Uma história de amor

50.

Andrew PoV

Eu acordei e estava sozinho no quarto, eu sentia um vazio enorme em mim, era como se faltasse algo muito importante, eu sinto que eu preciso fazer alguma coisa e não faço a menor ideia do que seja, eu levanto com cuidado pra evitar outra dor de cabeça e alcanço o controle pra fazer a cama levantar.

São poucas as coisas que eu sei, além de que eu precisei tirar um tumor no cérebro, eu preciso saber mais sobre a minha vida, é angustiante, minha única informação é que Meredith e eu continuamos juntos, eu sorrio, sete anos depois de uma aventura turística por Veneza, nós estamos juntos, eu olho pra minha mão, sem aliança, será que em tanto tempo nós não casamos ou tiraram por causa da cirurgia? Será que nós temos filhos? Será que eu esqueci até isso? Meu coração se aperta com essa perspectiva, eu me mudei pra Seattle? Quando? Eu vim atrás da Meredith? Eu não consigo explicar essa sensação de tentar lembrar o que aconteceu na minha vida e não conseguir

Depois que eu tomei banho e voltei pra cama, ainda com todos aqueles pensamentos rondando a minha cabeça, a Meredith entra no quarto

- Acordou

Ela diz com um sorriso

- Nós temos filhos, Mer?

- O que... como... por que?

Ela parece realmente surpresa com a pergunta

- Sei lá, eu sinto que falta alguma coisa e são sete anos que eu não lembro, nós estamos juntos todo esse tempo, eu imaginei que pudéssemos ter filhos

Ela se aproxima da cama

- Eu não posso contar nada, não é bom pra você

Ela parece triste, eu pego a mão dela e é como eu desconfiava

- Também não tem uma aliança

Eu digo sem conseguir olhá-la nos olhos

- Andrew...

Eu sinto que tem algo errado, eu sei que tem

- Nós estamos juntos ou você está aqui só porquê eu estou no hospital? Eu não posso acreditar que nós terminamos mas também não se encaixa que nós estamos juntos há sete anos sem casamento

Ela segura meu rosto com delicadeza e me faz olhar nos olhos dela

- Vai ficar tudo bem, eu prometo que vai, tá?

Mesmo com os olhos marejados, ela me passa tanta confiança que eu acreditaria em qualquer coisa que ela me dissesse, eu viro um pouco o rosto e beijo a palma da mão dela

- Eu acredito em você

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- Quem ganhou a copa?

Eu pergunto pra Meredith, ela tá no celular e eu estava dando um cochilo, eu tenho sono o tempo todo, mas acordei e fiquei olhando pra Meredith, eu queria poder toma-la nos braços e beija-la, então eu jogo uma pergunta aleatória sobre futebol pra me distrair, já é quase noite, ela ergue o olhar

- O que?

- Tiveram duas, em 2014 e 2018, quem ganhou?

- Sério?

Ela me olha sem acreditar, eu não consigo parar de admirar cada detalhe, ela é linda ainda que pareça cansada, eu imagino que seja por estar no hospital há dias, eu quero muito beija-la, essa certeza toma conta de mim e eu preciso focar em outra coisa

- Claro que é sério, a Itália ganhou alguma? Cadê meu celular?

Ela ri e levanta da cadeira