Desaparecida

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Oi pessoal, mais um capítulo aí. Ainda continuo sem palavras, tá sendo tão difícil pra ambas.
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Rafaella

Meu voo foi tranquilo, Manu me deixou em casa, fui arrumar minha mala e ver como estava a minha agenda para a próxima semana.

Ás 8 da noite, eu terminei todos os meus compromissos e tomei um banho, coloquei um pijama beje de bolinhas brancas e me sentei no meu sofá. Até que comecei pensar em Gizelly, será que a Manoela realmente está certa sobre eu está apaixonada? Balanço a cabeça me desvencilhando dos meus pensamentos, então resolvo mandar mensagem para a Gi, queria saber como foi o seu voo.

3 horas depois

Nada da Gizelly me responder, a mensagem nem tinha chegado no seu celular e eu estava bastante preocupada.

Resolvi ligar e só chamava, ninguém atendia.

Liguei para Manu:

Oi Rafa, tá tudo bem?

Manoela, você conseguiu falar com a gizelly ou com alguma das meninas? Já faz horas que o voo delas chegaram e já mandei mensagem e não tive nenhum retorno.

...

Manoela? Alo? Tá tudo bem?

(Ligação desligada).

Fiquei sem entender nada. Ela desligou o telefone na minha cara. Tentei ligar de novo, mas ninguém me atendeu.

Minutos depois a minha campainha toca, abro a porta e vejo Manoela com um semblante de que tinha chorado muito. Perguntei o que estava acontecendo e ela entra me puxando para o sofá.

Tenho uma coisa para lhe contar, você tem que ficar calma. Mas acabei de ver na televisão que um voo de Fernando de Noronha pra cá havia sumido, estão a procura desse avião.

Meus olhos ficaram marejados, minha cabeça estava numa confusão terrível e eu só queria ver a Gi, não poderia ser o voo dela, não pode ser, daqui a pouco ela vai me responder, só deve está ocupada.

Rafa, olha pra mim. RAFAELLAAA. – a baixinha gritou me desvencilhando dos meus pensamentos.

Oi, não me diga que é o avião que a gizelly... – pela cara dela, já entendi tudo e nem consegui terminar a frase, senti tudo ao meu redor escurecer e desmaiei.

Um cheiro forte de álcool me fez despertar, por uns instantes achei que tive um pesadelo, até que olhei para meu lado e vi manu e igor.

Já encontraram o avião? Cadê a GI? Parem de me olhar assim e me digam alguma coisa.

O avião ainda não foi encontrado, eu preciso que você tente se acalmar.

Eu ficava andando de um lado para o outro no meu apartamento, liguei a TV no jornal e continuei me movimentando atrás do sofá. Espero que ela esteja bem, eu realmente estava me apaixonando por aquela mulher e não quero perde-la agora, depois de tanta luta para ela se aceitar, depois de tantas coisas que ela já passou, eu queria fazer todas aquelas lembranças ruins nunca mais se fazerem presentes na sua vida, eu queria fazê-la viver grandes momentos bons. Já estava preparada para iniciar um relacionamento, mas iria esperar o tempo dela, sei que estava tudo muito cedo, mas eu já sentia que era ela, pois era só ela que eu sempre quis desde o primeiro  beijo na aula de pole dance, eu preciso dela, não pode ser o avião dela...

O jornalista me tirou dos meus pensamentos quando disse:

O avião 3677 foi encontrado na região próximo a cidade de Petrolina. Os bombeiros já se encontram no local e já temos a informação de vários mortos. A caixa preta simplesmente sumiu e não foi encontrado nenhum sobrevivente até agora.

Era exatamente o avião dela, corri para o meu quarto e tranquei a porta para Manu não entrar. Deitei na minha cama e as lembranças da nossa primeira noite naquele lugar, me consumiram.

Suas mão macias que deslizavam pelo meu corpo, seu cheiro de flores do campo, seus olhos castanhos que me faziam querê-la  a todo instante nos meus braços e aqueles cabelos que foi a primeira coisa que vi e me hipnotizou, sem contar com o seu corpo que é tão quente e confortável, eu moraria no seu abraço, abraço aquele que não sei se encontrarei novamente. Você não pode morrer, espero que esteja me ouvindo, NÃO PODE MORRER. – eu falava no meio dos soluços.

Manoela batia na minha porta insistentemente. Mas acabei adormecendo.

Quando acordei, a porta do meu quarto estava aberta, eu estava muito exausta para tentar descobrir como ela conseguiu abrir a porta. Me levantei e todos estavam na sala, vi que minha mãe também havia chegado e todos estavam com os olhos atentos na televisão, até que Dona Genilda me viu:

Minha filha, venha cá – disse se levantando e abrindo os braços. Me aconcheguei nos braços dela e olhei por cima do seu ombro para o noticiário. Manu logo desligou a TV quando olhou pra mim, então me soltei do abraço da minha mãe, e pedi para ela ligar novamente, ela negou, mas consegui pegar o controle da sua mão, quando eu liguei a televisão, o telefone de Manoela tocou com um número estranho na tela. Olhei para a tela na minha frente e o repórter já afirmava um total de 56 mortes.

Não sabia o que pensar. Olhei para a Manu e vi ela soltando o celular no chão, as lágrimas já escorriam pelo seu queixo e eu já imaginei o pior...

Manu, não me diga que...

Não, ela tá viva, mas está inconsciente. Teve duas paradas cardíacas e está com traumatismo craniano está precisando ser transferida pra cá. Podendo não sobreviver a viagem. E as outras meninas continuam desaparecidas.

O choro da Manu tinha uma pontada de  alívio  pela Gi está viva, mas  estava muito preocupada com as meninas.

 Como vão trazer ela? Eu vou pra lá, ela está sozinha, não vou deixar ela sozinha. –falei me levantando, mas a manu pegou no meu braço e me colocou no sofá.

Você vai ficar aqui, não vai mudar nada você ir pra lá ou não, só se você for médica. Você fez alguma faculdade de medicina por acaso? Eu sei que não então coloca essa bunda no sofá e tenta se acalmar, pelo menos ela está viva.

Não tive escolha, só fiquei pedindo para Deus que tudo desse certo e que ela conseguisse chegar aqui viva. Enquanto Manoela estava batendo o pé do meu lado, preocupada.

 
Eu estava tão nervosa que até esqueci que as meninas ainda estavam desaparecidas, mas estou torcendo para elas estarem bem, mesmo que eu não vá muito com a cara da Marcela.

 
Já eram 7 da manhã do dia 4 de janeiro de 2020 e mais nenhuma notícia sobre Gizelly, as meninas continuavam desaparecidas e eu estava quase surtando.

Estava extremamente cansada, mas não consegui nem chegar perto da minha cama, muito menos dormir. Se eu entrasse no meu quarto iria ser pior, as memorias era muito vivas naquele lugar.

Eu em toda a minha vida, jamais imaginei que iria gostar tanto de alguém, mas só conseguir realmente perceber isso quando estou prestes a perde-la, mas isso não vai acontecer, Deus vai ouvir as minhas preces e Gizelly vai sobreviver, vocês nem imaginam o quanto eu quero está com ela. E quando ela estiver de novo nos meus braços, garanto a vocês que irei contar pra ela tudo o que sinto, mas vou falar com calma pra ela não se assustar e sair correndo, porém antes disso, eu preciso que ela volte pra mim, então torçam pra dar tudo certo.

...

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Espero que dê tudo certo.

Delírios- GirafaOnde histórias criam vida. Descubra agora