A Rosa Vermelha

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Randi Martinelli / Roma, Itália

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Randi Martinelli / Roma, Itália.

Acordei com minhas mãos amarradas, eu estava no banco de trás do carro, o homem de terno e seus dois companheiros conversavam entre si.

Olho pela janela quando o carro entra em uma mansão luxuosa e completamente cercada por seguranças.

No céu explodiam fogos de artifícios brilhantes. Em meu rosto escorriam lágrimas de dor, quem em pleno século 21 vendia pessoas como escravos?

Mas o que partia meu coração era saber que fui vendida pela minha mãe. A minha mãe me vendeu como se eu fosse um animal.

Um dos homens vem até onde estou e retira a amordaça da minha boca. Cuspo seu rosto com desprezo e piso seu pé para fugir.

Mas eles me alcançam e me seguram com força enquanto me arrastava até a entrada dos fundos daquela grande mansão.

ㅡ deixem-me ir! ㅡ grito ainda fraca. Tudo em mim doía, eu não tinha forças para nada. ㅡ por favor... Deixem-me!

ㅡ a sua mãe vendeu você para a patroa, garota. ㅡ um dos homem me aperta com força enquanto andávamos pelo jardim dos fundos.

ㅡ por que fizeram isso? ㅡ pergunto chorando.

ㅡ para ela conseguir entrar na máfia, é a prova da lealdade dela. ㅡ o outro homem fala. ㅡ agora sua mãe é uma mulher importante para a máfia, casou-se com um dos capos mais ricos do nosso meio. Por isso ela matou seu pai.

ㅡ por favor, me salvem. ㅡ implorei. Mas eles apenas deram risada de mim.

Eu abri a boca para gritar mas eles taparam ela novamente com a mordaça. Lágrimas escorriam pelos meus olhos, como minha mãe teve coragem de tamanha crueldade?

Uma mulher de cabelos negros aparece diante de mim, ela me olha de cima a baixo como se eu fosse uma mercadoria. Em seguida puxa meu braço para dentro de uma sala onde tinha outra mulher, elas não pareciam com a patroa que eles falaram, com certeza ela seria mais bem vestida e bonita.

Essas duas pareciam como as governantas da casa. Olho para elas com os olhos cheios de lágrimas implorando para sair dali.

Eles tiram a amordaça da minha boca, rapidamente a mulher de cabelos negros avança até o meu rosto e analisa ele. Abre a minha boca e olha meus dentes, como se eu realmente fosse um animal.

ㅡ e por que essa criatura viajou de tão longe? ㅡ a outra mulher que estava ali pergunta do seu lugar, me olhando com distância.

ㅡ Hmm ㅡ a de cabelos negros que estava me analisando resmunga. ㅡ ela é tão pálida e magra! ㅡ puxa meus cabelos. ㅡ não vai dar conta do serviço pesado.

Suas mãos vem até meu vestido para ver meus seios mas eu coloco a mão sobre o corpo.

ㅡ não me toque! ㅡ falo e ela me irgnora. Continua analisando meu corpo, levanta o meu vestido para olhar minhas pernas. ㅡ o que está fazendo? ㅡ grito me afastando.

ㅡ mas essa criatura não nos serve! ㅡ fala olhando para o meu rosto. ㅡ mas se a nossa senhora mandou, assim será.

Me afasto dos seus toques com agressividade. Ela me olha com superioridade.

ㅡ quem é você?! ㅡ pergunto ríspida. ㅡ que lugar é este?! O que querem de mim?!

Elas dão uma gargalhada como se tivesse ouvindo uma piada.

ㅡ veja o que a pequena criatura fala com essa boquinha. ㅡ ri com afronta.

A mulher segura meus braços com força que chega a doer. Seu rosto aproxima do meu para ela falar ríspida.

ㅡ você está onde bate o coração do nosso povo.

ㅡ não entendo o que você diz. ㅡ falo alto em seu rosto. Eu estava com muita raiva de tudo isso. ㅡ onde estou, diga!

ㅡ todos chamam este lugar da sua própria maneira. ㅡ a outra mulher de cabelos castanho se aproxima de mim.

ㅡ alguns o chamam de paraíso. ㅡ ela rodeia meio corpo enquanto falava. ㅡ debaixo de cada solo que pisa, há um poço sem fundo, quem cai neste poço sem fundo são desmembrados. Em resumo, este lugar é o inferno.

Olho para elas assustada. As lágrimas escorriam em meu rosto e nada do que elas falavam fazia sentido.

ㅡ mas depois destas portas. ㅡ ela aponta para uma grande porta de madeira do outro lado da sala. ㅡ eles chamam de paraíso, para os que carregam a lealdade no peito. Você está na casa onde vive a família do chefe da máfia.

A mulher de cabelos negros volta para os seguranças que ainda estavam ali.

ㅡ coloquem ela no quarto. ㅡ ordena firme. ㅡ informarei a nossa senhora quando for conveniente.

Com isso as duas mulheres se retiram. Os seguranças abrem a porta de um quarto escuro e me jogam lá dentro, desamarram minhas mãos e em seguida me deixam sozinha e trancada.

ㅡ abram a porta! ㅡ grito com a voz rouca e dou murros na porta. ㅡ Ei! Abram a porta! ㅡ tento abrir mas era impossível. Dou mais murros que ecoam pelo lugar mas ninguém abre.

Olho em volta e vou até as janelas que eram voltadas para o grande jardim.

ㅡ Ei!! Abram a porta!! ㅡ as janelas eram cercadas com barras de ferro, era impossível de atravessar elas. Eu estava sem ar de tanto gritar e chorar.

Vou até a mesa e derrubo tudo que tinha sobre ela, em seguida chuto a mesma derrubando e gritando de raiva.

Me jogo no chão chorando. Depois do que pareciam horas, a porta é aberta e eu vejo a mulher de cabelos negros entrar com uma bandeja de comida.

Ela se aproxima de mim e eu me afasto assustada. Ela sorri com desdém.

ㅡ o que é, pequena criatura? ㅡ a mulher se abaixa e coloca a bandeja no chão ao meu lado. ㅡ grave bem este rosto, pois o verá muito por aqui! Meu nome é Giovana, posso ser o paraíso, mas também posso ser o completo inferno. ㅡ aperta o meu rosto enquanto fala com superioridade e desprezo.

A mulher me pega pelos cabelos e me joga em cima da cama que tinha ali. Deixo escapar um grito baixo de dor quando ela some trancando o quarto novamente.

Deito a cabeça no travesseiro chorando baixinho.

Soluço e choro de dor, tristeza, a voz de papá invade meus pensamentos.

"Apesar de muita tormenta, as raízes de uma árvore ou uma bela roseira nunca deixam de crescer. Como quero estar vivo, minha Randi, para ver você florescer como uma bela flor"

Fecho meus olhos ainda chorando, eu podia ver a lembrança daquele dia claramente. Eu sentada ao seu lado e ele acariciando meus cabelos.

"Como uma árvore frutífera, e cheia de flores... Sem medo enfrentará qualquer tempestade, sem vacilar."

Abro os olhos, a luz da lua refletindo pela janela invadia o quarto escuro.

ㅡ papá... ㅡ sussurro. ㅡ papai me ajuda... ㅡ soluço. ㅡ virgem Maria, ajuda-me...

Fecho os olhos em completa angústia e logo caio no sono.

Querida Bella, Eu Sou A Fera - Monstros Da Máfia Onde histórias criam vida. Descubra agora