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Justin Drew Bieber, França, 1855

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Justin Drew Bieber, França, 1855.



Os raios solares aqueceram o meu rosto em questão de segundos, obrigando-me a pressionar mais ainda os meus olhos ao sentir uma pontada de dor em meu abdômen, lembrando-me do acontecimento da noite passada, e sem demora tomei coragem para os abrir, podendo observar nada mais do que o rosto angelical da princesa quase grudado ao meu, fazendo com que eu rolasse os meus olhos por os seus lábios carnudos e perfeitamente delineados e assim por os seus cílios longos, sentindo-me bem com a nossa proximidade, mas ao mesmo tempo um tanto hesitante sobre gostar daquela situação. 

Sua mão descansava em meu peito desnudo, pressionando os seus dedos como se estivesse com medo de que eu pudesse sair de seus braços, e a sua respiração lenta e tranquila batia contra a minha boca, hora ou outra um pequeno ronco poderia ser soado, fazendo-me prender o riso ao passar os meus braços pela sua cintura, a aconchegando mais ainda em meu colo. O cheiro marcante de lavanda parecia empestear o abrigo, juntamente ás partículas de poeira que voavam entre os feixes de luz que entraram sem permissão. 

Dedilhei os meus dedos em sua bochecha corada e retirei uma mecha loira que caía sobre o seu rosto, podendo observar mais ainda o rosto da mulher em cima de mim, lembrando-me perfeitamente dos seus traços de quando éramos apenas duas crianças, e percebendo que ela carregava consigo o mesmo rosto angelical como antes, o que me fez sorrir, mais uma vez. Era-me estranha a sensação de deitar-me com uma mulher sem outras intenções, bom, talvez eu considerasse algumas intenções em minha cabeça, mas preferia ignorar já que nem ao menos a conhecia como antes. 

Quero dizer, a última vez em que deitei-me com uma mulher e apenas a admirei dormir as coisas seguiram para um caminho completamente conturbado, e poderia dizer que estava surpreso comigo mesmo em querer continuar naquela posição, apenas a olhando dormir, implorando para que se passassem horas e ela não acordasse para que eu aproveitasse mais ainda o momento, mas era diferente. 

Diferente porque, além dela estar me aquecendo mais do que o suficiente, já que eu conseguia sentir o meu corpo começar a suar, Hailey também aquecia não só o meu corpo, como o meu coração, e eu odiava admitir isso depois de tantos anos esperando pela sua volta sem sucesso algum. Por mais que ambos tivéssemos sido infantis no passado, isso fazia-me lembrar os momentos em que ela aparecia no meu quarto no meio da madrugada com os olhos cheios de lágrimas queixando-se do seu medo dos travões, e é claro, eu a acolhia em minha cama e ficávamos conversando para a distrair até o amanhecer, ou até que ela conseguisse dormir.

E agora ela era uma mulher crescida e madura, a típica mulher que ninguém poderia contrariar ou ela conseguiria matar alguém apenas com um olhar, e por um lado, eu estava gostando disso, mas sabia que uma parte de Hailey sempre seria indefesa e intocável. Não era como se fôssemos completos estranhos, mas se passaram dez anos e eu não sabia o que havia acontecido nesse período em sua vida, assim como ela nem sequer imaginava o que eu havia passado, e isso era o que fazia com que eu quisesse me distanciar, sempre atento á qualquer ataque á minha pessoa, mas eu não poderia fazer nada para mudar isso, eram apenas as cicatrizes da vida me adaptando para me tornar um bom rei para a nação francesa.

Swap It Out  |  Justin BieberOnde histórias criam vida. Descubra agora