pouca esperança de que seria apenas aquilo. Aqueles homens o tinham surrado e as dores que tinha por todo seu corpo eram a prova daquilo. Pakkun estivera escondido, então era a única oportunidade de resgate. Se ele chegasse a tempo em Minato, talvez Kakashi saísse daquela vivo. 

Achava pouco provável, mas... 

Bem, as coisas não estavam a melhores para mim a algum tempo, então... Kakashi não conseguia sentir medo da morte iminente. Vinha se preparando para ela desde a guerra. Nem mesmo a tortura temia, que era o que ele suspeitava pela qual passaria em breve. Ele fechou os olhos, querendo, e não querendo ao mesmo tempo, invocar as dolorosas imagens de Rin e Obito. 

Não que ele tivesse escolha. Assim que suas pálpebras se fechavam, Obito sob aquela pedra retornava. Rin, a mão dele atravessando seu corpo direto no coração, a expressão da morte alcançando seu rosto delicado enquanto suas últimas palavras soavam. O nome dele. Ele respirou profundamente e abriu os olhos. 

Por um momento teve a impressão de ter visto algo vermelho no fundo do cômodo, então desapareceu e ele ouviu a pedra ranger conforme a porta se movia para que os shinobis entrassem. Kakashi observou, na meia luz dos candeeiros que entravam na mão de dois deles e foi depositado silenciosamente no chão, que eram ninjas adultos. Ele sabia que eram ninjas pois tinham estado na batalha contra ele. 

Um dos homens puxou uma cadeira e abriu um sorriso para ele. Olhos castanhos, por volta de 25 anos, cabelo escuro... Perfeitamente normal e agradável, senão por um brilho bizarro que tinha no olhar. Kakashi poderia dizer que era o mais perigoso dos três, já que os outros dois ficaram de pé, braços cruzados e expressões fechadas. Capangas. 

– Hatake Kakashi, muito prazer! Meu nome é Tomino. Tivemos que tomar algum tempo para estudar quem estava nos espiando, por isso a demora. Sinto muito. – O tom dele era falsamente agradável, mas o brilho nos olhos começou a parecer a Kakashi psicose. Estava nas mãos de um psicótico fanático. Ótimo. Eles demorariam para matá-lo. Ele se inclinou na cadeira para onde Kakashi estava no chão, enrolado em correntes grossas e certamente marcadas para que ele não pudesse usar chakra. Um sorriso se desenhou no rosto de Tomino maior e ele olhou por cima do ombro. – Vamos, eu quero uma conversa de homem para homem com Kakashi-San! Coloquem-no de pé.

Os dois homens saíram de trás da cadeira e puxaram Kakashi com violência para o alto. Ele cerrou a mandíbula com as pontadas nos membros doloridos, pulsando, enquanto era pendurado pelas correntes no alto pelos homens gigantescos em argolas muito bem presas na pedra. Ele não era o primeiro a ser feito prisioneiro daquela forma ali. Kakashi definitivamente encontrara o culto que fora procurar, mas pelo visto encontrara mais também. 

Ele manteve o olho esquerdo fechado. O seu Sharingan não era tão popular ainda, então não era bom que soubessem dele. A cicatriz que cortava por cima de seu olho daria a sensação de que ele perdera a visão. 

Tomino o observava com olhos sorridentes que se espelhavam em seus lábios agora. Ele podia observar Kakashi nos olhos com mais tranquilidade de pé, mas os de Kakashi não tocavam o chão. Os capangas o largaram, mas se mantiveram as suas costas. 

– O que quer de mim? – Perguntou diretamente ao homem. Tomino piscou inocentemente.

–Ora, eu quem deveria perguntar! Afinal... Você quem estava nos procurando. Por acaso desejava se unir a nós?! – Ele fez um show com seu tom animado e abrindo os braços enfaticamente. Uma falsificação de um homem carismático. Kakashi o encarou friamente. O sorriso de Tomino diminuiu e seus olhos começaram a assumir um brilho perigoso. – Imaginei que não. Os ninjas que Suna enviou para nos espiar também não queriam. 

Ninjas de Sunagakure no Sato. Ah, então Suna estava quieta para descobrir porque seus ninjas não voltaram. Tinha sido pessoal para eles e agora se tornaria pessoal para Konoha também depois da morte dele. Aqueles desgraçados não teriam chance quando Minato se envolvesse ou quando o Kazekage resolvesse cobrar o sangue ele mesmo. 

Suna e Konoha unidas por conta de perdas de ninjas... Minato faria aquilo. E massacraria aqueles fanáticos insanos. Kakashi só esperava ir para algum lugar aonde pudesse observar todos eles sendo esmagados. 

– Vocês pregaram os últimos pregos no caixão de vocês. – Kakashi murmurou calmamente observando o fogo fanático nos olhos de Tomino.

Ele parecia querer aquele conflito. Havia uma ânsia insana no rosto dele. 

– Não há vila capaz de lutar contra nossa Deusa, menino. Nós somos intocáveis, mas você... Irá nos dar todas as informações que precisamos para entrar na sua vila. – Kakashi cerrou o maxilar e o observou com obstinada frieza.

Ele podia vir sendo um inútil a muito tempo. Não salvara Obito, não salvara Rin, não conseguia executar missões direito, ou falhando ou matando demais, era desprezado e apontado, ou sob a pena de Gai, além de conseguir ser capturado numa missão de espionagem... Kakashi fora de gênio a fracasso. Sua vida girara e girara e a única coisa que o mantinha de pé todo maldito dia era o fato de que ele se recusava a acabar exatamente como seu pai. 

Kakashi poderia estar se tornando um fracasso, mas ele não daria um fim a própria estupidez. Se ele morresse ali, que seja, mas não seria despejando informações para aqueles malucos adoradores de divindades aleatórias que fariam vitimas em sua vila. 

– Se sua Deusa é tão poderosa, pergunte a ela. Ou ela não responde dos céus quando você taca ossos de crianças pro alto e faz sacrifícios humanos? – Kakashi estava provocando e recebeu a resposta por isso. Seu estômago foi acertado com força por um dos capangas, então o queixo. Sangue escorria pelo seu queixo quando pararam. Tomino sorria. Kakashi cuspiu sangue, os pulsos protestando quanto a ser pendurado, e então deu um sorriso sangrento para ele. – Será que é porque ela... não existe?

– Nós não precisamos de uma deusa nos céus, pois a nossa anda e mata conosco. – Tomino socou o estômago de Kakashi com força, inesperadamente; o homem não o tocara até então. Ele sussurrou no ouvido dele. – E depois que acabarmos contigo, ela virá reivindicá-lo, então... Você lamentará a blasfêmia e pedirá perdão enquanto ela rasga seu rosto de ponta a ponta. Implorará por misericórdia da Deusa, Hatake, e não encontrará nenhuma.

Kakashi foi surrado mais um pouco, apenas pela blasfêmia e jogado no chão com violência novamente. Ele podia apostar que seriam mais criativos nas próximas sessões, pensou enquanto caia na escuridão da falta de consciência.

Curiosidade: Tomino é o nome de uma lenda urbana japonesa recente sobre uma poesia que se ler em voz alta, em japônes, você morre.

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