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As quinze em ponto Fabiano está na porta de minha casa. 

Com um sorriso sincero o recebi, e partimos para a padaria doce sabor.

Eu obviamente estava preocupada. O Senhor Jared e o conde,meu noivo em um mesmo lugar! 

Minhas mãos tremiam sutilmente.

- Já esteve aqui alguma vez?

Estávamos entrando. Procurei disfarçadamente pelo Senhor Jared mas não o vi.

Uma onda de alívio me inundou.

- Não. Mas é um lugar Realmente agradável- Comentou sem abandonar os modos de príncipe. 

- Ola - Disse alguém a nossas costas, reconheci a voz na mesma hora.  Jared! 

Me senti desconfortável,minha garganta ficou seca de imediato.

- Oi - respondi me virando de frente para ele. Fabiano fez o mesmo.

- Como você está senhorita? - perguntou ele.

- Bem. E você Senhor Jared? - Perguntei sem jeito. 

- Bem. Carolayne me desculpe por ontem,talvez o beijo não tenha sido tão doce como tinha que ser - Falou talvez sem perceber que eu estava acompanhada. 

Olhei para o rosto de Fabiano sentindo a cor do meu próprio rosto fugir me deixando mais Branca do que de fato eu já era.

Fabiano encarava Jared sem expressão alguma, mas com dureza, mantinha as mãos nos bolsos da calça. 

- É Senhorita Carolayne- Corrigiu Fabiano com dentes trincados à Jared.

- Eu preciso ir- Falei segurando um dos braços de Fabiano é fazendo ele me seguir. 

- Fabiano eu...

- Aqui não é lugar apropriado para uma conversa- Retrucou ele sem olhar para mim.

- Na minha casa então ?- Ele apenas assentiu. 

- Desejam alguma coisa?- Perguntou a criada quando nos sentamos na sala.

- Não, obrigado- Respondeu Fabiano. 

- Agora não- Falei a ela que nos deixou a sós. 

- Creio que mereço uma explicação- Falou lutando para manter o tom de voz neutro.

- Eu não esperava pelo Beijo, eu não sabia que essa era a intenção dele, eu...perdoe - me - falei suplicante pela compreensão dele. 

- Você sabe que isso significa traição ! 

- Sim, mas eu nunca tive a intenção de beijá- lo.

- Quando aceitou casar - se comigo, era o que realmente desejava? Aliás, quem respondeu foi sua mãe em seu lugar. - Perguntou com os olhos em mim.

Eu queria dizer que sim, que desejava naquele momento ser sua esposa, mas daria um fim as mentiras, mas a verdade era que nesse exato momento, eu estava totalmente arrebatada por ele, e senti o medo da rejeição. 

- Por favor me responda.

- Naquele dia, realmente não era o meu desejo aceitar seu pedido de casamento.

Confessei com dificuldade de respirar. 

- Por que não foi verdadeira comigo? Seria doloroso ser rejeitado por você, saber que eu era indesejado,mas eu preferiria que tivesse sido verdadeira.- Disse firme mas com certa dor na voz.

Meu coração se partiu ao constatar que eu o havia magoado

- Fabiano...

- Basta Senhorita. A lealdade para mim é algo de muito valor, A prezo incontestavelmente.  Poderia ter tido bom senso,ter sido verdadeira. Fui um tolo. 

- Não Milorde,eu é que fui uma toda. 

- Um tolo apaixonado.

Continuou ele sem dar importância a minhas palavras.

- Sei que o magoei,perdoe me por favor.

As lágrimas banhavam meu rosto.

- Mágoa é pouco para o que estou sentido Carolayne. Estilhaçou- me,nunca desejou se casar comigo,foi vergonhosamente infiel. Sua conduta é imperdoável. Desfaço agora o pedido de casamento. Está livre senhorita - Disse de saída. Eu queria detê- lo, queria dizer a ele que agora o queria, o estimava, mas as palavras foram ditas rudemente, talvez agora quem não me quisesse era ele.

Senti um buraco se formando dentro do meu peito, me senti a maior das tolas, uma mulher idiota. Realmente o mundo dá voltas, e agora eu era a indesejada. 

- Sua prima vira passar alguns dias conosco- Disse minha mãe me tirando do transe. - Logo chegará, tente ensinar Boas maneiras a ela- Concluiu irritada sem perceber meu estado de desabalo.

Sempre que minha prima Eduarda vinha era isso, minha mãe não suportava as gírias e os modos dela. Ela se daria muito bem com a prima do Senhor Jared. 

Jared! 

Aquele libertino. 

Por culpa dele...

Não! A culpa era total e exclusivamente minha.

A chegada de Eduarda significava a ausência de Mabel, as duas não se davam bem.

- Você escutou o que eu disse Carolayne? 

- Sim mamãe, eu escutei- Falei me retirando para meu quarto. 

Deitada na cama sentindo a dor do arrependimento adormeci. 

Acordei horas depois com Eduarda me sacudindo. 

- Oi prima, como esta? Já está na hora do jantar, vamos estou morrendo de fome- disse ela ainda me sacudindo. 

- Oi Duda, já acordei já acordei.  Pode parar de me sacudir por gentileza. 

- haa, sem essa de por gentileza, não precisa ter modos de princesa comigo. - Falou cruzando os braços. 

- Está bem, vamos jantar.

Descemos juntas as escadas até a sala de jantar. 

Duda tinha três anos a mais do que eu, e no entanto parecia ter dez anos a menos. Às vezes sentia uma inveja aguda de sua vida. 

- Cadê a sobremesa tia? - perguntou correndo os olhos por sobre a mesa. 

- Sinto muito, mas não temos- respondeu mamãe 

- Sério? Que tédio. 

- Minha casa não é um ambiente qualquer para ter porcarias - disse minha mãe com pouco caso. 

- É por isso que a Carol está tão magra coitadinha - Comentou adorando provocar minha mãe.

- Coma- Ordenou mamãe a Duda. 

- Já que não tem outra coisa- Disse ela dando de ombros.

Assim que terminamos o jantar levei Duda para meu quarto, com ela eu podia ser eu mesma. 

- E aí, quando vai me apresentar seu namorado? 

- Não tem mais namorado- falei sentindo uma pontada na boca do estômago. 

- O Que aconteceu? 

Contei tudo a ela, desde o início e ela me ouviu sem me interromper. 

- Menina, você não pode deixar o amor da sua vida escapar, vá atrás dele, lute por ele.

- Talvez eu vá, mas preciso resolver as coisas com o Senhor Jared. Se quiser pode ir comigo até a padaria. 

- Obaa Obaa, claro que quero, estou curiosa para conhecer esse padeiro e experimentar as delícias que ele tem lá e mais ansiosa ainda para conhecer o  príncipe Fabiano. 

Duda dormiu no quarto de hóspedes, mas seria bom ter alguém para conversar durante a madrugada. 

Conquistada pelo condeOnde histórias criam vida. Descubra agora