Uma aparição banhada em sangue

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 Ele não estava sozinho

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Ele não estava sozinho. 

Kakashi observou, debilmente, enquanto tudo em si pulsava e protestava de dor, que tinha mais alguém consigo. Sua visão estava embotada, sua cabeça pulsava e hora ele conseguia focar na figura hora não. Fome, dor, o corpo castigado... Ele não sabia o que era responsavel pela sua falta de percepção mais. 

Vermelho. Não era a primeira vez que Kakashi achava ter visto aquela cor dentro do cômodo.

O sangue escorrendo pelo corpo, os demonios voltando para sua mente, a compulsão de lavar o sangue sem conseguir o agoniando, a imagem de Rin, o sangue dela em sua pele.... As vezes, Kakashi gritava e gritava até suas cordas vocais falharem. Eles achavam que era a tortura, mas na verdade era que o sangue lhe lembrava Rin e o assassinato que ele tivera de cometer. 

Ele iria enlouquecer antes de morrer. 

Depois de incontáveis sessões de surra, tortura e interrogatório... ele tinha sempre a impressão de encontrar relances de cor vermelha uma vez que os homens saiam da sala. Sempre atribuíra o fato ao próprio sangue derramado. 

Agora, ele identificava cabelos vermelhos profundos. Sentada numa pedra, um joelho erguido e o rosto apoiado suavemente no membro, uma garota de cabelos vermelhos sangue o observava fixamente. Um arrepio percorreu a espinha de Kakashi com os olhos igualmente vermelhos dela... Era uma figura... Imponente, mas assustadora. E a forma como seus olhos mal piscavam enquanto o encarava.... 

Uma alucinação?

Ele piscou. Piscou. Piscou. Piscou; dormiu. Dormiu. Dormiu e acordou. A garota continuava ali. O encarando em silêncio mórbido, sombras obscurecendo suas feições na agora completa escuridão. Não sabia mais se era a nevoa em sua mente, mas ele só conseguia focar na figura de cores fortes e todo o resto estava borrado de sua visão, mas, mesmo assim, Kakashi só conseguia distinguir seu contorno. Aquilo era aterrorizante. Seu sangue tinha se tornado pesado nas veias, os batimentos dificultosos e o suas orelhas pulsavam com a própria frequência cardíaca. Tinha coisas que gelavam a espinha, mas aquela garota sentada na escuridão, na mesma posição, o encarando insistentemente com seus olhos tão vermelhos quanto sangue... Era como ver um anjo da morte, ainda ensanguentado e injetado de sangue, mas que parecia determinado a aguardar pacientemente seu momento de levá-lo.

A porta se abriu. Outra sessão. 

Kakashi olhou para o anjo sangrento, mas o local aonde a garota se sentara agora estava vazio.  Tomino parecia tenso naquele dia. Kakashi queria rir e dizer para o homem ficar calmo, já que não era ele que apanhou tanto que começou a ter alucinações aterrorizantes.  

– Estamos demorando demais, ela não está nada satisfei... – Vinha dizendo um dos capangas num sussurro atemorizado para Tomino, que ergueu a mão para calá-lo e observou Kakashi com cuidado.

– Erguem-no. – Ele ordenou e Kakashi foi erguido, já tão acostumado a dor por cada parte do corpo que não fazia ideia do que doía mais. Tomino ergueu um cadeeiro e o brilho psicótico nos olhos dele tinha se intensificado, mas havia mais algo... Medo. Tinha uma loucura fanática e atemorizada por detrás do brilho de sadismo de Tomino naquele dia. Seja lá o que vinha acontecendo fora da cela de Kakashi não vinha sendo bom para ele. Ele ergueu o candeeiro para que Kakashi observasse as chamas. – Será que você vai continuar resistindo a me responder o que eu quero?

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