capítulo 30

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Sara Lance

Minha respiração estava ofegante.

- O que houve?

Laurel perguntou, Dinah se levantou e Charlie parecia assustada.

- Fala, Sara, quem era?

Zari quase implorava para mim, eu a olhei e vi lágrimas em seus olhos, respirei fundo e a abracei.

- Fica calma, está bem? - sussurrei.

- Como você me pede isso? Você surtou. - ela falou quase chorando.

- Eu sei - beijei sua testa.- Foi a Kendra. - suspirei. - eu não sei como mas a Kendra está com eles dois.

Zari me abraçou mais forte e eu deixei que ela chorasse e esbravejasse que iria matar Kendra se ela ousasse fazer algo com sua irmã. Sempre amei a união delas. Eu tô tentando ficar calma, mas só sinto vontade de matar aquela mulher.

- E você destruiu o celular? Ótimo plano, Sara. Perfeito.

Laurel falou quase me batendo e eu suspirei.

- É só pegar o chip e colocar em outro celular, tá legal? Eu fiquei nervosa.

Falei me separando de Zari e indo buscar o que restou do meu celular.

- Eu tenho o número dela, nós éramos amigas, você quer tentar?

Charlie me perguntou estendendo o celular, eu assenti e o peguei. Zari se sentou chorando. Laurel parecia pensar mas foi Dinah que falou.

- Você não acha melhor ligarmos para polícia e pedir ajuda? - eu estava pronta para dizer que era uma burrice, mas Laurel falou.

- Eu sei que você vai dizer que é burrice, e inventar um monte de coisa, mas não se trata do que você acha, pensa na Ava e no seu filho.

Aquilo me atingiu em cheio, e eu senti a mão de Zari na minha.

- Por favor, Sara. - ela voltou a chorar.

Charlie viu aquilo, a abraçou e me olhou.

- Se você não ligar, eu vou ligar pra polícia do mesmo jeito. Estou dando sua chance de tomar uma sabiá decisão.

Fechei os olhos por breves segundos, respirei fundo e encarei o celular.

- Ok, Dinah e Laurel vocês resolvam com a polícia. - olhei para Zari. - Charlie, leva ela até a cozinha e dê água, ela não pode se agitar tanto assim, eu vou ligar para Kendra.

Todas assentiram e eu andei até o meu quarto, busquei na agenda de Charlie o número de Kendra e liguei. Não demorou muito para ela atender.

Ligação on

- Alô?

- Cadê a minha mulher e o meu filho, Kendra?

Falei calma, porém firme. Ela gargalhou.

- Estão comigo, Sara. Afinal, quem roubou eles de mim foi você, eu só peguei de volta.

Eu respirei fundo.

- Se você machucar eles, Kendra... Eu juro por Deus..

Ela me interrompeu.

- Você vai fazer o quê? Você está longe! Como esteve durante o início dessa gravidez quando Ava precisou de você, quando ela tinha desejos, quando acordava de madrugada com enjôos. Aonde você estava? Longe! Eu estava perto!

Eu engoli a seco, não iria entrar no jogo dela.

- O que você quer para deixar a gente em paz? Quanto você quer?

Ela riu sarcástica.

- Você acha que tudo é um jogo de dinheiro? Eu não quero nada. Essa é minha família e nós vamos para longe.

- Eu vou achar você, Kendra. E quando eu achar, eu vou acabar com você! - rosnei.

- Boa sorte, então.

Eu ia responder quando ouvi um choro de bebê e a voz de Ava gritando meu nome.

- AVA!

Ligação off

Sentei na cama e peguei a foto da mesinha de cabeceira, era eu, Ava e Léo em uma de nossas visitas a ele no hospital, não consegui ser forte, não consegui segurar as lágrimas.

Eu vou matar Kendra com minhas próprias mãos, eu juro. - sussurrei olhando pra foto como uma promessa, o que, de fato, era.

- Ei.

Ouvi a voz de Laurel e olhei para porta aonde ela estava escorada. Eu coloquei a foto de volta no lugar, limpei os olhos e fiquei em pé.

- Oi.

Ela se aproximou, sentou na cama e me fez deitar e colocar a cabeça em seu colo.

- A polícia está vindo até aqui, para conversar conosco. - ela fazia carinho na minha cabeça - Você ligou para ela?

Eu assenti.

- Eu ouvi o choro do Léo e Ava gritou por mim. - uma lágrima escorreu.

- Ei, fica calma. Eu prometo que vai dar tudo certo e logo eles dois vão estar aqui.

- Você não tem como saber. - funguei.

- Você lembra quando papai viajou quando éramos pequenas e você ficou cheia de saudade, e chorou muito de noite?

Eu sorri, eu era apegada demais com papai.

- Eu me lembro.

- Eu disse que ele voltaria logo, não foi? - eu assenti. - as situações são diferentes, eu sei. Mas a questão é que minhas promessas sempre vão se cumprir uma hora. Nem que eu vá até lá e mate a Kendra e traga os dois de volta, eles vão voltar.

Eu me sentei e ri.

- Eu gostaria disso.

- Eu sei que sim! Vem cá.

Ela abriu os braços e eu a abracei. Passamos ainda alguns segundos ali conversando, ela tentava me convencer de não sair atrás da kendra.

- Meninas? - Dinah falou da porta. Nós a olhamos. - A polícia chegou.

- Já? - estranhei.

- Quando se tratam das duas empresárias mais famosas do ramo da moda, eles resolvem ser eficientes.

Laurel riu.

- Tudo bem, vamos lá trazer minha cunhada e meu sobrinho de volta.

Eu assenti e olhei pra foto uma última vez.

- Eu vou trazer vocês de volta.

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