Capítulo 4

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Gwen

Eu não estava bêbada, não estava nem perto de estar embriagada mas eu ouvi a voz dela. Isso era impossível, eu deveria estar louca. Estava realmente enlouquecendo, pois estava dando ouvidos a sussurros da minha cabeça, o que não fazia sentido algum. Após me estabilizar, caminhei apressada pelos corredores da festa e em alguns minutos eu estava no meu carro, dando partida e indo até a antiga casa.

- Você está fora do seu juízo Gwen.

Falava para mim mesma enquanto dirigia pelas ruas de madrugada, os carros passavam rapidamente e então o movimento foi diminuindo gradativamente quanto mais eu me aproximava da antiga casa. A grande placa de "aluga-se" balançava com o vento, a estrutura toda escura passava um ar diferente agora.

Assim que cheguei, estacionei o carro e o tranquei antes de caminhar até a porta, onde a abri com uma das chaves que ainda guardava comigo.

- O que eu vim fazer aqui?

Pergunto para mim mesma enquanto adentro na casa escura, o barulho dos meus coturnos contra o chão faziam um eco e vez ou outra sentia um arrepio e o sentimento de arrependimento de ter vindo crescia cada vez mais.

Bato na minha testa e então desisto de vasculhar esse lugar por algo que achava que tinha, por causa de uma voz da minha cabeça. Não havia sentido algum.


Me viro para ir embora. Essa foi uma decisão tomada por impulso decisão da qual já me arrependi.

"No quarto"

Ouço novamente a voz de minha mãe, meu corpo fica incapaz de se mexer com o tamanho susto, as pontas dos meus dedos começam a formigar. Bato a mão nos bolsos da jaqueta em busca do meu celular mas o aparelho não está ali, ou seja, estava em uma casa vazia, no escuro e ouvindo coisas. Sinto o frio na espinha enquanto estava estática no meio da sala.

"Vá para o quarto!"

E foi como se eu não tivesse controle mais das minhas pernas, por mais que eu quisesse correr do lugar eu não conseguia, o caminho que conseguia fazer era para o quarto da mulher. Ouvia nitidamente o vento da madrugada balançar as folhas das árvores e os meus passos nos pisos. Sentia os calafrios e a sensação de algo ruim.

Ao adentrar o cômodo foi como se tivesse tomado um soco na têmpora, uma onda de tontura me atingiu, me tirando totalmente o equilíbrio, caí de joelhos no chão gelado, ouvi o barulho do impacto ecoando na casa, respirei fundo e observei o lugar com rapidez e chegando a conclusão de que estava sozinha ali, e foi então que aos poucos me aproximei do guarda roupas. Minha cabeça doía tanto que tive que fechar os olhos, era uma pressão grande que me fazia perder noção das coisas.

" no fundo falso"

A voz estava do meu lado, me recusando a abrir os olhos e sentindo cada pelo do meu corpo arrepiado. Fiquei ali por mais um tempo até conseguir coragem para olhar em volta, e não tinha ninguém, o que só me deixava com mais desespero.
Abri o guarda roupas e fiscalizei o vazio antes de olhar no fundo falso, onde ficavam as joias da minha avó, as quais eu havia levado comigo quando me mudei. Mas foi então que eu vi, com se fosse um embrulho de pano, o peguei e o coloquei ao meu lado no chão desfazendo o nó. E ali estava um livro com a capa de couro com um símbolo estranho e um tecido azul escuro dobrado perfeitamente.

FederkleidOnde histórias criam vida. Descubra agora