SINOPSE
Apollo e Thalia terminaram o namoro. Os dois possuem um sentimento tão forte um pelo outro que seu maior medo é que possam se esquecer.
Esse medo cresce dentro deles, fazendo-os questionar cada aspecto, cada decisão a respeito de seu namoro...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Eu havia acabado de entrar na cafeteria que costumava ir com você, o sininho preso na porta tilintou como sempre, mas algo tinha mudado, na verdade muita coisa tinha mudado. Fui até o balcão, pedi um latte grande e me sentei na mesa de madeira, mas não na mesa de número 12, não na nossa mesa.
Fiquei cerca de uma hora naquele lugar, uma hora pensando em como pude deixar tudo escapar entre meus dedos, como fui capaz de deixar você ir embora, ou pior, o porquê deixei você ir embora. Mas a resposta veio alguns minutos depois...
O sininho ecoou pelo local, e um pequeno cheiro característico que havia se fixado na minha memória há três anos, voltou a inebriar meus sentidos, me deixando mole, me deixando vulnerável. Sua barba estava um pouco grande, lembro de quando você disse que deixaria ela crescer, eu gostava da ideia, seu cabelo ainda possuía o mesmo corte rente a cabeça nas laterais e o topete estiloso, estava mais lindo do que eu lembrava.
Mas você não estava lá para me encontrar, tanto que nem me notou no fundo da cafeteria, estava concentrado demais em outra coisa, seu olhar estava fixo na porta e de minuto em minuto alternava seu olhar entre a porta e o relógio. Uma mulher passou pela porta, loira, olhos claros e o corpo era de uma modelo, ela olhou ao redor, perdida, os olhos verdes dela pararam exatamente nos seus, vocês sorriram de orelha a orelha um para o outro.
Você ficou de pé, indo de encontro a ela, então, depositou um beijo sincero na boca dela, sincero até demais. Eu não estava com ciúmes, mas sim magoada, pois faziam apenas duas semanas desde que havíamos terminado. Fazia duas semanas que aquela dúvida estava matando cada parte de mim, cada célula, cada...
Então, você se virou para acompanhá-la até a mesa de número 12, mas no caminho seus olhos finalmente encontraram os meus, eles estavam marejados, pois foi exatamente daquela forma que nosso primeiro encontro aconteceu. Você estava tentando me apagar, me substituir...
Ainda éramos alguma coisa? Acho que àquele ponto nós éramos apenas uma parte do passado um do outro.
Joguei o resto do meu latte no lixo, as lágrimas já percorriam o mesmo caminho, de dias atrás, por minhas bochechas. Seus olhos ainda me acompanhavam, havia um pouco de desespero neles, talvez, não sei, meus olhos estavam embaçados demais para ter certeza. Mas eu consegui ouvir um grito ao fundo antes de passar pela porta, ou melhor, um grito seu...
"Thalia, espera!"
Nem me dei ao favor de virar para ver se você correria atrás de mim, pois no fundo eu sabia que você não faria isso, pelo menos não mais. Aquela pergunta traiçoeira insistiu em surgir na minha cabeça, aquela pergunta que surgiu duas semanas atrás apenas para tirar meu sono, aquela pergunta que fez mais lágrimas escorrerem por meu rosto, aquela pergunta que eu não obteria resposta e que eu não poderia mais negar, aquela pergunta...