PARTE 3

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Semanas depois...

Shawn estava a um tempo saindo e voltando tarde, Conrado perguntava do pai e demorava a pegar no sono. Ele chegava sempre depois das 2 ou 3 da manhã nos fins de semana e durante a semana, por volta da 00:00.
Puxei tal assunto durante que estávamos almoçando em um restaurante.

— por que voltou tarde ontem do trabalho, bem? — pergunto.

— as ideias fluíram e acabamos perdendo o horário das gravações e etc. Mas conseguimos gravar, o disco vai ficar bom se colocarmos todas nossas forças nele.

— claro, você sempre dedicado ao seu trabalho. Claro que vai ficar bom, mais que bom na realidade. Não é, pequeno? — é claro que perguntei sabendo o que ele responderia. Na realidade, Shawn não estava gravando no estúdio ou com os meninos. Não sei onde estava, mas lá não estava, pois liguei para eles perguntando.

— papai, fica hoje pra canta com a gente na hora de mimi, por favor? Papai sempre não tá em casa.

— vou ficar sim, meu lindo. — Shawn responde sorrindo para o filho. Depois do almoço, deixamos Conrado na escolinha e Shawn me deixou no trabalho e foi para o dele. Já que ele ficou com o carro vai se obrigar a vir mais cedo para casa.
[•••]

Meu expediente acaba, tínhamos marcado de Shawn me buscar as 5:30. Porém, já eram 5:45 e ele não havia aparecido. Preocupada, ligo para a escola de meu filho saber se pelo menos ele tinha o buscado

— não, senhora (seu sobrenome). Mas, Conrado ainda está aqui, não se preocupe, ele está seguro.

— obrigada, obrigada mesmo. Vou ver o que consigo fazer para resolver a situação. Peço desculpa pelo transtorno. — respondo educada e desligo o telefone. minha cabeça começa a latejar, a dor de cabeça que viria a seguir seria demais. Esse homem está me deixando louca, no sentido nada bom. A única solução seria chamar um uber para voltar para casa. Chamo o mesmo, passo na escola e logo vou para casa. Tento não transparecer tudo que está havendo para não fazer mal ao meu pequeno. No caminho ligo para o celular de Shawn, mas em vão. Caixa postal. Eu não acredito que isto está acontecendo.
Conrado saltitava ao meu lado, ansioso para ver se o pai estaria em casa para brincar com ele. Fica desapontado ao não encontrá-lo.

— mamãe, papai foi viajar de novo? Ele não aparece para brincar mais comigo depois da escolinha. — fala com seu jeito delicado e inocente de criança.

— filho — me ajoelho em sua frente — papai está muito ocupado trabalhando, por isso não fica em casa, mas logo, logo estará com tempo sobrando para você, okay? E esse garotão aqui, tá com fome?

— não — fala cabisbaixo.
— ei, cadê o sorriso bonito pra mamãe? — começo fazer cocegas nele, o distraindo. O convenço que faria um bolo de chocolate e brincamos juntos.

Horas depois...

Passado das 23h e estava na sala esperando Mendes, para me dar algumas satisfação. Normalmente não iria ligar, ele é adulto e sabe suas responsabilidades. Ando sendo compreensiva, evitando discussões, mas hoje não vou desvia-la. Era por volta da 00:15 ouço barulho de chaves na porta, ao me ver desvia o seu rosto do meu.

— ainda não foi dormi, baby? está tarde... — deixa as chaves na mesa e vai em direção do quarto. Não respondo sua pergunta e logo vou colocando os "pingos nos 'i'":

— onde você estava? E não vai me dizer que estava trabalhando, pois sei que não estava.

— saímos toma uma cerveja, se distrair.

— olha, Mendes, você tem telefone celular e podia atender as minhas ligações. Ou ao menos ter buscado seu filho na escola. — ele insiste em desviar seu rosto. Não conseguia notar sua expressão pela luz fraca do abajur da sala.

— acabou a bateria. E eu realmente me esqueci que vocês estavam sem carro, me desculpe, meu bem.

— eu não sei qual é a merda que você esteja fazendo, mas poderia ser sincero comigo. E se é o que estou pensando... Você bem sabe quais as consequências disso. Eu só peço que pare. — ele entra no quarto. — volta aqui Mendes, fala por que você está mentindo. Por que não quer deixar eu ver seu rosto. — falo sem paciência, entrando contudo naquele quarto.

— s/n para de neura. Eu não tô mentindo pra você, estou sendo sincero com você. Sempre fui Aliás. — fala, perdendo o controle de sua voz. Acendo a luz do quarto e ele abre o guarda roupa, virando o rosto contra a luz.

— Peter, você esta sendo infantil.

— vai dormi, S/n. Tá tarde, você deve ter bebido e tá cansada. Vou tomar meu banho e já venho deitar. — desvia totalmente a conversa. Me aproximo dele e o viro para mim, com muito resistência consigo. O seguro pela bochechas, o impedindo de se mover.

— é, o que eu pensava. Você não deve nem saber o que está falando, tá chapado. Duro de chapado. Você não foi só beber e sim, usar essas merdas. Parabéns, Mendes. Bom exemplo você é pro seu filho. — lágrimas quentes escorriam pelo meu rosto vendo a situação de meu marido. A história se repetindo. Por ódio, raiva que estava sentindo de mim mesma, raiva dele ter voltado a usar isso, lhe dou um tapa na cara. Logo ele colok sua mão no local. Meu coração se acelera prevendo o que poderia fazer, já que havia drogas em seu organismo ainda.

— olha aqui, S/n, você não tinha o direito de fazer isso. Conrado não sabe e não vai saber disso. Então não venha me falar de exemplo ou colocá-lo no meio. E que se foda que estou usando, eu não me importo de usar. Se gosto de usar, o que você pode fazer ?— grita todas as palavras agressivamente.

— não me subestime. E eu não discutir com um drogado, que não está tendo noção de nada.

— também não vou discutir com você, sendo infantil.

— por favor, Shawn. Eu só quero te ajudar, para com isso. — eu chorava que nem uma criança depois de ter ralado o joelho.

EXTREMOSOnde histórias criam vida. Descubra agora