2 capítulo

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Continuação

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Continuação

Então, cheguei em casa ja escurecendo. Entrei pela porta e falei ofegante.
-Mãe, desculpe a demora.

ela estava engomando as roupas da Dona que ela trabalhava durante a semana.
-Onde você estava? perguntou preocupada

-Eu me atrasei porque abriu uma loja de instrumentos e eu parei para olhar.

-Onde é essa loja?

-Perto do mercado, onde antes o homem vendia peças de roupas.

-Você podia ter se perdido ou acontecido algo pior, Maria.

-Bobagem mãe! mas olha, a moça da loja me falou que pode me ensinar a tocar violão se eu quisesse.

minha mãe fez uma expressão que eu ja sabia o que queria dizer.

-Nem pensar -ela balançou a cabeça em negação -Você tem que começar a se preocupar com os estudos pra poder arranjar um bom trabalho.
Precisa aprender a ter responsabilidades.

-Mas eu tenho! só séria pela tarde.
Não iria atrapalhar a escola.

-Tocar violão vai colocar comida nessa casa? nem pensar.

Juntei as mãos em sinal de súplica e falei:
-Esse é um dos meus sonhos, sabe disso, sera só por algumas horas da tarde.

-Nós não temos privilégio de ficar sonhando não! isso é coisa de gente rica, ja te falei mil vezes.

-Mas mãe..
ela me interrompeu
-Encerrou o assunto maria.

Então fui em direção a geladeira, coloquei as verduras, fechei a porta e fui para o quarto inconformada com o pedido negado por minha mãe.

De manhã cedo, ela me acordou, se fez silêncio por um momento e falou baixo:
- Vá para a escola, almoce e depois va até a loja de instrumentos e diga que eu consenti com a idéia do violão.
Só espero que eu não me arrependa disso, ouviu?

Abraçei-a com muita alegria.
-Obrigada mãe, te amo
e ela assentiu.
-Eu também te amo filha.

Os dias foram se passando e toda tarde eu saia em direção a loja para aprender violão com minha mais nova companheira.

Então em uma noite me despedi da moça da loja e voltei para casa.
Quando ia chegando perto avistei minha casa ao longe mas notei algo estranho e confuso naquela noite.
Havia uma ambulância e muita, muita gente ao redor, algumas eu conhecia já outras não.
Senti algo ruim crescer no meu estômago, uma sensação de náusea me cercou e eu não sabia o que estava acontecendo, so sábia que precisava chegar a minha casa rápido, então corri o mais rápido que pude! árvores, casas,pessoas, crianças, e o vento ficavam todos para trás enquanto meus cabelos se ajuntavam sobre o suor do meu rosto, em um piscar de olhos, eu estava em frente a minha casa.
Vejo médicos saindo e levando minha mãe em uma cama de hospital e paraliso.
minha mãe?
parecia que eu estava dentro de um dos inúmeros pesadelos que eu tinha com vários palhaços correndo atrás de mim e eu não conseguia acordar, falar, gritar nem fazer coisa alguma, mas este pesadelo era diferente, esse era real, eu sabia que era e eu orei baixinho para que não fosse.
Ouço um homem apontando e perguntando se eu sou a filha com uma expressão de pena no rosto, vejo as portas da ambulância se fecharem e minha mãe..
minha querida mãe sendo levada para longe de mim, ouço muito barulho ao meu redor, alguém me abraçando forte e lágrimas descontroladas desciam pelo meu rosto freneticamente.

●10 ANOS DEPOIS

"Isso aconteceu em 15 de agosto de 1990.
Sou Maria do Socorro, filha de Marta do Socorro, nasci e me criei em um dos morros pobres do Rio de janeiro, de onde hoje tenho muitas saudades, recordações e pesares no coração."

-Bom, ja terminei por hoje, ja vou indo!
me levantei da cadeira cansada.

-O que você estava digitando? Estava tão concentrada.
Laura me olha com curiosidade

-Algo pessoal.

-Tudo bem então!
Ela levantada as mãos em sinal de rendição e eu começo a rir.

-Olha só -Ela aponta para mim -Te encontro amanhã as cinco horas e nada de fugir dessa vez.

-Ta, eu vou -falo desanimada

-Acho bom.

pego minhas coisas e coloco tudo dentro da  minha bolsa marrom.

-Ja vou para casa, hoje é sexta-feira!

Ela me olha confusa.
-Dia de sair mais cedo, querida!
respondo.

-Ah sim, concordo. Vou só terminar uns papéis e vou pra casa também.

-Até amanhã -falo saindo na porta

-Até!

De frente com o DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora