PARTE 9

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Aos poucos começo me aproximar e sento no sofá ao seu lado, esperando o que ele tinha a dizer.
Seu rosto estava rosado e molhado pelas lágrimas, seus olhos estavam vermelhos e suas pupilas dilatadas. Suas mãos tremiam enquanto ele abraçava seus joelhos. O abraço, tentando o tranquilizar. Começo chorar junto, vendo seu sofrimento, sua dor. Mesmo sabendo que avisei, que falei a ele que podia ter aceito minha ajuda, estava ali ao seu lado, novamente.

— me desculpa! — fala em sussurro enquanto retribuí meu abraço — eu fiz o inferno na sua vida e você continua me apoiando, eu te amo.

— tá tudo bem... Eu estou aqui ainda. — apenas tento acalmar a situação. Estava com raiva dele ainda, mas agora é muito arriscado começar uma briga. Me afasto de seu corpo, olhando em seus olhos. Parece q a dias não dorme. Ele chegou ao ápice. Me levanto e vou até a cozinha, pego dois copos d'água — onde você estava todo esse tempo? — pergunto, controlando a dor, raiva que senti no meu peito.

— no local onde compro os entorpecente, em um bar no outro lado da cidade. Bebendo e usando as. Eu não me dei conta do tempo que fiquei, não sei como consegui voltar ainda. Todo tempo que passei lá não parei de pensar no que você havia me falado. Como está Conrado? Estou com saudades dele — o vejo sorrir, ao falar do filho.

— está bem, mas triste pelo pai não aparecer mais em casa, não brincar com ele. Ele não sabe metade do que aconteceu, mas sente que as coisas não estão boas. — respondo, lhe entregando um dos copos que segurava. — toma, teu fígado agradece. — ele pega o mesmo. Fico de pé, escorada na parede, meus pensamentos a mil. Sem saber o que falar, cheia de dúvidas e sem saber como perguntar sobre isto. Ele também não sabia o que falar, como a explicar, pois seus gestos lhe entregavam. Ele abria e fechava a boca, tentando achar o que falar. Tentava se expressar com suas mãos, Mas não conseguia.

— as palavras que você me falou no elevador dueram como facadas, o que você iria fazer caso eu não saísse do carro foi pior! — jogo as palavras com raiva e dor que estava sentindo, que guardei tentando evitar brigas.

— S/n, como assim? Eu... E.. — me olho com olhar de dúvida, assustado e pedindo desculpas. Isto é ridículo.

— caso eu não tivesse saído você teria quebrado o vidro, o que poderia ter me atingido. — as lágrimas escorrem feito uma correnteza de Rio ao chover na cabeiceira. — doeu saber que você iria fazer isto.

— eu.. eu me sinto envergonhado por ter chegado a esse nível. Eu juro por Conrado que eu não iria fazer nada. Eu nunca te bateria. Caso um dia eu ameçar fazer isto me mate, pois não serei digno de viver ao levantar a mão a uma mulher.  — fala, ao se levantar do sofá, deixando o copo na mesa de centro e aproximando-se de mim. Enquanto as lágrimas escorriam tento não quebrar o copo com minhas próprias mãos. Suas mãos encostam nas minhas e eu as afasto novamente. Ele recua, danfo dois passos para trás. Minhas mãos suadas e eu apertando o copo ele acaba caído e se quebrando, Atingido meu pé. Vejo Shawn com um papel higiênico e a caixa de primeiros socorros. A esse momento já estou sentada ao sofá.

— não estou muito consciente, mas me deixe limpar isso para não infeccionar. — fala ao colocar meu pé sobre o sofá. — me perdoa por tudo isto! Eu irei melhorar. Se precisar eu aceito ser internado, aceito qualquer coisa, mas não posso perder minha família. Por favor!

— O QUE? Você sabe o quanto eu sofri esses dias? Eu NUNCA sofri tanto quanto sofri em dois dias. — dou uma pausa recuperando o ar, deixando tudo mais dramático com meus rosto molhado por um rio — você ficou DIAS sem dar notícias. Eu vi meu filho triste sem ao menos saber explica-lo o que estava havendo. Você nem ligou para nós quando saiu pela porta! Apenas saiu com raiva e foi atrás do que te causou todo este problema. — digo aos berros, o assustando um pouco.

— eu fui culpado, eu sei. Fui infantil, mas me deixe remendar meu erro, Me de uma segunda chance. eu caí nessa tentação pela segunda vez e decepcionei a todos de novo, mas não quero mais, por favor... Sem vocês eu não conseguirei. Por favor! Me ajude.

— você sabia de tudo e decidiu fazer tudo de novo. Tantas coisas conquistamos, tantas coisas que você conseguiu. O que te levou a isto de novo? Por dinheiro não foi... Como na última vez. — ele não diz nada, apenas seus olhos lacrimejam ao lembrar de anos atrás, lembrar de como foi dura e difícil essa fase.

— EU NÃO SEI! Eu.. E... Apenas... F-fui... Eu realmente não sei — gagueja e não acha resposta alguma, nenhuma explicação.

— era exatamente o que eu pensei. Apenas foi e esqueceu. MAS NÃO VOU ENCHER MAIS TEU SACO COM PERGUNTAS. você disse que precisava de mim e aqui estou eu, entretando, agora que já estou aqui... Seu "surto" já passou. Vou embora. Preciso cuidar DO MEU FILHO. — ao falar que vou embora ele me segura em um abraço, como se fosse uma criança segurando na mãe depois de se perder no supermercado. Ambos chorando. Admito, não queria largar ele. Ele não iria me largar.

— NÃO! NÃO, você não pode me deixar de novo. fica aqui. Fica comigo... Eu não quero ficar sozinho. — me aperta mais ainda.

— eu preciso cuidar de Conrado.

— mas pelo menos me tranquilize. Você irá voltar mais tarde? Irá voltar com as malas pra cá. — olho ao redor vendo a bagunça ali, pensando no que fazer e chego a conclusão:

EXTREMOSOnde histórias criam vida. Descubra agora