Lapsos

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Haviam se passado um mês os bipes dos aparelhos ligados à Sakura era uma tortura mas Madara não sairá do lado dela passou o mês ali segurando sua mão e a olhando. Sabia que ela voltaria para ele não importa quanto tempo precisasse, se fosse para ela voltar bem Madara esperaria a eternidade. Sasori havia sido internado em um clínica de psiquiatria, dessa vez para sempre. Madara fez questão de que ele ficasse lá e recebesse o trataramento mais cruel possível, pagaria apenas para vê-lo sofrer.

- Meu filho, você precisa ir para casa... - Mebuki dizia se aproximando de Madara.

- Não quero, estou bem. Obrigado! - a mãe de Sakura também não voltou para Paris, estava ficando na casa de Madara que não se importou já que dormia no hospital com Sakura.

- Desça ao mínimo pegar um café e algo para comer, por favor! - Madara a ouviu, soltou a mão de Sakura mas sua alma ainda estava ali naquele quarto.


Não se lembrava de nada. Onde estava? O que havia acontecido?
Aos poucos os olhos de Sakura iam se abrindo a luminosidade fez sua cabeça doer, olhou para o quarto em que estava e para sua mão que continha um curativo ligado ao soro. Por que estava no hospital? Olhou para sua mãe sentada no sofá quase cochilando. Lembrava-se dela óbvio mas não se lembrava do porquê estava no hospital.

- Mamãe? - a mulher se assustou e o sorriso chegou até as orelhas.

- Minha filha - se levantou correndo e abraçou Sakura - Ah que saudade eu estava de você, como está se sentindo?

- Eu estou bem. Mas o que aconteceu?

- O que aconteceu? - os olhos de Mebuki ficaram preocupados - Você não se lembra?

- Não! - Sakura viu Mebuki engolir em seco.

Bem... - Assim que começou a tentar explicar a porta se abriu um homem de rosto cansado e cabelos negros entrou. Quem era ele? - Sakura, se lembra de Madara não é?

Ambos se encaravam. Madara queria pular dali e abraçá-la mas a pergunta de Mebuki e a ausência de resposta de Sakura o fez recuar. Ela poderia esquecer?

- Não conheço nenhum Madara! - A sala se tornou um pesadelo silencioso. Sakura se perguntava quem era aquele homem e, Madara se perguntava se isso era um castigo do destino.

- Filha, Madara é o seu namorado! - Mebuki tentava explicar - Ele te salvou de Sasori!

- Como assim me salvou de Sasori? Eu namoro o Sasori!

Aquelas palavras fez Madara querer pular da janela. Não aguentava ouvir aquelas coisas, preferia que Sakura tivesse esquecido tudo ao invés de lembrar daquele idiota. Saiu da sala escorando se do outro lado da porta.

- Filha, Sasori está preso, ele te bateu lembra? - Sakura estava atordoada demais, o que estava acontecendo ali sua mãe tinha endoidado de vez.

- Isso foi uma vez. Eu o perdoei, ele me prometeu não fazer mais aquilo! - As palavras cortavam cada vez mais o coração de Madara que ouvia atrás da porta.

- Não,Sakura. Você veio para Ottawa fugir dele, fugir de tudo aquilo. Tente se lembrar!

- O que? Mãe... - Sakura sentiu uma pontada na cabeça junto com algumas imagens. Imagens dela caminhando na chuva e um homem a oferecendo carona, ela não conhecia aquele homem, porque isso de repente?

- Eu vou chamar o médico, descanse! - Mebuki saiu pela porta vendo a imagem seria de Madara próximo a ela - Não fique assim, meu filho. Ela se lembrará, acredite!

Foram feitos mais exames em Sakura, o médico constatou que era normal ela não se lembrar do ocorrido e naquele caso Sakura havia se esquecido de toda sua vida depois da primeira vez que Sasori a bateu. Não se lembrava de mais nada antes da festa do ensino médio que Sasori a levou embora.

- Casos assim são extremamente raros, mas não impossíveis! - o médico explicava para Mebuki e Madara do lado de fora do quarto - As chances dela se lembrar existem, mas nas condições que ela está o que podemos tentar é um tratamento mais saudável, nada muito forte. Então peço para que não a forcem!

Aquele era seu carma, perder todos os que amavam. Madara sempre foi um homem solitário, não por opção mas sim por que a vida lhe fez assim. Para eles todos eram tirados dele quando ele amava. Primeiro sua mãe, morta em acidente por um bêbado e depois seu pai que morreu de depressão por causa de sua mãe, a vida nunca foi muito justa para ele. As coisas haviam começado a se encaixar, haviam começado a dar certo mas tudo funcionava daquela forma, tudo que ele amava ele perdia. Seus meses com Sakura foram melhores do que qualquer ano que tiverá. Ele estava disposto a tentar ajudá-la a se lembrar, se ela quisesse mas temia que todos seus esforços fossem ineficazes.

- Você vai ficar aqui por mais um dia para eles fazerem mais alguns exames. - Mebuki falava com Sakura - Eu sei que você não se lembra mas, tente falar com ele. Quem sabe... - Mebuki se levantou e chamou Madara para entrar - Tenha paciência!

Madara se sentou na cadeira ao lado de Sakura, ele a fitava estava tão diferente não só o cabelo havia mudado, tudo estava diferente.

- Eu sinto muito por não lembrar de você, é que...

- Você não precisa se desculpar, Sakura! - aquelas palavras Sakura parecia já ter ouvido,mas porque não se lembrar.. - Eu entendo tudo isso...

- Realmente namoravamos? - Madara sentia seu coração doer cada vez mais.

- Sim, o anel no seu dedo.. - Sakura fitou o anel de pedras verdes e realmente não se lembrava de quando havia ganhado - Eu te dei, quando pedi você em namoro.

- E... Como foi? Como foi o pedido? - Sakura queria se lembrar, sentia que uma parte de sua vida foi apagada e depois de ouvir de sua mãe o que tinha acontecido ela não conseguia acreditar.

- Terá que fazer um esforço para lembrar!

- Onde nos conhecemos?

- Eu a conheci num dia chuvoso, você estava com um guarda-chuva vermelho  e eu vi seus olhos verdes pela primeira vez da janela do meu carro - Madara pode ver um pequeno resquício dos brilhos daqueles olhos por um pequeno momento - Mas você, me conheceu na sua universidade um garoto tinha te derrubado e eu a ajudei a se levantar, depois te vi novamente na chuva só que dessa vez sem guarda-chuva te ofereci carona...

Sakura lembrou das imagens que passará em sua cabeça mais cedo, será que ele era o homem de suas imagens? Ela se esforçava para lembrar.

- Você me convidou para tomar um chá em agradecimento e, eu sendo o tolo que era ofendi o curso que você fazia. Disse que arte era coisa para gente que já tinha a vida ganha - um sorriso brotou nos lábios de Madara ao lembrar daquele dia, lembrar de sua Sakura o revonfortava e fazia com que ele continuasse a tentar. - Você me expulsou da sua casa e, eu só pensava em como você teve coragem de fazer aquilo comigo, mas devo dizer que mereci!

Sakura sorriu, como pode se esquecer dele? Se esses momentos foram tão importantes em sua vida como pode esquecê-los?

- Eu o amava? - perguntou o olhando aflita. Quando Sakura olhava para os olhos de Madara podia ver que aquele homem estava angustiado e aquilo fazia algo dentro dela doer. - Digo, você... Você me amava?

- Mais que qualquer coisa no mundo, Haruno!

O que era aquilo? Aquele sentimento crescendo dentro de Sakura fez seu coração acelerar. Ouvir seu sobrenome na voz daquele homem causou algo dentro dela que também não se lembrava de sentir...

- A que devo o prazer, Sakura? Sente-se - a voz rouca fez sakura tremer.

- Eu vim trazer o teu casaco. Sinto muito ter demorado tanto...

- Não peça desculpas! - ele a interrompeu.

- É sério, eu deveria ter trazido antes. Mas... - tentei não falhar na voz mas seu olhar estava me deixando um tanto instigada.

- Pedi para que não se desculpasse. Não me desafie, Haruno!


Pequenos lapsos passaram pela cabeça de Sakura. A maior dúvida da rosada era..

- Realmente aconteceu?

Ao Acaso Te Encontrei Onde histórias criam vida. Descubra agora