Capítulo 3 - A primeira vez que saímos juntos

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DOMINIQUE P.O.V

Porto Alegre

28 de março de 2018

Eu estava lembrando aqui da primeira vez que saímos juntos. Não foi nada planejado, só aconteceu. Foi 2 dias depois que conversamos pela primeira vez. Era uma quarta-feira e tínhamos acabado de sair da aula de física, nossa última aula do dia. As minhas amigas me chamaram para ir ao barzinho que tinha de frente para a faculdade e eu topei ir, mesmo não bebendo. Pensei que aquela era a oportunidade perfeita para passar mais tempo contigo, então te chamei para ir conosco. Para não soar estranho, chamei o Fernando, seu melhor amigo, e outros dois guris, o Henrique e o Lucca - que na época não eram tão próximos, mas que com o tempo se tornaram os meus melhores amigos.

O Fernando não pôde ir, mas você, o Henrique e o Lucca, sim. Mas verdade seja dita, eu não estava nem aí para eles, eu queria mesmo era que você fosse. E você foi.

Sentamos lado a lado no bar e esquecemos dos nossos amigos, ficamos no nosso mundinho particular. No início, você estava bem tenso, bem retraído, mas depois foi se soltando e foi ótimo. Conversamos muito, sobre muitas coisas e por causa do barulho, você se inclinava na minha direção e falava tudo muito perto de mim, para eu conseguir te escutar. A minha única vontade era te beijar. Não estávamos seguros àquela distância mínima.

—Qual foi a primeira impressão que tu teve de mim?

Você me perguntou e eu ri. Eu não podia falar em voz alta qual tinha sido a minha impressão de ti.

—Acho melhor não falar –respondi rindo.

—Por que não? –você perguntou curioso.

—Porque nossa amizade que nem começou direito, vai terminar.

Respondi de bom humor, achando que você desistiria de saber, mas na verdade causei o efeito oposto em ti. Só alimentei tua curiosidade e depois de muita insistência por sua parte, falei.

—Você tem cara daqueles empresários safados.

Falei rindo, para aliviar a tensão. Eu tinha medo de qual poderia ser a sua reação - que, no final, foi super tranquila. Você quis que eu explicasse melhor e eu falei que você era muito bonito e que deveria ter muitas garotas atrás de ti. Eu imaginava que você fosse um pegador, mas depois eu vi que não. E fiquei extremamente aliviada. Eu não conseguiria te ver beijando outras mulheres na minha frente.

—Você também é muito bonita, Dominique.

Você falou e eu sorri. Aquele elogio só significou muito para mim, porque tinha vindo de você.

—E qual foi a primeira impressão que você teve de mim? –perguntei.

—Que tu é daquelas gurias que era a abelha rainha na escola, com milhares de súditos atrás de ti, que fazem tudo o que tu mandar eles fazerem. Se tu manda-los pular, eles pulam.

Você falou e eu ri. Era uma leitura de mim engraçada, não muito distante da realidade, confesso. Mas aí ficava a pergunta: isso era um problema para ti?

Seguimos conversando pelo resto da noite, sem nem lembrar dos nossos amigos. Quando o bar fechou, sei lá por que, fomos embora juntos. Você abriu e a fechou a porta do carro para mim.

Do bar, fomos para o meu prédio e ficamos conversando enquanto você chamava um uber para ir para a sua casa.

Na hora de nos despedirmos, você me deu um abraço forte e demorado. Pedi para que me mandasse uma mensagem quando chegasse em casa, para eu saber se você estava vivo e bem. Foi uma forma de descontrair e tornar a despedida menos estranha.

Já em casa, você me mandou uma mensagem agradecendo por eu ter cuidado de ti e pediu desculpas pelo mico que pagou (você estava bêbado).

Eu falei que não tinha problema e conversamos. Por várias vezes você me disse que ia dormir e meu tchau, mas você nunca ia embora, sempre voltava e me mandava uma nova mensagem no instagram ou no whatsapp.

O que eu nunca te contei sobre aquela noite é que eu sabia que você estava fingindo estar bêbado e foi naquele dia que eu soube que não conseguiria mais viver sem você.


CONTINUA...

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