Julieta sabe bem que a poucas garotas pode ser dado o título de perfeita.
Segundo o herói romântico de seu livro favorito, a moça deve saber pintar, desenhar e costurar, conhecer musica, ter aquele andar leve e, claro, ler bastante. Seguindo esses...
"Bem-vindos ao primeiro capítulo, uma introdução, de Garotas Peritas Não Se Apaixonam.
Espero que gostem. Lembrem-se de ajudar uma escritora em desenvolvimento; seu voto vale muito e seu comentário me tira um sorriso!
Bom capítulo!
P.S. Quanto às atualizações, gostaria de postar dois novos capítulos a cada semana, mas, como pretendo que seja uma história curta, posso deixar as postagens mais esparsas."
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Julieta sempre dividiria a vida da irmã mais nova entre antes e depois de sua primeira calça jeans.
Tudo indicava que seria um inverno daqueles. A neve ainda não começara a cair, mas um vento frio cortante vinha do Norte e fazia as meninas saírem das salas de aulas quentes direto para o aquecedor do carro, então para o interior confortável de seus casarões e mansões. Julieta vinha tendo dificuldades em praticar piano com seus dedos congelados e tinha que sempre se manter aquecida para a aula de dança, mas não era a única cheia de obrigações.
No primeiro dia de neve, a governanta ficara presa em casa.
A mãe das meninas chamava a Sr.ª Smith de governanta porque Camilla ficava chateada em pensar que aos catorze anos ainda tinha uma babá que a acompanhava para todos os lados. Julieta, aos dezesseis, não se importava muito. Todas as meninas da Academia Constance para Garotas eram acompanhadas por suas babás para todos os lados e nenhuma delas achava estranho que tivessem que ser constantemente assistidas.
-Vocês vão ter que ir sozinhas fazerem as compras de natal. –Anunciou sua mãe, com um olhar sério para as meninas à mesa de café.
As meninas trocaram um olhar animado, mas cauteloso, com medo de que, se demonstrassem muito entusiasmo, fossem ter a folga retirada. Julieta acenou, como quem não achara nada demais, enquanto sua mãe explicava que tinha uma reunião importante naquela manhã e como esperava que elas estivessem em casa a tempo para o jantar –ainda fazendo uma recomendação para que fizessem um almoço saudável, ou não estariam bem na apresentação de natal que teriam no grupo de dança.
Camilla, a quem não se podia dar a mão sem que fosse pedido todo o braço, sentou-se na ponta da cadeira de tanta animação.
-Julieta pode chamar Charles? Talvez ele traga o irmão. –Julieta sabia que a mais nova adorava os encontros duplos que acabavam acontecendo quando o namorado de Julieta trazia Edgar, o caçula, para sair com elas, embora Edgar fosse muito tímido até mesmo para olhar Camilla nos olhos.
-Os meninos Campbell não vêm passar o natal conosco? –Sua mãe fez pouco caso do pedido, mas não sem gentileza. –Isso não é um passeio, Camilla, vocês vão fazer compras e voltar para casa quando terminarem. –Então ela lançou um olhar mais simpático, percebendo que havia sido dura. –Depois do natal, podem chama-los para um piquenique, por que não?
