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Hailey Rhode Baldwin, França, 1855

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Hailey Rhode Baldwin, França, 1855.



 O palácio de Versalhes parecia mais impiedoso do que nunca fora antes com a chegada das frentes frias que vinham da Inglaterra, fazendo com que o ar gelado entrasse pelas minhas narinas as machucando de forma brutal, obrigando-me á querer passar o dia inteiro deitada em meus aposentos, mas infelizmente seria um desrespeito como convidada oficial da corte francesa. Dois longos dias passaram-se desde que deixamos o abrigo depois da noite tempestuosa e temerosa, e tudo parecia se encaixar em seu devido lugar rapidamente, já que as ordens do rei Jeremy haviam sido claras para todos no palácio. A forma como ele agia friamente em relação á tudo fazia-me pensar no quanto não parecia ter ocorrido absolutamente nada nos últimos dias, como se o ataque e as diversas mortes tivessem sido esquecidas rapidamente, e não seria eu quem iria lembrá-los sobre o que aconteceu, então apenas continuaria agindo como eles, fingindo que nada nos aconteceu, e muito menos que nos atingiu. 

Fomos todos informados que teríamos um banquete de almoço especial para saldarmos todos os novos convidados que haviam desembarcado no palácio francês, e os preparativos estavam me deixando enjoada ao extremo, observando as minhas damas de companhia correrem de um lado para o outro com vestidos de ocasiões especiais e jóias extravagantes, quando tudo o que eu queria era poder trancar-me o dia inteiro no meu quarto, afundando-me em meus próprios pensamentos. Afinal, haviam sentimentos novos e ao mesmo tempo antigos inundando-me por inteiro, e ainda era algo novo pensar que a minha relação com o Delfim estava melhorando de um dia para o outro. 

Era difícil o perdoar em meu coração, confesso, mas suas palavras foram tão sinceras que pareciam lamber as minhas orelhas como poesia, era como se as minhas pernas enfraquecessem para que ele pudesse me carregar, e eu acabava por não me importar, toda vez que estávamos juntos o mundo afora parecia desaparecer, e isso de certa forma era a única coisa que poderia me aquecer no lugar mais frio da França. Queria ter forças para escrever para mamãe para contar que estávamos nos resolvendo aos poucos, mas tinha consciência de que ela estaria ocupada demais com as relações internacionais para lidar com as relações de sua filha, então a ideia caiu em meu conceito em apenas segundos. 

— Vossa Alteza, qual cor mais lhe agrada?  — Elis perguntou distanciando-me dos meus pensamentos ao erguer três vestidos completamente desajeitada em suas pequenas mãos, fazendo-me cerrar os olhos ao fitar as cores dos tecidos, azul, vermelho e amarelo, respectivamente, interessando-me mais pelo tom de azul marfim, pensando no quanto realçaria a cor dos meus cabelos e da minha pele. 

— O azul.  — respondi. 

As damas apressaram-se para procurar jóias que combinassem com o vestido na medida em que eu deslizava o pincel pelas minhas bochechas, as deixando mais rosadas do que o normal, da forma que eu mais gostava de ser admirada por outros olhos, obrigando-me automaticamente á voltar a mergulhar em meus próprios pensamentos enquanto fitava a minha imagem refletida no espelho da penteadeira á minha frente. 

Swap It Out  |  Justin BieberOnde histórias criam vida. Descubra agora