PARTE 8

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S/n pov's

As noites são cruéis e angustiantes, ao mesmo tempo que estou com sono, não consigo dormir. Preocupações e afazeres se acumulam em minha mente. Vejo meu menino dormindo ao meu lado, tão sereno e inocente.
Não sei por que estou a me preocupar tanto com Shawn, se ele não está dando notícias. Prefiro não falar aos pais deles sobre isso, Talvez pensam que a culpa é minha por ele estar assim. Seu Manny ainda é compreensivo comigo, já dona Karen não gosta muito de mim.

Recebo notificações em meu celular, informando algumas marcações em publicações no Instagram. Vejo que me marcaram em algumas fotos antigas, da adolescência com Shawn. Momentos bons aqueles que passamos, mas naquela época Shawn já havia começado o uso de entorpecentes. Dona Karen não gosta de mim pois acha que por minha causa ele começou a usar isso.

Tomo um remédio para conseguir dormir e consigo pegar no sono por algumas horas...

[•••]

O dia se passa e já a noite ajudo Conrado com seus deveres de casa e o coloco para dormir.
Tenho alguns papéis e trabalhos com data de entrega para amanhã no trabalho e decido adianta-los em casa.

As horas se passam e quando vou ver já era passada da 1 AM.
Meu celular começa a tocar: era Shawn. Decido não atender, depois de todo esse tempo ele decide dar notícias. Vejo que tinham mais chamadas dele que não tinha visto ainda. O Telefone insiste em tocar. Atendo o mesmo e fico em silêncio, esperando ele falar alguma coisa.

— S/n, por favor me perdoa. Eu estou ficando maluco. Tá tudo doendo. Eu sou um merda, um lixo. Deixei isso me dominar de uma maneira que eu não consigo me controlar. Perdi você e Conrado, me deixa arrumar as coisas. Eu preciso de você. Eu não estou bem... Por favor! Eu preciso de ajuda... — sua voz era embargada, ele gritava ao telefone, aos prantos. Estava ofegante, parecia sem ar.

O que faço agora? O que faço nessa situação? Eu preciso ajudá-lo mas ao mesmo tempo ele tem que assumir seus erros e ultrapassa-los sozinho. Eu preciso ajuda ele e não posso envolver meu filho nisso tudo.

— Shawn, eu não posso ir aí... Não vou envolver Conrado, não posso deixa-lo sozinho... — digo.

— Shawn me empresta esse telefone, por favor — uma voz diferente fala ao fundo.

— não, me deixa falar com ela. S/n, tá me ouvindo? O Brian pode ir aí onde você tá... E... Ele fica com Conrado... Eu só quero ter você ao meu lado... Por favor...

As palavras não queriam sair de minha boca, as lágrimas quentes escorriam de meus olhos, demostrando o quanto eu me importava com esse irresponsável. Desligo o telefone. Logo uma mensagem de Brian chega:

"Quer que eu vá aí?"        

                                                              "Sim"

"Me passa a localização".         
                                               
                               Localização enviada


Em pouco mais de 20 min ele chega.

— como tá a situação dele? — pergunto para me preparar para a cena que irei ver.

— ele nunca chegou a tal situação, tô preocupado com ele. Apareci lá hj mais cedo, a porta estava destrancada e ele havia saído. Voltou mais tarde com cocaína e foi para o banheiro, voltando de lá mais estranho do que o normal. Começou a surta e daí que ligou pra você.

— ele tá agressivo? Ele estava bem agressivo antes de eu decidir sair se casa. — afirmo, segurando as lágrimas que queriam escorrer.

— um pouco, cuidado — fala enquanto eu saia pela porta. Saio e rapidamente chego no antigo apartamento, vendo tudo bagunçado e sujo. Garrafas de bebidas, pratos sujos.

— S/n? É você? — ouço uma voz vindo da sala.
Aos poucos começo me aproximar e sento no sofá ao seu lado, esperando o que ele tinha a dizer.

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