DOMINIQUE P.O.V
Porto Alegre
28 de outubro de 2018
Sete meses. Esse foi o tempo que precisamos para ter a nossa primeira e única briga.
Tínhamos acabado de voltar de uma tarde maravilhosa no Parque Marinha do Brasil e estávamos de bobeira no apartamento da Ju. Você começou a mexer no seu instagram e foi aí que tudo começou a dar errado.
—Olha que engraçado essa mensagem que a sua amiga me mandou.
Você falou virando a tela do celular para mim. Li a mensagem e não achei nada engraçado. Beatriz, uma de minhas melhores amigas, estava dando em cima de você. Eu ainda não sabia o que nós éramos, mas nós éramos alguma coisa.
—Não achou engraçado? –você perguntou decepcionado, vendo que eu não ria.
—Não, achei sem noção –respondi seca.
—Ah, qual é, é brincadeira dela –você falou me abraçando.
—Pedro, ela está dando em cima de você descaradamente e ainda pediu para você não me contar sobre essas mensagens. Que tipo de brincadeira é essa? –perguntei sério.
Eu não estava de graça com ele. Nem com ela. Beatriz que me esperasse, à noite eu teria uma conversa séria com ela. Ela não era minha amiga, era uma cobra infiltrada.
—Você leva as coisas muito a sério –você falou me soltando.
Você também já não estava mais de graça comigo. Pelo contrário, você estava irritado.
—Eu quero que você a tire do seu instagram. E todas as gurias de Curitiba que pediram para te seguir –falei.
—Por quê? –você me questionou.
—Porque eu não quero essas gurias no seu instagram –respondi.
—Eu não vou fazer isso –você falou sem me dar bola.
—Pedro, elas nem te conhecem. Por que diabos querem te seguir e acompanhar as suas postagens? Tem guria aí que era da minha escola e nem me segue no instagram. Quer seguir você por quê?
Falei o que tanto me incomodava. Não era só ciúme, eu não conseguia entender por que essas garotas queriam seguir você. Vocês não se conheciam, elas não eram minhas amigas. Não tinha motivo.
—São pessoas que tu conhece... –foi o que você respondeu.
—Você não vai tirar? –perguntei já perdendo a paciência.
—Não. O instagram é meu e eu deixo quem eu quiser me seguir –você respondeu grosso.
—Então é assim? –perguntei cheia de raiva.
—É –você respondeu irritado.
—Beleza então.
Falo com raiva e me levanto do sofá, indo pegar as minhas coisas para ir embora. Pedro observa tudo em desespero.
—Onde tu vai? –você me pergunta.
—Para a minha casa –respondo sem te olhar.
—Não tem porque tu ir –você insiste do sofá.
—Mas eu quero –falo enfiando tudo dentro da minha sacola.
—É sério isso? –você pergunta sem acreditar.
—É –eu respondo.
Depois disso, chamei um uber e fui para a minha casa. Chorei a noite inteira e ignorei todas as suas ligações e mensagens.
Aquela tinha sido a nossa primeira e única briga. Depois dela, não fomos mais nada.
CONTINUA...
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Amor de faculdade
Historia CortaEu vi a felicidade. Ela tem olhos castanhos, barba cheia, um sorriso convidativo e um sotaque gaúcho encantador. Sua boca falou palavras bonitas que eu queria ouvir e eu fui. Essa é a minha história e a de Pedro, o meu amor de faculdade.