Capítulo 4

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🐿️ Mariana Gonzalez P.O.V.🐿️

Aquela pracinha abandonada era um lugar que Bianca havia me levado uma vez, quando viemos para o Rio. Era um lugarzinho seguro, não tinha movimento por ali. Sentei numa casinha de madeira e me permiti chorar. Embora eu não estivesse mais com Jonas e nem pretendesse voltar com ele, era tudo muito recente pra mim, e Bianca tocou num ponto frágil.

Alguns minutos depois escutei o barulho de um galho quebrando e olhei para trás assustada, achando que podia ser um bicho. Mas era Bianca que havia descoberto onde eu estava. Era óbvio que ela descobriria, foi ela quem me trouxe aqui, devia ter pensado nisso antes. Limpei as lágrimas e tentei conter o choro. Tentativa falha.

Ela sentou ao meu lado e eu me afastei, a vi estendendo minha bolsa em minha direção que eu havia esquecido no Projac e a peguei. Ela pediu perdão, e eu a olhei, estranhando. Ela explicou que havia brigado com a mãe e por isso estava irritada daquele jeito, e bom, eu sabia que quando ela fica irritada ela não consegue controlar muito bem as coisas que fala. Ela estava chorando enquanto se explicava, e aquilo mexeu comigo, porque sei que ela se sentiu na obrigação de se explicar.

– Tá, tudo bem. Eu te perdoo. – Foram as únicas coisas que consegui falar e notei que ela havia relaxado um pouco. Ela estava tensa, e isso dava para notar de longe. Eu funguei mais uma vez.

– De verdade, não queria fazer você chorar. – Ela disse e eu dei um pequeno sorriso em meio as lágrimas, tentando mostrar a ela que estava tudo bem mesmo.

Ela levou sua mão ao meu rosto e limpou algumas lágrimas minhas com o indicador. Aquele toque... eu tava com saudades daquilo.

– Tá tudo bem, Bia. É só que esse assunto é recente demais, eu só descobri a verdade ante ontem, então ainda mexe comigo. Não é a primeira vez que fui traída, mas acho que isso não é uma coisa com que as pessoas se acostumam. – Fui sincera e a vi baixar o rosto.

Conhecendo ela, eu sei que vai ficar se culpando, mesmo eu tendo perdoado ela. Dei um leve suspiro.

– Não fica se culpando, eu te conheço bem o suficiente pra saber que vai ficar se culpando por conta disso. – Dei uma curta risada olhando para ela e ela fez o mesmo. Desviei o olhar para frente.

Meu choro já havia acalmado, e ela também já havia parado de chorar.

– Posso... Te perguntar uma coisa? – olhei para ela e assenti.

O papo rolou ali e muita coisa foi explicada. O motivo que nos afastou parece tão besta depois de sabermos que nada do que pensávamos era real, que ela tava cheia de trabalho com a linha da marca dela e por isso não me respondia direito e que eu não havia bloqueado ela.

Foi quando nos abraçamos que senti que tudo poderia voltar ao normal. Aquele abraço que senti saudades, estar rodeada pelos seus braços me trazia paz, conforto e segurança. Ela me perguntou se poderia ficar comigo essa noite, e era óbvio que eu disse que sim. Perguntei o motivo da briga e ela disse que tinha sido por minha causa. Quando ela disse que a mãe dela falou que sabe o quão profissional ela é, eu dei um pequeno sorriso que ela nem viu.

– É, acho que todo mundo pensa isso sobre você, não é a primeira pessoa que diz isso. – Olhei para frente e voltei a encará-la quando ela me olhou de novo.

– Quem mais falou isso? + perguntou curiosa e fiquei com dúvida se falava ou não, não sabia como ela reagiria ao escutar o nome da ex melhor amiga.

– Saad. – Ela não pareceu tão surpresa e me perguntou o porquê ela disse isso.

Expliquei tudo e depois pedi para irmos embora porque estava com fome e estava começando a ficar frio. Fomos para o hotel que eu estava só para pegar minha mala e depois fomos para o meu apartamento novo.

Luz, câmera, ação - MabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora