Capítulo 8 - Vida infeliz

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Trilha sonora do capítulo: Deus vem me socorrer - Bruna Karla

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8- Melina Soares – Vida infeliz

— Foi mal, não te vi! — O rapaz me entrega o meu celular, por sorte intacto.

— Me desculpe, mas por acaso você é cego?! Trombou comigo e ainda derrubou meu celular. — Digo zangada passando a mão pelo aparelho.

— Me desculpe, eu realmente não te vi. Se tiver quebrado, eu me comprometo a pagar pelo prejuízo. — Ele responde de forma calma e educada, me constrangendo de certa forma.

— Não, está tudo bem! — Solto um suspiro profundo. — Está funcionando normalmente. — Ergo o dispositivo ligado perfeitamente.

— Ah, menos mal! — Ele solta o ar de uma forma descontraída. — Não sei de onde tiraria dinheiro para pagar. — Ele dá uma risada.

— Se sabe que não teria dinheiro para pagar, por que motivo se comprometeu? Sorte sua não ter realmente quebrado, pois com ou sem dinheiro você teria que se virar para lidar com isso, pois minha vida já está ruim o suficiente para ficar sem celular. — Respondo séria e ele esboça um riso.

— Nossa, você é bem brava! — Ele arqueia as sobrancelhas e cruza os braços enquanto me encara.

— Tenho meus motivos! — Dou de ombros.

— Bom, lamento que nossos caminhos tenham se cruzado desta forma, mas gostaria de me apresentar. — Ele sorri outra vez. — Sou James, filho da Mari e do João e você deve ser a Melina, certo?! — Ele franze a testa esperando minha confirmação.

— Você sabe que sim, não sei porquê a pergunta. — Respondo impaciente. — Olha, eu vou me atrasar para o trabalho, se me der licença... — Tento passar por ele, mas ele me impede, se colocando no caminho.

— Qual o seu problema? — É a minha vez de cruzar os braços.

— Nenhum, só gostaria de dizer que estou de saída, posso te deixar no serviço. — Ele arqueia as sobrancelhas e me olha como se fosse uma proposta irresistível.

— Você nem sabe para onde vou, nem onde trabalho e está me oferecendo carona? — Reviro os olhos, debochada.

— Sei sim, já me informaram. Aqui nessa casa as notícias correm rápido, dona Melina! — Ele dá ênfase no meu nome, como se quisesse me provocar, ou algo assim.

— Pouco me interessa se você sabe ou não. — Me aproximo um pouco dele. — A questão é que eu não tenho a mínima intenção de que você me leve ao trabalho. — Digo ao pé do seu ouvido e o vejo me olhar incrédulo.

— Vejo que já conheceu o James. — Mari aparece com João de repente, interrompendo nosso momento.

— Sim, e eu já conheci a senhorita braveza. — Ele diz debochado rindo de mim, me irritando pela milésima vez em alguns minutos.

O Rugido do Leão - DEGUSTAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora