Sentia um ódio tão grande que bufava. Os passos eram rápidos pela grama recém aparada. Os olhos negros estavam na figura que encontrava-se de costas, sentada no banquinho debaixo da árvore. A pasta na mão sofria sua fúria, enquanto ele apertava a alça de couro.
Ao se aproximar, jogou a pasta sobre o banquinho com violência, o que fez a mulher se sobressaltar, soltando um pequeno ofego, olhando-o com os olhos esbugalhados. Tomada pelo susto, ela inclinou o corpo para, trás.
- Como fez aquilo!? - ele estava furioso.
- Bom dia para você também. - resmungou, arrumando a postura e passando a mão nos cabelos que se encontravam presos em uma trança lateral.
- Diga, Sakura, como matou aquele homem!? - exigiu. Manteve-se de pé o tempo todo. Não queria mais saber dos joguinhos dela.
- Você por acaso está ficando maluco, querido? - franziu o cenho, olhando para ele com ironia - Eu nem sai deste lugar.
- Não brinque comigo, Sakura Haruno. - apontou o dedo para ela - Como você sabia sobre a morte daquele homem? Como fez isso? Tem alguém sob seu comando, não é?
- Hun... - deu de ombros e deu leves batidinhas no espaço vazio do banco - Por que não senta? Está um belo dia para aproveitar a brisa.
Ele a encarou com raiva. Sakura estava tão tranquila que chegava a ser irônico. Esfregou o rosto com as mãos e depois as deslizou pelos cabelos. Como podia? Como ela conseguia fazer e agir daquele jeito?
Deu as costas para a Haruno, respirando fundo. Precisava manter a calma, precisava muito manter a calma ou ela iria guiar aquela conversa da mesma forma que guiou o dia anterior. Fechou os olhos por breves segundos, passou a língua entre os lábios e girou nos calcanhares, encarando-a. Sakura permanecia do mesmo jeito, olhando para ele com um pequeno sorriso nos lábios e com a mão sobre o espaço vazio.
Em total silêncio, ele pegou a pasta, sentou no banco, abriu a pasta, tirou o gravador de lá e colocou a pasta no chão encostada na árvore, ligando o gravador e olhando para Sakura.
- Que seja do seu jeito então. - respirou fundo.
- Não há "meu jeito", Sasuke. - deu de ombros, olhando para o gravador e depois para o céu - Há apenas uma conversa. Já lhe falei que me sinto muito só aqui.
- Sobre o que quer conversar hoje? - colocou o gravador no colo e a encarou.
- Hun... - ela voltou os olhos para ele e inclinou a cabeça para o lado, pensando. Se passaram alguns segundos até que ela voltasse a falar - Sei lá... diga-me você... Mas sem ser esses assassinatos chatos. - rebateu quando ele abriu a boca.
Sasuke ficou olhando-a tentando pensar melhor. Certo, ele era um psiquiatra, precisava agir como um e deixar o emocional de lado. Passou a língua entre os lábios, suspirando.
- Tudo bem... - murmurou - Conte-me sobre sua vida.
- Minha vida? - franziu o cenho.
- Sim. Eu sei tão pouco sobre você. - deu de ombros - Fale-me sobre sua infância, por exemplo. Como eram seus pais, como foi sua vida, escola...
- Ah. - ela sorriu, meneando a cabeça. Os olhos verdes foram para a frente, pensativos enquanto ela refletia, lembrando. Sasuke percebeu ela olhando para a memória visual e depois para a auditiva - Eu tive uma infância comum, Sabe?
- Continue. Desde quando você lembra. - incentivou. Já que Sakura não se abria sobre o assassinato com facilidade, então ele iria buscar a origem do problema e aos poucos, a traria para a atualidade.
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A Psicopata
RandomDissimulado, impulsivo, inteligente, belo, encantador, manipulador, agradável, acolhedor, espirituoso, sensual e livre de qualquer sentimento. Essas são as características de um psicopata, porém, mesmo conhecendo-as, identificar um psicopata é um tr...