Olhos Verdes

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Depois de outro noite conturbada,Madara acorda com um sentimento estranho. Havia sonhado com a mulher que virá na rua. Ela se encontrava de costas,enquanto Madara tentava correr até ela mas nunca chegava. Ele não sabia ao certo se isso tinha certo significado mas não deixou se abalar.
E assim se passou um mês.
Não teve um dia sequer que Madara não sonhava com a garota de guarda-chuva vermelho e olhos verdes.

Desceu as escadas de sua casa,era muito cedo,cedo demais para beber. Mas era um hábito péssimo que ele adquiriu. Hoje provavelmente seria um dia tedioso para Madara. Ele odiava ter que ir a palestras de universidades que ele patrocinava com seus cheques gordos,e hoje era um desses dias.
Vestiu seu terno azul escuro depois de um banho demorado. Já em seu Tesla Roadster preto,Madara segue em direção a universidade,as exatas nove horas da manhã.
Ouviu quase uma hora as bajuladores do diretor e recebeu diversos olhares maliciosas de professoras provavelmente casadas.  Madara precisava sair daquele meio,não aguentava mais. Foi em direção ao banheiro,mas parou rapidamente quando seus olhos captaram certos olhos verdes dentro de uma sala. Primeiro imaginou que sua mente estava pregando lhe uma peça maldosa. Se aproximou da porta de vidro e fixou mais seu olhar na garota de cabelos róseos. Não lembrava da garota de guarda-chuvas tinha essa coloração de cabelo. Como poderia não lembrar?. Desistiu. Estava parecendo um tolo ali encarando a moça que nem sequer sabia que ele estava ali.

- Foi um prazer recebê-lo aqui hoje,Senhor Uchiha! - O homem de cinquenta e poucos anos,tinha um sorriso simpático porém eu não estava com paciência para ouvir mais bajulações - Por favor,venha mais vezes é uma honra tê-lo conosco!

Me despedi do diretor e de algumas pessoas que estavam próximas. Já havia muitos estudantes saindo pelos portões enormes,todos alvoroçados e com presa. Vi um pouco a frente um rapaz esbarrar numa garota. Não era qualquer garota era a garota de cabelos róseos.

- Olha por onde anda! - Depois de derrubar a garota no chão ele saiu reclamando. Confesso que não sei o motivo de certa irritação passar por mim. Me aproximei da garota e estendi minha mão,por pura educação. Obvio que só por educação .

- Obrigada! - A voz estava rouca e as bochechas num tom vermelho.

- Onde está seu guarda-chuva? - A garota tentava inutilmente tapar a neve que caiu sobre seus olhos com as mãos  - Ficará resfriada.

- Ah eu esqueci em casa,estava com um pouco de pressa... Eu já vou indo,obrigada de novo.

Em outros momentos como esse eu provavelmente ignoraria essa situação e iria embora,mas quando passou essa opção pela minha cabeça ela rapidamente foi descartada. Porém eu me neguei a ser tão ridículo. Entrei no carro e peguei meu telefone. Havia um recado.

Karin: Não esqueça do nosso compromisso,amor. Estou te esperando,até daqui a pouco!

Não estava com saco para Karin hoje,e tínhamos combinado de passar essa tarde juntos. Liguei o carro e pela primeira vez estava andando devagar. Talvez isso esteja virando carma. A garota de cabelos róseos estava andando apressadamente pela calçada,seus braços se abraçavam com o intuito de se esquentar, suas roupas estavam cobertas de neve. Foi instintivo parar o carro o mais próximo da calçada abrir a janela e gritar por ela.

- Ei! - Ela me encarou confusa,até eu numa situação dessa estaria. Ela se aproximou do carro - Eu te dou uma carona.

Ela se negou a entrar no início,mas não foi tão difícil convencê-la. Ela deu seu endereço e ficou calada o percurso inteiro. Estava me sentindo torturado naquela situação.

- É aqui,chegamos - Ela apontou para uma pequena casa branca,realmente não parecia a casa de uma estudante. - Eu não sei como agradecer... - Seus olhos brilham tanto quanto estrelas e eu só consigo me lembrar de uma mulher com esses olhos - Você.. quer descer,eu posso fazer um chá?

A casa era aconchegante,móveis brancos e tudo em seu perfeito lugar,vários quadros com fotos pindurados e um me chamou a atenção. Um pé de cerejeiras com várias pétalas voando e uma pequena garotinha de cabelos rosa sentada no chão sorrindo. Provavelmente era ela.

- Você pode ficar a vontade,trocarei essas roupas!

Tirei o casaco e o coloquei no sofa continuei olhando os varios livros que haviam em uma estante. Ela tinha bom gosto. Nao demorou ate que ela voltasse a cozinha e me trouxesse chá em uma xícara de porcelana.

- Qual curso está praticando? - Comecei tentando se livrar do silêncio. Mas o que estava havendo comigo? Desde quando eu sou de puxar conversa?

- Arte,desde sempre fui apaixonada por arte!

- Tolice.. Arte não é algo que eu considero uma profissão,só fazem arte quem já tem a vida ganha! - Vi seus sobrancelhas quase se unirem e os lábios se franzirem.

- Tolice é acreditar que arte não é uma profissão, ser artista é uma profissão assim como qualquer outra! E nem sempre quem estuda arte tem a vida ganha!

- Muitos lutam para ter uma profissão digna e ter sucesso,quantos artista que fizeram faculdade você conhece que tem sucesso? Todos os famosos surgiram do acaso!

- Que patético,você tem a mente minúscula! - Seu tom de voz se ergueu. E pela primeira vez não tive resposta para uma garota.

Madara não perca o foco.

- Acho melhor você ir! - Ela tomou a xícara de minhas mãos e a colocou na mesa de centro. - Obrigada pela carona,obrigada mesmo! - O que estava acontecendo aqui,Madara?

Ao Acaso Te Encontrei Onde histórias criam vida. Descubra agora