Capítulo 6 - Há um Deus

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Trilha sonora do capítulo: O Grande Eu Sou

Trilha sonora do capítulo: O Grande Eu Sou

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6- Melina Soares - Há um Deus

Já havia se passado um bom tempo desde que me tranquei no quarto e ainda estava deitada e encolhida sobre o colchão, até que ouvi baterem na porta.

— Melina, vem comer um pouco. Preparamos uma janta para você, você deve estar com fome. — Ouço a voz de Joana.

— Não sinto fome. Obrigada! — Respondo baixinho sem sair do lugar.

— Entendo. — Escuto ela respirar fundo ainda que de longe. — Você se lembra do que te falei, não lembra?! Sobre aguentar firme?! Preciso que seja forte! — Ela fala.

Intrigada, levanto-me da cama, caminho em passos firmes e abro a porta, a vendo me olhar um tanto assustada.

— O que você quer comigo? — Cruzo os braços e a encaro.

— Como assim? Não compreendi a pergunta. — Ela me lança um olhar confuso.

— Desde que me viu você está agindo de forma estranha, falando coisas que você não deveria saber, como se já tivesse me visto, como se já me conhecesse e principalmente como se se importasse muito comigo. — Disparo séria. — Gostaria de saber o motivo dessa preocupação excessiva, já que nem nos conhecemos direito. Por que quer me ajudar tanto dessa forma? Nem mesmo os seus pais que me encontraram e me estenderam a mão primeiro, estão me tratando assim. Então, qual é o motivo? — A encaro na expectativa de uma resposta.

— Porque há um Deus! — Ela responde olhando no fundo dos meus olhos e após alguns segundos de silêncio, solto uma risada diante de seu rosto.

— Deus? Há um Deus? — Entoo ainda sorrindo e ela assente com a cabeça, séria.

— Olha, não quero ser arrogante, mas se quiser ao menos ter um bom relacionamento comigo, aconselho que não fale sobre isso. — Tomo a expressão séria novamente.

— Quando você diz isso, você se refere a Deus? — É a vez da loira cruzar os braços e me encarar.

— Exatamente. — Respondo de imediato.

— Então o fato de eu simplesmente pronunciar o nome Dele, já destrói qualquer chance de construirmos uma amizade, certo?! - Ela questiona e eu apenas assinto concentrada.

— Posso saber o motivo? — Ela pergunta num tom desafiador.

— Bom, é simples! Não suporto ouvir falar Nele, não gosto de pronunciar o Seu nome, simplesmente por ter crescido acreditando numa mentira, cresci acreditando que Ele realmente se importava comigo, que Ele cuidava de mim. Mas tudo que vivi ao longo dos meus vinte e dois anos, provou exatamente o contrário: que Ele nunca se importou, que jamais esteve comigo. Aliás, as inúmeras vezes que chamei por Ele e Ele não respondeu, deixou bem claro a sua inexistência. Bom, eu sei que não sou perfeita, mas se Ele existe mesmo, deve ter um problema muito grande comigo para não me dar a mínima. Além disso, Ele tirou tudo de mim, minha mãe, meu lar, minha melhor amiga, não me deixou nada... ainda não consigo acreditar em como minha mãe viveu enganada nessa crença por tantos anos. Leão da tribo de Judá... grande mentira! — Termino de falar já enxugando as lágrimas que começam a cair sem que eu perceba.

— Isso não é verdade Melina! — Ela tem a coragem de dizer na minha cara. — No fundo você sabe que você está se enganando, sabe que Ele existe, só se nega a acreditar pelo tanto que sofreu! Você se recusa a acreditar, pois não consegue entender o porquê que muitas coisas aconteceram, mas no fundo você sabe que todas as coisas cooperam para o seu bem, você só não crê, quer dizer, um dia você creu, mas em algum momento você acabou se perdendo e desacreditou. — Ela diz tranquilamente, como se soubesse muito sobre mim, como se soubesse até mesmo como me sinto.

— Quem você pensa que é para dizer tudo isso a meu respeito? — Altero o tom de voz um pouco irritada. — Você não sabe nada, absolutamente nada sobre mim! Não sabe o que tive que passar, a infância sombria que tive, as dores que senti, você não me conhece! — Esbravejo. — Digo e repito, tudo não passa de uma grande mentira e de uma grande ilusão. — Me aproximo um pouco mais dela e digo a última frase calmamente a encarando firme.

Ela fica um tempo em silêncio apenas me olhando e então se pronuncia novamente.

— Por acaso, pareceu mentira ou ilusão, quando Ele rugiu para você, Melina? — Ela pergunta e eu sinto meu corpo estremecer e engulo em seco ao lembrar de tudo que aconteceu.

— De novo, de novo você está falando nisso. — Respiro fundo, chorando outra vez. — Como você sabe disso? Como? — Praticamente grito. — Por que você me olha e fala comigo como se soubesse tudo a meu respeito e como se já me conhecesse? Por quê? - Questiono sentindo as lágrimas cada vez mais incontroláveis.

Com o semblante calmo, de forma doce e amável, a moça se aproxima, enxuga as lágrimas do meu rosto e responde:

— Porque há um Deus, Melina! — Ela dá um sorriso e se afasta me deixando sozinha outra vez, imersa em minhas lágrimas e pensamentos confusos. 

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Notas da autora: Gente, que capítulo foi esse? O que vocês estão achando dessas duas? Será que ainda vai rolar uma amizade? Ao que parece no que depender da Melina é dificil. Espero que Melina reconheça Jesus como Senhor da vida dela logo, e vocês? Ela precisa! Me contem nos comentários e não esqueçam de votar.

 Espero que Melina reconheça Jesus como Senhor da vida dela logo, e vocês? Ela precisa! Me contem nos comentários e não esqueçam de votar

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