EXTREMOS

PARTE 11

Eu realmente desmaiei horas antes, estava tão cansada que não vi as horas passarem e acorde já eram 10AM. Me Assusto ao perceber que Conrado não estava na cama, levanto rapidamente e o procuro, mas me tranquilizo ao vê-lo na sala assistindo tv ao lado de Brian.

— graças a Deus vocês estão aí, tomei um susto! — digo e chamo a atenção deles até mim. — tomaram café já?

— bom dia, mamãe! Tio Brian deixou eu escolher o café da manhã do papai e o seu. — diz ao vir me abraçar. O abraço de meu pequeno me tranquiliza e tira todo o aperto do peito, todas os sentimentos ruins.

— o que tomaram de café da manhã? — pergunto receosa.

— dindo deixou comer pastel e toma refri — fala animado — e depois comemos chocolate.

— BRIAN! É isto que ensina ao pequeno? — pergunto brincalhona.

— deixa ele comer uma besteira as vezes, não faz mal, S/n — defende-se. — ele não quis sair da padaria até pegar alguma coisa para você e Shawn... — pronuncia o nome de Shawn mais baixo.

— vem cá, mamãe. Comprei uma barra de chocolate branco e um Sanduíche pra você. E chocolate preto e pastel pro papai. Dindo decidiu comprar cerveja também. — me mostra as coisas empolgado, enquanto abre a geladeira.

— obrigado, filho. Vlw, Brian. — Conrado volta ao sofá e continua seu desenho animado. Brian vem até mim e pergunta sobre Shawn: — deplorável, mais depois de muita discussão e choradeira. Ele foi dormir e vim pra casa. Eu realmente não sei se voltarei para casa, não conte nada a ele nem aos pais dele, por favor. Eu tenho medo do que ele pode acabar fazendo se voltarmos para lá, mas também tenho medo do que fará se estiver sozinho.

— ele se perdeu nisto tudo, e foi pior do que da primeira vez. Ele não está sabendo lidar com os próprios reflexos e sentimentos, notei isso já. — Brian diz o que também notei. Até ele está impressionado com o amigo, como não pensou consegue ter altocontrole.

— você lembra como Karen reagiu na última vez? Isto é culpa minha mesmo? — falo ao me sentar na cadeira da mesa da cozinha, apoiando meu rosto sobre minhas mãos.

— não, claro que não. Quem usa é ele, não você. — protesta e tenta me ajudar. — e é você quem vai ter que falar com a família dele. Não dá pra paga os custos de uma clínica sozinha.

— caso ele querer.— acrescento. — Se eu ir falar com a família a culpa vai ser minha por tudo, se eu não ir falar eu serei a irresponsável. — eu qualquer situação vou ser a culpada e terei que aguentar as consequências. — vou pegar meu celular... — vou até o quarto e o pego, porém ele estava sem carga e desligado. Coloco o mesmo carregar. Conrado entra no quarto com toda sua bondade e energia de criança.

— papai vem hoje não é!? Ele vai se mudar hoje? Quero ver papai! — meu garoto estava com saudade do pai e não tenho como deixá-lo mais afastado do que já estão. Hoje vou leva-lo ver o pai.

— Conrado, papai não vai poder vir para cá ainda, mas hoje iremos ir lá vê-lo. Você quer?

— sim, eu quero! — saltita todo feliz, gritando para Brian sobre a novidade. Pego meu notebook e vou para sala fazer algumas pesquisas sobre clínicas de reabilitação boas na região.

— Brian, pode ir para casa. Muito, muito obrigado por estar me ajudando. É uma mão na roda para mim. Não sei o que teria feito sem você por aqui, me ajudando. — o agradeço por tudo. — você deve estar cansado...

— dindos servem para isso! Esse garotão é demais, quando precisar é só chamar. E sobre aquele assunto da família... Eu vou convencer tia Ka sobre isso não ser culpa sua, eu darei um jeito. E no que eu puder ajudar meu amigo, irei ajudar. Ele não ira perder tudo por um momento. — sorrio em agradecimento. Sou grata por ele estar fazendo por mim, não pensei neste detalhe ainda. Contar aos pais. Uma coisa de cada vez.  — tchau, tchau. Qualquer coisa pode ligar. — fala se despedindo de Conrado e indo em direção da porta e abre a mesma. Tomo um susto ao ver quem estava a porta.