Capítulo 4 - De volta ao lar

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   Trilha sonora do capítulo: Fernandinho - Uma nova história

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Capítulo 4 – Melina Soares – De volta ao lar

Perplexa. Deslumbrada. Extasiada. Fascinada. É um pouco de como me sinto no momento em que fito seus olhos, sua face... Após perder a fala diante de sua majestade, um relâmpago clareia tudo ao redor e Ele desaparece como num flash de luz.

Aos prantos e sentindo minha cabeça prestes a explodir, me esforço para me levantar, e com dificuldades me ponho de pé, encaro a parede agora pura e completamente branca a minha frente.

— Eu só posso estar ficando louca! — Levo a mão a cabeça desorientada e incrédula.

— Moça, você precisa de ajuda? — Ouço uma voz sobressair sobre meus ombros e me viro já com medo do que será dessa vez.

— Quem são vocês? — Pergunto na defensiva ao ver um casal a minha frente e um carro estacionado à poucos metros de distância.

— Eu sou Mariana e esse é o meu esposo João. Estávamos passando e te vimos caída aqui no chão, sozinha e chorando. Podemos ajudar? — A mulher morena de olhos castanhos pergunta de um jeito amável.

— Não tem muito que vocês possam fazer por mim, mas agradeço por se importarem. — Dou de ombros e os dois se entreolham por alguns segundos.

— Você está esperando alguém? É perigoso ficar aqui sozinha, já está tarde. Podemos lhe levar para casa. — A mulher me olha de um jeito meigo, estranho mais uma vez.

Não sei o que é, mas algo nela me traz paz, o jeito como ela me olha, não sei...

— Não estou esperando ninguém, não tenho ninguém e nem casa para vocês me levarem. Estou aqui só passando tempo. — Respondo honestamente.

— Como assim não tem casa? — O homem me olha confuso e eu respiro fundo preparando-me para responder.

— Bom, vocês já devem ter visto nas manchetes, redes sociais, em algum lugar sobre a república que pegou fogo essa noite, para minha infelicidade era lá que eu morava. Por sorte ou azar, não sei dizer ainda, eu não estava, no momento do incêndio estava trabalhando no restaurante a quatro quadras daqui. Mas acabei perdendo a pessoa mais importante que tinha e agora estou sozinha e sem lar. — Explico e começo a enxugar as lágrimas rapidamente, não querendo chorar na frente de estranhos.

— Nossa, eu sinto muito. Imagino como deve estar se sentindo perdida e desamparada. — A mulher me olha com pesar e eu apenas assinto em concordância.

Noto o casal se entreolhar em uma fração de segundos parecendo concordarem algo.

— Olha, nossa casa é grande e tem lugar para você. Você pode passar a noite lá, ou o tempo que precisar até você ajeitar sua vida. — Mariana sugere.

— Eu agradeço, mas não tenho dinheiro para pagar aluguel. — Respondo sincera e os dois esboçam um riso descontraído.

— Não precisa pagar nada, nós só queremos te ajudar. Você não pode passar a noite aqui, não é mesmo?! — Ela arqueia as sobrancelhas me fazendo sorrir pela primeira vez no dia.

— Uau, sendo assim eu aceito. Muito obrigada!! — Corro até a mulher e a abraço em um gesto impulsivo.

Um pouco assustada e surpresa Mariana resiste, mas logo retribui, me dando um abraço forte e aconchegante, fazendo com que eu me sinta segura como há tempos não me sentia.

— Não há de quê, linda! — Ela sorri enxugando algumas lágrimas e olhando no fundo dos meus olhos. — Aliás, como você se chama? — Ela pergunta em um tom curioso.

— Melina, me chamo Melina. — Respondo forçando um riso e vejo a moça abrir um "O" com a boca e me olhar de um jeito intrigante.

— Seu nome é muito bonito, não é, Mariana?! — O homem parece tirar a esposa do transe, após ela passar alguns instantes apenas me encarando.

— É, é um nome muito bonito. — A mulher responde assentindo, ainda me olhando com os olhos reluzindo.

— Bom, vamos logo! Acho que vai chover! — João abre a porta do carro fazendo com que entrássemos.

O caminho é feito em silêncio. No banco de trás recosto a cabeça no vidro da janela e observo o céu fechado, anunciando a chuva prestes a cair. Uma lágrima escorre sobre meu rosto ao lembrar de Bianca. Amávamos tempo chuvoso, costumávamos sempre fazer algum doce para assistirmos algum filme. Como vou sentir falta dela...

Sou despertada dos meus pensamentos e lembranças assim que o carro passa por um quebra-molas. Só então volto a atenção de fato para rua e o trajeto me parece familiar. Não demora muito para o carro parar e Mariana e João descerem abrindo a porta para mim. De queixo caído, sem conseguir acreditar, pergunto:

— É aqui que vocês moram? — Minha voz sai embargada ao ver o lugar onde vivi os melhores e os piores momentos da minha infância, meu antigo lar! 

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Notas da autora: Melina está de volta ao seu antigo lar, o que vocês acham que vem pela frente? Com certeza faz parte dos planos de Deus, não é mesmo?! Me contem nos comentários e não esqueçam de votar. Beijos!

 Beijos!

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