Capítulo 9 - Saudade

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Trilha sonora do capítulo: Há esperança para o ferido

Trilha sonora do capítulo: Há esperança para o ferido

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9 – Melina Soares - Saudade

— Melina, graças a Deus você apareceu! Estava tão preocupado. Perdão por não ter atendido suas ligações, minha filha não passou bem essa noite, só fiquei sabendo do que aconteceu hoje pela manhã, tentei ligar, mas não consegui falar. — Meu chefe começa a se explicar assim que dá de cara comigo.

— Está tudo bem, já está tudo resolvido. Obrigada pela preocupação. — Dou um breve sorriso.

— Desculpe perguntar, mas onde passou a noite? — Ele pergunta sem jeito.

— Estou na casa de uns amigos, não precisa se preocupar. Vou me trocar e começar a trabalhar. — Me afasto.

O dia passou rápido, quando vi já estava na hora de ir para casa. Segui para me trocar e assim que abri a mochila a fim de retirar a roupa que iria vestir, o envelope dado pela Mari cai no chão. Só então me lembrei do papel, havia esquecido completamente.

Curiosa, rasgo o envelope e abro o papel.

— Onde ela conseguiu isso? — Com raiva dobro o papel e devolvo à mochila.

Minha mãe sempre gostou muito de desenhar, e o que ela mais desenhava era Ele, o Leão da tribo de Judá. Recordo de ela colar alguns desenhos na parede dos nossos quartos até. E no papel que recebi, não tem nada mais, nada menos que um desenho do Leão feito pela minha mãe.

Troquei de roupa, ajeitei o cabelo, me despedi dos funcionários e segui caminhando rumo à casa. As lágrimas logo começam a cair ao lembrar que não irei mais encontrar a Bianca após sair do serviço, que nunca mais vou vê-la. Se eu soubesse que naquela manhã ela estava se despedindo, teria lhe abraçado mais forte. Seria ótimo se soubéssemos quando será a última vez, mas como não é o caso, só nos resta aproveitar o máximo. Gostaria de saber que a partir daquela noite minha mãe não acordaria mais...

Sou despertada de meus pensamentos ao ouvir um carro buzinar ao meu lado, me dando um belo susto por sinal.

— Hey, entra aí! — Ouço a voz vir de dentro do veículo, me abaixo a altura da janela e vejo ninguém menos que James.

O que esse cara quer comigo agora?! — Reviro os olhos já irritada.

— O que você está fazendo aqui? — Paro de andar e ele para o carro também.

— Vim te buscar, ué! Entra aí! — Ele abre um sorriso.

— Por acaso te pedi para me buscar? — Cruzo os braços aborrecida.

— Não, mas são ordens da dona Mari. Portanto acho melhor aceitar minha carona, caso contrário, dona Mariana ficará decepcionada. — Ele arqueia as sobrancelhas e sorri vitorioso.

O Rugido do Leão - DEGUSTAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora