3 capítulo

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Chego em casa por volta das 6 horas da noite, abro a porta, deixo a bolsa em cima da cômoda da sala e não ouço a voz de ninguém, o que é muito estranho.

-Tia, Tio?
chamo por alguém na sala, quando vejo minha tia saindo da cozinha.
-Oi, chegou bem na hora que eu ia pôr os pratos na mesa.

-Deixa que eu te ajudo com isso.
seguro os pratos de suas mãos e coloco-os sobre a mesa cuidadosamente. Então reparo que há um prato à mais do que costumamos colocar na mesa.

-Quatro pratos?
olho para minha tia, confusa.

-Temos visita hoje, querida.
ela sorri, com uma expressão misteriosa de quem sabe alguma coisa que eu ainda não sei.

-Que história é essa? De quem?
Quando termino a pergunta vejo alguém saindo da cozinha.
Era um homem alto, magro de cabelos escuros,enrolados, olhos castanhos que me soou famíliar e um sorriso galanteador nos lábios. então reconheço de quem se tratava, vários momentos de minha infância que pensei ter esquecido me veio a tona.

-Caio?

Ele sorri mostrando os dentes perfeitamente alinhados.
-Em carne e osso, sou eu mesmo! sentiu minha falta?

-Meu deus, que surpresa! Não acredito!
Coloco a mão sobre a boca espantada. Ando em direção até ele e lhe dou um abraço que ele retribui generosamente.

Nos separamos, ele analisa meu rosto e diz:
-Como você esta bonita, Maria! De tornou uma linda Mulher!

-Obrigada, mas então,o que você esta fazendo aqui?
tento mudar o rumo da conversa antes que eu ficasse desconfortável.

-Ora,vim fazer uma surpresa! -ele sorri

-Pera, fala logo a verdade!
respondo

- Na verdade recebi uma vaga de emprego aqui perto do centro e descobri por seu tio que você estava morando por aqui junto com eles, então eu aproveitei a oportunidade pra te ver.

-Menino, você não tem jeito mesmo! Quanto tempo passou né?

-Foi, acredite se eu esbarrasse com você pela rua não teria te reconhecido nunca.

-Nem eu
rimos.

Minha tia então termina de preparar a janta, e nos chama:
-Então pessoal, vamos jantar? seu tio vai chegar um pouco atrasado hoje, mas a gente guarda um pouquinho pra ele.

-Bom, se Caio deixar né? Senta ai na cadeira.
Aponto para uma das cadeiras da mesa.

-Que é isso maria? você falando assim dona Margareth vai pensar que eu como muito?

-Ue, você repetia três vezes quando a gente estudava juntos.
declaro, e caio faz uma expressão de ofendido.

-Esta envergonhando o rapaz, Maria. Pode comer a vontade meu filho! Se não comer, tem que lavar os pratos do jantar viu?

-pode deixar comigo, então.
caio responde.

Começamos a comer enquanto conversávamos bastante sobre tudo que havia acontecido em nossas vidas.
Em seguida eu ajudei minha tia a lavar os pratos do jantar e guardar no armário da cozinha.
Ao terminar andei em direção a varanda e avistei Caio olhando para o céu.

-Então, o que esta fazendo da vida?
pergunto me aproximando dele.

-Ah, eu estava trabalhando em uma fábrica de tecidos mas não deu muito certo, então recebi uma proposta de emprego na Loja de construção como vendedor, sabe?

-Ah sim, que legal!

-É sim, então vou ver de me encaixo nesse emprego.
ele responde e olha para o lado como quem tivesse tentando esconder algo.

-Esta tudo bem com você?

-Esta sim.
ele responde e permanece em silêncio.

depois de alguns segundos, ele continua:
-Na verdade não, maria. Eu não vim ate aqui por acaso, desculpe por mentir para vocês, mas é que eu não queria dizer na frente de sua tia.

-hum, mas o que houve realmente?

-Eu não tenho pra onde ir, essa é a verdade.

ele me olha e percebo a decepção que estava camuflada por trás de seus olhos indecifráveis.

-Mas, como assim?

-Eu recebi essa vaga por aqui, e não tenho onde ficar, não posso alugar um apartamento porque são todos caro por aqui e eu não tenho nenhum dinheiro por enquanto. Então liguei para seu tio e ele me disse que vocês estavam morando por aqui, então pensei em te pedir ajuda sabe?
Sei que faz muito tempo que a gente não se via e eu não tenho direito de aparecer do nada na sua casa te pedindo algo assim, mas eu não tenho outra escolha.

-Não, não, tudo bem Caio. Você pode ficar por aqui o tempo que precisar e quando conseguir o dinheiro suficiente, você aluga alguma casa por aqui mesmo.

-Sério?
ele pergunta e vejo um misto de esperança em seus olhos que agora já não são mais tão indecifráveis como pensei.

-Sim, Pode ficar aqui em casa o tempo que precisar.

Ele me da um abraço de gratidão.
-Muito obrigado, obrigado mesmo, nem sei o que dizer.

-Tudo bem.

Então lembro do aniversário que Laura havia me convidado mais cedo no jornal.

-Quando você começa a trabalhar?
pergunto a ele

-Na segunda-feira cedinho.

-Ótimo! Então eu e você temos um aniversário para comparecer amanhã sem falta.

Ele começa a rir
-Como assim? aniversário de quem?

-É de um amigo da minha amiga, ela me convidou, e eu na verdade não gosto muito de sair, entende? e estava procurando alguma desculpa, masss agora vou te levar, quem sabe pode te fazer bem.

-Hum, E eu tenho escolha?

-Não tem não!
Solto uma risada e ele acaba rindo também.

De frente com o DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora