Ⅶ. Diálogo

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— ÀS VEZES FICO COM VERGONHA de mim.

— Por quê?

— Tenho muitos lados, passei por muitas coisas e não lidei bem com elas. Também já fiz muitas coisas ruins.

— E o que você sente sobre isso?

— No geral? Arrependimento

— Então você é uma boa pessoa.

— Por quê?

— Porque você não se sente mais do jeito que se sentia.

— Mas isso não muda as coisas que eu fiz.

— Não muda, mas te muda. Nós somos o que sentimos sobre as coisas. A emoção que uma música, um momento e uma palavra nos provoca. Isso é o que nos define. Não à toa as pessoas são diferentes porque se sentem diferentes sobre uma mesma coisa.

— Aquele velho papo sobre o coração de alguém, né?

— Não, não — ri. — Os sentimentos vêm daqui — aponta para a cabeça. — Por mais que esse daqui — aponta para o coração. — Reflita muitas das nossas emoções, tipo quando ele está acelerado.

— O seu está acelerado.

— É por causa do que eu sinto.

— Sente o quê?

— O que eu sinto por você.


Baseado em umas coisas que eu pensei hoje à tarde enquanto ouvia música e depois de conversar com uma amiga.



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Nota da autora: Não sei se dá pra chamar de conto, mas com certeza é alguma coisa. Me surgiu quando eu estava conversando e ouvindo umas músicas hoje à tarde e eu decidi escrever. O formato é bem simples e desconstruído, e "imaturo." da maravilhosa lunediver me inspirou nesse sentido.

Talvez eu volte a escrever mais contos para Devaneio, mais introspectivos dessa vez.

Espero que todos estejam bem. E se não tiverem, tudo bem também. Vai ficar. Eu prometo.

Amo vocês.

DEVANEIO [contos]Onde histórias criam vida. Descubra agora