Capítulo 4

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O sol amanheceu forte naquela manhã. Sakura estava se sentindo bastante disposta e até participou da atividade matinal. Uma aeróbica ao ar livre. Os outros pacientes deram um pouco de trabalho e ela se divertia com as complicações que as cuidadoras tinham com cada um deles.

Na opinião dela, era fascinante a forma como a mente podia se alterar de acordo com cada indivíduo. Claro que ela era uma análise a parte. Mas isso nunca a afetou. Muito pelo contrário. Isso a instigava cada vez mais.

No início da tarde, pegou o livro e sentou debaixo da árvore que tinha no jardim. Apesar do sol e do calor, ventava bastante, o que ajudava a diminuir a sensação térmica. Estava bastante feliz, afinal, em breve terminaria o livro que estava lendo.

Era de veras interessante.

Distraída, não percebeu quando o moreno chegou ao jardim. Ele parou e ficou observando a mulher de longe. Daquela forma, Sakura parecia uma mulher formidável, tranquila, exalando até um ar de inocência.

Os cabelos soltos balançavam com o vento. Naquela tarde em especial, ela vestia um vestidinho azul bebê com um corte V curto e detalhes em renda. Nos pés, uma sapatilha nude.

Imaginou o quando aquela sapatilha a havia deixado triste.

Sakura amava saltos e detestava sapatilhas ou qualquer sapato que tivesse menos de cinco centímetros.

Respirou fundo, encostando o ombro em um pilar decorativo da clínica.

Lembrava perfeitamente de quando a conheceu no bar. Ela estava tão distraída... Ao menos foi o que imaginou, afinal, agora sabia que havia sido tudo uma artimanha das mais apuradas da mulher.

A forma como ela sorria, olhava e falava, fazia tudo dentro dele mudar as reações.

Nunca imaginou sentir por qualquer mulher o que sentiu por ela... O que sentia... Mesmo depois de tudo, ainda sentia algo por ela. Seria idiota em negar isso, mas, mesmo assim, também tinha ciência da periculosidade dela, e mais, do quanto ele não significava nada para ela.

Para Sakura, Sasuke não passava de um mero caminho para chegar ao objetivo. Um meio que a levaria para o final desejado.

Não se dependesse dele.

Viu Sakura suspirar e olhar para o céu. Parecia refletir, percebeu. Ela deu um pequeno sorriso e mordiscou o lábio inferior, tornando a olhar para o livro.

Não, ninguém podia julgá-lo por ter se apaixonado por Sakura. A Haruno era simplesmente linda, interessante, inteligente e uma ótima amante.

O que fez Sasuke se apaixonar por Sakura foram os olhos curiosos, o sorriso sempre "solto" e a inteligência dela. Achava absurdamente atraente a forma como ela era inteligente.

Céus... aquela mulher era um perigo para si.

Trocou o peso a perna, vendo-a levar uma mecha dos cabelos róseos para trás da orelha e depois passar a página do livro. Estava realmente presa na leitura. O que era bom, assim, ele poderia analisá-la melhor.

Buscou na Haruno, qualquer indício de uma psicopata, de uma assassina, de uma pessoa sem coração. Porém, daquela forma, ela parecia tão inocente quanto uma mulher na idade dela poderia ser.

Sakura sabia se ocultar e manipular. Era especialista nisso. O havia enganado com tanta facilidade que ele se recriminou por dentro. Tinha baixado a guarda com ela. Sempre foi o tipo de homem que mantém a guarda alta perto de qualquer pessoa, principalmente das mulheres.

Quem poderia julgá-lo, afinal? Era um psiquiatra forense e sabia melhor que qualquer um que um psicopata homem era perigoso, mas uma psicopata mulher, era fatal.

A PsicopataOnde histórias criam vida. Descubra agora