Prólogo

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 — Será que...

"E então Jane aceitou que jamais viveria sem Christopher, aceitou seu buquê de rosas e, em meio a chuva, o beijou com todo o seu coração."

— Não. Muito clichê! Pensa, Jongin, pensa!

Kai olhou para o relógio e arregalou os olhos ao perceber que já era mais do que hora de sair para sua sessão de autógrafos e ele sequer tinha tomado um banho. Havia tido mil ideias naquela manhã chuvosa para seu novo romance em andamento, então decidiu que escreveria tudo o que se passou pela sua mente antes da sessão, porém não imaginava que acabaria se atrasando por não conseguir terminar uma cena tão clichê quanto aquela.

Correu contra o tempo para se arrumar após um banho super-rápido, escovou os dentes e saiu carregando um pedaço da pizza que havia pedido noite passada como jantar. Agradecia todos os dias por ter comprado um carro quando pôde, pois antes, quando havia lançado seus dois primeiros romances, não ganhava o suficiente para se manter, muito menos comprar um carro tão bom quanto o que comprara. Graças ao seu terceiro sucesso, que acabou sendo seu primeiro best-seller, conseguiu coisas que sempre almejava, como o carro vermelho, que havia comprado dois meses atrás.

Contudo, parecia que nada queria dar certo naquele dia. Seu carro estava fazendo um barulho estranho e estava acendendo uma luz que ele nunca tinha visto antes. Como não tinha tempo, Jongin apenas continuou indo e, pensava que quando chegasse no local, poderia ver do que se tratava.

Porém, apenas pensava, pois o carro simplesmente desligou quando estava na metade do caminho para a livraria. O escritor mal podia acreditar que aquilo estava acontecendo, pois já estava atrasado demais.

Ao fundo de sua mais nova desgraça, podia ouvir seu celular tocar incessantemente. Sabia que boas notícias não eram, até porque estava atrasado em mais de 40 minutos para o evento. Tinha que atender, mas não queria levar bronca logo naquele momento.

— Alô?

Onde você está, Jongin? Tem uma fila enorme esperando por você!

— Hyung, você consegue dar uma amenizada? Meu carro quebrou na metade do caminho eu não sei o que fazer! Essa chuva também não está ajudando...

Me mande o endereço que irei buscá-lo. Deixe o carro ai, encoste-o que depois mandaremos para o conserto.

— Certo, eu mandarei o endereço. Obrigado, hyung.

Mande esse endereço logo! Os fãs estão te esperando há muito tempo!

— Sim, hyung.

Jongin ainda conseguiu mandar sua localização para o agente que o esperava, mas, assim que o fez, seu celular desligou pela falta de bateria. Sabia que havia esquecido algo, mas não se lembrava de que era justamente disso.

— Mas que merda! Por que tudo isso está acontecendo hoje?! — O autor simplesmente se deixou levar pela frustração e bateu a cabeça no volante, com raiva de tudo. Se não tivesse aberto o arquivo naquela manhã...

— Ei! — O susto que Jongin levou foi digno de sua cabeça apertando a buzina e sua face ficando rubra ao que o homem que o chamava batia no vidro. — Você está bem?

Kai teve que juntar toda a sua dignidade para olhar para o outro ali, na chuva, com um guarda-chuvas enorme. Ele parecia preocupado, seus olhos grandes arregalados ao ver sobre quem se tratava.

— Você está bem? — Repetiu a pergunta.

— Estou, estou sim. — Respondeu Jongin, abrindo a janela do carro.

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