Constantempo.
Decerto existo
uma existência paradoxal
Onde fluo infinito
Numa constante inconstância
Constante, afinal.
Sempre igual.Ela é ludibriosa, uma máscara falsa
Faz-se de instável
Mas regressa ao refrão, numa valsa
De período calculável
À minúcia, sondávelMas agora que a percebo, que hei de fazer?
Prosseguir com a dança ao meu fenecer?Doze horas, o sol brilha
A cortina esvoaça, o calor me aquece
O sono se achega...
E lá está demarcada, a conhecida trilha
Mas somos assim, perceba:
Escolhemos aquilo que nos sempre adoeceDezoito, as estrelas já bailam
Ainda aqui, remanesço, desafoito
A cortina estagnou, minha alma também...?
Cintilam, meus sonhos
Já eu? Jamais vou alémMeia-noite, a Lua chegou
Agonia excrucia e punge meu ser
Agora busco culpados: quem me fracassou!?
A inconstância revela-se, ri de mim
"Você! Você! É quem eu sou!"
E percebo o que há muito já conhecia
E a mim dirijo-me, cansado, enfim:
Ora ora, mas não foi você
Aquele que sempre optou
Por jamais viver?
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Folhemas & Poetins - Poemas em Folhetins
PoesíaMeu primeiro livro de poemas! No Século XIX, textos em prosa eram publicados diariamente nos jornais ou revistas em capítulos, estes quase sempre terminando de modo a fazer o leitor ansiar pelo próximo. Tal formato era denominado Folhetim. Este livr...