Segredos Do Tempo_ Volume 1

Capítulo 27

Embora o baile estivesse até agradável, não consegui deixar de ficar triste quando o Spencer veio se despedir de mim, ele disse que o agente dele ligou e que precisava ir embora mais cedo do que esperava, e que nos veríamos em breve. Ah... Aquela casa não vai ser a mesma sem ele, foram poucas semanas mas me apeguei a ele de uma forma inexplicável.

Aaron também não exitou em me chamar pra dançar, fiquei tão feliz por ele ter me escolhido, e lá estávamos nós, dançando sozinhos no meio do salão com as pessoas todas em volta, ao som de Next to me de Imagine Dragons que estava tocando em um palco improvisado muito pomposo.

— Então? Gostou? Eu que escolhi a música — ele sorria para mim, os olhos em minha volta fazia meu estômago subir e descer, subir e descer.

— É, até que você tem bom gosto —provoquei enquanto ele me rodopiava — Sério, isso tá com muita cara de conto de fadas, tem certeza que nenhuma bruxa vai me atacar agora?

Ele riu da minha brincadeira mostrando dentes brancos e incrivelmente prefeitos.

— Não, nenhuma bruxa vai atacar você, e se atacar eu protejo você, como o bravo príncipe que sou — ele fez uma cara de confiante e levantou o peito me fazendo rir horrores.

Ficamos em silêncio enquanto dançávamos, apenas um olhando nos olhos do outro, ele me levantava as vezes como se eu pesasse gramas e não quilos. Lá fora uma tempestade acompanhada de trovões e relâmpagos caía sem dó, me perguntei se era seguro para Spencer viajar com um temporal desse.

No fim da música ele me jogou para trás e segurou minha coxa fazendo uma salva de Palmas ser ouvida e me surpreendendo ao mesmo tempo. Quando voltamos para junto do rei e da rainha eles sorriam, claro que encarei aquele sorriso com desconfiança.

— Vocês ficam tão bem juntos ! — disse a rainha, eu sentia a falsidade dela de longe.

Parece tudo tão perfeito não é? Aquela era a mais conhecida calmaria antes da tempestade, não a que estava caindo lá fora, mas sim a da minha vida. Aguardem só.

Eu sorri para a rainha sentindo meu estômago reclamar daquilo.

— Olha só quem está aqui, a linda Melina — eu virei a cabeça na direção da voz, dando de cara com um homen alto e moreno — lembra de mim, não lembra?

Eu franzi a testa enquanto ele beijava minha mão, tentando me lembrar dele.

Ouvi Aaron suspirar impaciente do meu lado.

— Melina, esse é o príncipe Roman, irmão da Princesa Charlotte. — disse o Aaron.

Eu sorri pra ele.

— É um prazer conhece-lo, Alteza. — eu fiz uma breve reverência.

Ele sorriu um pouco decepcionado e logo depois voltou a falar.

— O prazer é meu, mas tem certeza que não se lembra de mim? — ele franziu a testa e eu vasculhei todas os cantos da minha mente.

Eu de fato não me lembrava...

— Não, Ron, ela não se lembra — Aaron tinha um tom de voz reprimente, enquanto fuzilava o Roman com os olhos.

Eu sei que vocês sabem de alguma coisa que eu não sei, mas que culpa eu tenho? Eu não me lembro.

— Nossa, olha só essa chuva — disse a rainha enquanto olhava pra uma das grandes janelas já fechadas pelos empregados por causa da chuva — Melina, pelo que sei sua casa é na praia não é? Bem longe daqui, seria perigoso voltar sozinha para casa com essa chuva. Porque não fica conosco essa noite?

Eu não precisava olhar pro Aaron pra saber que ele apoiava.

— Mãe, essa é uma ótima ideia— derrepente ele parou, percebendo alguma coisa — espera, sozinha? E aquele seu primo que veio com você?

Àquilo me fez lembrar que quando voltasse para casa, ele não estaria mais lá, droga! Já estou com saudades dele.

— É, ele teve que ir embora mais cedo, o assessor de imprensa dele ligou e... — eu me perdi nas palavras derrepente — vida de estrela.

Eu tentei rir na última frase mas a mão dançante de Aaron nas minhas costas estava me causando arrepios.

— Bom. Eu acho uma ótima ideia você ficar aqui, aliás eu não deixaria você ir sozinha até em casa com uma chuva dessas. — disse o rei me olhando carinhosamente.

Depois de muita conversa e outras danças, e depois que os outros convidados foram embora uma senhora me levou até um quarto no segundo andar, o Aaron teria feito isso pessoalmente se o rei não tivesse o chamado para uma conversa urgente no escritório. O quarto era grande e enquanto eu tomava um banho a senhora buscou algumas roupas para mim, e não me perguntem onde ela conseguiu roupas do meu tamanho, liguei para minha mãe, contei a ela do passeio, de amanhã, ela viria amanhã bem cedo para o castelo e traria as coisas que pedi. Eu estava no telefone com ela quando batidas na porta me assustaram levamente. Eu desliguei o telefone e fui ate a porta.

Um Aaron com um cabelo agora bagunçado e sem seu blazer estava do outro lado da porta, os botões da camisa estavam abertos no peito deixando a mostra os músculos que moudavam sua pele. Embora ele trouxesse uma expressão preocupada, ela desapareceu quando ele passou os olhos por mim, mordendo o lábio inferior.

O pijama que a senhora havia trazido estava um pouco pequeno.

— Está tudo bem? — eu disse dando passagem pra ele.

Seu rosto preocupado voltou assim que ele entrou.

— Só alguns problemas políticos. — ele deu de ombros como se não fosse nada importante.

Eu cruzei os braços na frente do peito e o encarei, ele estava preocupado com alguma coisa, e não era problemas políticos.

— Eu conheço você, e sei que problemas políticos não deixa você assim — eu me aproximei olhando em seus olhos.

Ele suspirou como se estivesse prendendo a respiração e então começou a falar.

— É que agora que o país sabe quem eu sou... É tanta coisa, já tenho três entrevistas marcadas, e tem o discurso, e o pior de todos os problemas, não vou poder te ver com tanta frequência mais, nem na faculdade — ele se sentou em um grande banco que havia na frente da cama.

Ele tinha razão, seria difícil nos vermos a partir de agora.

— Não se preocupe com isso agora, vamos dar um jeito, eu posso vir ao Castelo nos fins de semanas — me sentei ao lado dele e coloquei uma mão em sei ombro.

Ele me deu um sorriso triste fazendo meu coração doer.

— Tira esses problemas da minha cabeça, só por essa noite, por favor — ele implorou analisando o meu rosto.

— E como eu faria isso? — eu franzi a testa.

Ele n respondeu, simplesmente me puxou para o seu colo e me beijou como se dependesse daquilo para sobreviver. Foi uma noite bem turbulenta, e o mais estranho de tudo foi que, tudo aconteceu como se fosse a última vez.