Isabela Souza
Êxtase: estado de quem se encontra como que transportado para fora de si e do mundo sensível, por efeito de exaltação mística ou de sentimentos muito intensos de alegria, prazer, admiração, temor reverente, entre outras coisas.
Meu corpo inteiro parecia flutuar. O mundo ao redor desapareceu para mim. A sensação, o toque, a proximidade. Êxtase era exatamente o mais próximo que poderia definir o que estava sentindo.
As mãos de Julio apertavam cada vez mais minha cintura, e eu sabia que nosso beijo ficava mais intenso a cada segundo. O ar já se fazia mais do que necessário, e embora ambos não quisessem, tivemos que nos separar.
Com os olhos ainda fechados, nossas testas grudadas e respiração completamente descompassada, eu soube que aquele momento havia sido muito mais perfeito do que jamais imaginei.
Não foi fácil para mim superar o sentimento que nasceu em meu coração e ser obrigada a abafalo depois de finalmente deixa-lo sair anos atrás.
Não menti quando disse que nunca menti para mim mesma sobre o que sentia. Eu admiti para mim mesma que o que havia entre mim e Julio a 5 anos atrás era muito mais do que uma amizade. Eu o amava de uma forma que não sabia explicar, e a sensação que tomou meu corpo naquela dança somente me confirmou que eu precisava dele, precisava do seu toque, do seu beijo.
Estar finalmente em seus braços me trouxe aquela sensação novamente, eu não poderia estar em outro lugar.
-Isa..
-hm? - murmurei ainda com os olhos fechados.
-me desculpa - pelo o que ele estaria se desculpando exatamente?
-o que? - abri os olhos, o encontrando com a expressão um pouco triste mas ao mesmo tempo ele estava ofegante e quem sabe até ansioso.
-me desculpa por ter ido embora, me desculpa por não ter me despedido. Nós eramos melhores amigos e eu fui um babaca com você.
Prendi os lábios entre os dentes buscando uma reposta para dar.
-eu não guardo magoa de você Julio, eu não seria capaz disso. Fiquei triste sim mas... não poderia guardar.
Os instantes de silêncio que se instalaram foram como horas para mim. Via os olhos de Julio me analisarem como se buscasse os sinais de que o que eu havia dito havia realmente sido verdade.
-quando perguntei sobre mentir para si mesmo sobre o que sentia, era mais uma forma de admitir meu próprio medo de anos atrás. - soltei um suspiro quando ele voltou a colar nossas testas - e de demonstrar meu arrependimento.
-eu...
-não diga ainda, eu preciso te mostrar uma coisa antes.
-o que? - o olhei curiosa.
-na nossa cabana, uma surpresa.
...
Caminhavamos pela neve pelo caminho de pelo menos meia hora de volta ao local onde ficavam as cabanas. Passamos em uma lanchoente comprando uma pizza para comermos. Vi Julio abrir a caixa por um momento e quanto me aproximei para ver o que fazia, ele simplesmente se esquivou dando risada.
Voltamos a caminhar de volta a cabana. Não iriamos trazer o carro pois a chave havia ficado com nossos amigos, e caminhar com Julio debaixo daquele céu estrelado era simplesmente maravilhoso.
Julio abriu a porta da cabana e nós entramos, tirando os casacos. Ele colocou a caixa de pizza em cima da bancada da cozinha, e quando eu a abri, meu coração pareceu errar uma batida.
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Perfect - Isulio
RomanceIsabela Souza e Julio Peña eram melhores amigos, aqueles melhores amigos que vão juntos ao baile da escola e passam a madrugada maratonando séries. Em uma viagem pré-formatura, um sentimento eles nem sequer sabiam que existia faz com que coisas acon...