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Meredith PoV

Amélia voltou um pouco depois que o Andrew saiu

- E aí? Como ficou

Ela senta ao meu lado, eu respiro fundo, não aguento mais chorar, eu não quero mais chorar

- Ele vai fazer a cirurgia, pediu pra te avisar que vai pra Seattle assim que puder

- Ele vai mesmo? E vocês? A Luna?

- Ele não quer que a Luna saiba de nada até depois da cirurgia, não quer que ela sofra... caso não dê certo

- Caramba, Mer e como vocês ficaram?

- Não tem a gente, Amélia, nunca mais

Eu fecho os olhos, eu não vou chorar, sinto os braços da Amélia ao meu redor, mas eu a afasto

- Não, eu não quero mais chorar

- Tudo bem, o que é isso?

Ela aponta pra caixa

- Tsurus pra Luna

- Ele que fez?

- Uhum

- Que legal, é bem atencioso da parte dele

- É, eu sei, ele será um pai incrível

A Amélia concorda e fica em pé

- Eita, eu não comprei nada pra Luna e pro Dante

- Eu comprei globos de neve para os dois

- Do restaurante?

Eu dou um sorriso fraco

- Foi

- Deveria ter pedido, nem precisava pagar

Eu balanço a cabeça

- O dono do restaurante me odeia tanto que era capaz de jogar o globo de neve na minha cabeça

Ela ri

- Se tem uma coisa que não é verdade, é isso, o Andrew não te odeia

E ela sai em busca de alguma coisa paras as crianças e eu fico sem entender como ela chegou a essa conclusão.

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Esse voo foi interminável, Seattle estava cada vez mais perto e eu sentia como se estivesse cada vez mais longe, eu só conseguia pensar na Luna e no quanto eu precisava abraçá-la, tê-la nos meus braços, rindo e falando demais, exatamente como ela é.

Mas eu não consigo tirar da minha cabeça que o Andrew ficou com a pedra da lua, quando eu voltei pra Seattle há sete anos e quando eu vim pra Roma dessa vez, essa pedra da lua estava comigo, ela era como uma promessa de que, na hora certa, tudo ficaria bem, que nós nos reencontraríamos e agora, eu me sinto sozinha, a saudade do Andrew sempre foi uma constante em mim, mesmo que guardada, no fundo da memória, mesmo que eu não permitisse que viesse a tona com frequência mas agora é muito pior porquê além de ser passado, nunca mais será meu presente e a única coisa que eu terei serão as lembranças porquê nem a pedra da lua me pertence mais, assim como o Andrew.

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Eu chego em Seattle, me despeço da Amélia e pego um táxi pro apartamento da Jo, eu não quero perder um minuto que seja pra ver minha menina, sentir aquele cheirinho gostoso e beija-la muitas vezes, sentir um pouquinho de paz no meio de toda essa confusão que minha vida virou.

Estou no elevador e meu coração bate rápido, parece que eu estou há muito mais tempo sem ver a Luna do que de fato se passou, até o elevador parece demorar demais mas finalmente chega, eu toco a campainha, sei que Jo e Alex não estarão em casa mas eu pedi que a Luna não fosse a escola hoje, pra minha surpresa, a Jo abre a porta, eu me surpreendo, logo sei que tem algo errado

Uma história de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora