7 capítulo

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Dois meses depois.

Enquanto tiro a poeira das prateleiras do supermercado onde estou trabalhando.
(não ganho muito bem nesse novo trabalho, mas foi o único que consegui até agora, então aceitei logo)
as vezes a gente não tem muita escolha na vida.
Ouço meu telefone tocar no bolso.
Havia esquecido de colocar no silencioso quando cheguei, Então atendo:

"Oi, Laura"
"O que?"
"Eu? ta doida? jamais"
"Certo, vou pensar"
"prometo"

Desligo o telefone e continuo meu trabalho, ignorando a ligação de Laura à pouco tempo.
À noite chego em casa bastante cansada, a casa esta com um enorme silêncio o que significava que o povo ja estava dormindo à essa hora.
Caio havia conseguido alugar uma casa pequena aqui perto, mesmo a gente já estando acostumados com a presença dele principalmente meu tio que havia até arranjado uma companhia de piadas.

Tiro os sapatos e me sento no sofá.
Então ouço batidas na porta, esperei por alguma outra batida só para ter certeza que não era coisa da minha cabeça e realmente não era, quando abri a porta uma Laura falante e com uma bolsa no braço entrou.

-Então, Você pode me agradecer por estar aqui porque eu quase que fui atropelada por um motorista doido quando atravessei a rua da frente.

-Sorte dele, O coitado ia ser atormentado pelo resto da vida.
falei, me sentando novamente no sofá.

-Haha, muito engraçada! Então já preparou tudo para nossa viagem?
Ela perguntou

-Preparar o quê?

-Suas malas, ora! vai precisar de roupas para passar três dias lá.

-Eu não vou.
falei, encostando a cabeça no sofá e já sentindo a acusação em seguida.

-O que? Mas você falou no telefone que..

interrompi
-Falei que iria pensar, pensei, e decidi que eu não vou.

-Não acredito! essa é uma grande oportunidade para você se tornar uma grande cantora.

Olhei para ela
-Acha mesmo que entre todas as candidatas ricas eles iriam escolher logo eu?

-Mas você não sabe, nem tentou.

-Eu não vou, já decidi.

Ela se sentou no outro sofá à minha frente, colocou a bolsa de lado e me olhou séria.
-É por conta da sua mãe né?

-Não, Não tem nada haver com ela!

-É inacreditável! Quando aparece alguma oportunidade por menor que seja de felicidade, você simplesmente coloca uma pedra em cima e finge que não vê.

Não respondi nada.

-Sabe o que eu vejo quando olho para você? Uma mulher capaz de enfrentar o que for pelos seus sonhos mas que acabou se conformando com a vida que têm.

Todas essas palavras ditas por ela, se arrastaram pelo chão da sala devagar, entraram pôr minha boca e ficaram presas dentro da minha garganta como um nó imenso.
Fiz esforço e proferi baixinho:
-Essa mulher não existe mais.

Ela ouviu, perdurou um pouco e falou:
-Mas é claro que existe, você só precisa encontra-la ai dentro.

Pensei em tudo o que ela falou por um tempo, me levantei e abraçei Laura enquanto sentia algo crescer em mim novamente.

De frente com o DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora