12. Máscaras

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Max Tennyson caminhava pela pista de decolagem em direção à nave encanadora. Faltando poucos metros, viu o Mecânico-chefe Dankker descer pela rampa de embarque da espaçonave, com um lenço, secando o suor da testa.

― Magistrado Tennyson! ― O mecânico procurou um bolso para guardar o seu lenço, ao perceber que todos estavam ocupados com alguma ferramenta ou lanche para mais tarde, desistiu e resolveu continuar com o pano em mãos. ― Está tudo pronto para a viagem: tanque abastecido, sistema de hiperespaço revisado e água nos limpadores de para-brisa. É só ligar e partir!

― Muito obrigado, Dankker! ― Max disse sorrindo ― Peço desculpas por ter que ajeitar tudo tão em cima da hora...

― Que isso, Magistrado, é o meu trabalho!

― De qualquer forma, obrigado, fico lhe devendo uma.

Max subiu a rampa de embarque carregando consigo apenas uma mala de mão. Quando estava prestes a fechar a porta de embarque, o mecânico-chefe chamou sua atenção e disse:

― Vai dar tudo certo, Max, não se preocupe. Cuidaremos dele.

Sem sorrir, Vô Max acenou uma afirmativa com a cabeça e encarou o chão da nave enquanto a porta de embarque se fechava.

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A espaçonave havia acabado de sair da atmosfera da Terra e seguia pela infinitude sombria do espaço.

Max, vestido com o traje espacial dos encanadores, verificava as condições e dados exibidos nos painéis da nave. Vez ou outra, um determinado ponto do trajeto precisava ser corrigido, mas tirando isso, a espaçonave viajava tranquila, com tudo operando nos conformes.

Ele ativou o piloto automático da nave e preparou o carregamento do hiperespaço. Mesmo com velocidade superior à da luz, a viagem duraria alguns dias. Levantou-se da cadeira do piloto e seguiu caminhando pelos corredores da espaçonave. Tratava-se de uma nave de tamanho pequeno, com suporte para cerca de cinco tripulantes; mas, no momento, apenas Max ocupava as mediações do local.

Só.

Apenas ele e seus pensamentos.

Seus malditos pensamentos...

◇───────◇───────◇

Max sentia dor. Uma dor pulsante se espalhava pela parte posterior da cabeça. Escuridão. Aos poucos, conseguiu abrir uma fresta entre as pálpebras. Dor. Seu corpo caído sentado no chão do armazém. A cabeça latejava.

Um caixote chocou-se na parede ao seu lado. O que foi isso! Os olhos alertas tentavam compreender as imagens borradas que lutavam para ser formar em sua visão. Mais dor.

Max sentiu como se uma onda de choque empurrasse seu corpo contra a parede. Um feixe elétrico amarelo atingiu o chão ao seu lado. A visão começava a adquirir o mínimo de definição. Algo laranja... Uma fuga de ideias acometeu sua mente. Por alguns instantes não era capaz de dizer quem era ou onde estava. Novamente outra onda de choque lhe pressionava.

Não consigo respirar.

De alguma forma seu cérebro não era mais capaz de transmitir impulsos nervosos e seu diafragma ficou paralisado. Sufocava. De mesma maneira súbita, a respiração voltou. A imagem à sua frente começava a adquirir significado...

Ben...

Max tenta com dificuldade se levantar. Com a mão apoiada no chão, tentava vencer a gravidade que nesse instante se assemelhava à de Júpiter. Ele procurava ao mesmo tempo ficar em pé e se manter fixo no chão para não ser levado pelo turbilhão de objetos que voavam pelo ambiente.

Omnitranil (Ben 10 - Alien Force)Onde histórias criam vida. Descubra agora