Capítulo 1

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Weaver, Nevada 1870


O verdadeiro amor é algo belo e raro de acontecer, principalmente quando esse amor vem desde a infância e se mostra genuíno a cada ano que passa. Muitos casais não têm essa sorte, encontrar o amor de suas vidas quando ainda são crianças, mas, Theodora teve esse privilégio ao conhecer Edwin ao logo de sua vida.Edwin, com o passar dos anos, se tornou o típico garoto elegante e de coração pleno e gentil que qualquer moça se apaixonaria e a sortuda que ganhou esse coração, fora a mesma que tomou-lhe o seu, Theodora Wingfield. A moça era naturalmente encantadora, apesar de viverem em tempos onde a mulher não se opunha ao marido, a jovem expressava suas opiniões e mantinha uma certa teimosia nas coisas ela discordava profundamente, diferentemente de seu amado.O mais velho do casal era tranquilo até demais, seu jeito puro e ingênuo não conseguia captar as coisas amargas e ruins a sua volta. O que era de fato um grande problema, seu verdadeiro eu era de confiar demais nas pessoas e essa confiança em excesso teve um final não tão feliz assim, para o casal que fora crescendo juntos desde crianças.


Que o casal se amava desde criança não era mistério para ninguém! O que era de fato um mistério todos que estavam perto próximos do casal, essas pessoas nem faziam a menor ideia de que em breve aquele ano, de 1870 seria o último ano em que os moradores de Weaver estariam convivendo com aquele casal de coração bondoso. Com tanto tempo em que se conheciam, o mais belo recente jovem de apenas vinte e dois anos, decidiu há poucas semanas que hoje 14 de maio, seria o momento perfeito para pedir a sua mão de sua amada em casamento. Até então, tudo parecia sair perfeitamente conforme o planejado, as famílias dando todo apoio e a Christine, a melhor amiga da Theo ainda nem sequer havia comentado nada sobre o pedido de casamento, apesar de não conseguir se conter com segredos, ela era uma boa moça de fato.A jovem Wingfield apesar ter olhos apenas para um único garoto em especial, não impediu que um certo rapaz desenvolvesse um afeto muito grande por ela e esse afeto, passou a se tornar um amor obsessivo, vindo apenas por parte dele. Esse rapaz passou a se tornar um tanto neurótico com ela, ele jamais a agrediu, mas, não queria deixar nem por um segundo e ela, tentava o evitar ao máximo e isso era quase que impossível já que se tratava de Nikolai Armstrong, irmão mais velho de Edwin Armstrong.Nikolai pensava que a Theodora um dia ainda se apaixonaria por ele, deixando seu irmão que fora o culpado de tudo isso mas. Se Edwin não existisse, ela com certeza não se apaixonaria por ele e motivo era bem simples, sua arrogância, prepotência e superioridade com as pessoas, a sua volta, o que ele tinha de orgulho e ira, Edwin tinha de paciência e humildade.
Nikolai era esperto e astuto e apesar do Edwin nem tê-lo comunicado sobre o seu noivado com ela, Niko sabia, pois na casa em que viviam, ele tinha seus informantes de tudo o que acontecia com o Edwin, afinal com esses informantes ele sabia exatamente quando seu irmão ficaria longe da Theodora e esses eram os momentos o quais ele tentava se aproximar da garota. Conhecendo o irmão, Nikolai podia julgar que hoje fora o dia escolhido por ele para pedir a mão da Theodora, o dia estava apenas começando quando Edwin saiu de casa. Colin, um homem de estatura mediana, olhos grandes, nariz deformado e os cabelos negros feitos ébano, estando na altura dos ombros, que eram largos e curvados fora entrando na casa dos Armstrong, o homem barbudo não era bem recebido ali, apenas pelo próprio Nikolai.Colin Olger, veio de uma familia rica, uma das fundadoras da cidade e ao passar do tempo, seus últimos parentescos deram por fim nesse dinheiro pertencente aos Olger e hoje, Colin trabalhava para no Nikolai ocasionalmente, cumprindo serviços como no dia do pequeno acidente que sua mãe sofreu, acidente este que estava reservado para seu irmão, apenas para assustar e jamais tirar sua vida.— Espero que tenha feito tudo o que eu o mandei fazer. — Disse uma voz grossa e firme vinda de um corredor, quando Colin que escondia um pequeno castiçal de prata em suas vestes cor de caqui, ergueu sua cabeça e com um sorriso cínico nos lábios respondeu o homem elegante com uma excelente postura, seus cabelos escuros arrumados perfeitamente para trás e seus olhos verdes fixos na sala, como se estivesse procurando por algo que não pudesse identificar. — Sim, meu senhor e tudo está perfeitamente como o senhor desejou e trouxe comigo aquilo. — Ele faz um pequeno gesto com uma de suas mãos, já que a outra estava segurando o castiçal.O homem garboso se aproximava em passos lentos e firmes até o Colin. — Então, não sei o que faz aqui, roubando os castiçais da minha familia quando lhe disse que terá seu pagamento assim acabar com tudo de uma única vez. — O jovem erguia sua cabeça como se o que planejava fosse motivo de sentir-se orgulhoso, ele simplesmente pensava que deveria retirar as pessoas de seu caminho caso não pudesse lidar com elas, um ato de tamanha covardia.

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