Capítulo 10 - O reencontro

294 15 16
                                    

Música tema do capítulo: Never Forget You, Zara Larsson


●●●


7 ANOS DEPOIS...

DOMINIQUE P.O.V

Porto Alegre

6 de setembro de 2025

Ah, o arroz e o feijão! Como eu senti saudades da comida brasileira. Depois de 3 anos morando na Itália, tudo o que eu queria era comer um bom arroz e feijão com bife. Nunca pensei que essa seria a minha maior saudade do Brasil.

Feliz por estar em contato com todas aquelas comidas gostosas de novo, eu passeava pelos corredores do mercado, olhando sem pressa todas as prateleiras. Eu queria relembrar todas as delícias que vendiam nos mercados brasileiros.

Parei na seção das bolachas e me surpreendi ao ver que eu não conhecia mais nenhuma daquelas marcas. As marcas na Itália eram muito diferentes das marcas do Brasil ou esse mercado que não é o dos melhores?

Atolada em pensamentos e maravilhada com todas aquelas bolachas, fui tirada do meu mundo.

—Dominique... Tu está de volta.

Ouço uma voz masculina perto de mim. Viro a cabeça para olhar em direção a voz e minhas pernas tremem quando eu vejo quem era.

—Pedro –falo quase sem ar.

Meu coração dispara e minhas mãos começam a soar. Não nos falávamos desde a nossa briga, muitos anos atrás.

—Oi –você fala se aproximando de mim.

—Oi –eu respondo sem saber como agir.

—Não esperava te encontrar por aqui, achei que estivesse morando na Itália –você falou sem tirar os olhos de mim.

—Estava... Voltei ontem –respondo sem jeito.

—É definitivo? –você pergunta.

—Sim –confirmo.

Tanto eu, quanto você, não sabíamos como agir. Não nos víamos há 3 anos, não nos falávamos há 7 anos. Uma vida tinha se passado nesse intervalo de tempo. Não nos conhecíamos mais.

—Tu está linda.

Você fala com os olhos brilhando, enquanto me olhava. Não, por favor, não faça isso comigo. Eu não vou aguentar.

—Obrigada –respondo sem jeito.

—O tempo te deixou ainda melhor –você continuou.

Observei-te. Você continuava igual, só tinha um rosto cansado e estava começando a ficar careca – o que mostrava que os anos tinham passado. Mesmo assim, você continuava sendo o homem mais bonito que eu já tinha visto em toda a minha vida.

—Trabalhando muito? –pergunto.

—Sim. Dias e dias sem dormir –você responde.

—Sinal que a vida profissional anda bem –falo tentando descontrair.

Você sorri e ficamos em silêncio. Não nos sentíamos confortáveis perto do outro e isso era evidente.

—Prazer te rever. Eu vou indo –eu falo louca para sair dali.

—Digo o mesmo –você responde me olhando intensamente.

Coloco minhas mãos no apoio do carrinho de compras e começo a empurra-lo.

Amor de faculdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora