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CALEB

Soquei mais duas vezes o saco de areia na minha frente e me afastei o empurrando para longe enquanto minhas mãos descansavam ao lado do corpo, a imensa parede de vidro com vista para cidade me mostrava que o dia estava clareando e que mais uma noite eu passava em claro. Dessa vez não era a raiva da morte de Sunny, mas sim o seu retorno sem sentido e sua frieza ao me olhar quando entrou naquela sala de reuniões como se eu não existisse.

Gemi ao sentir o meu pulso recém-curado protestar por conta da agressividade usada ao golpear, afastei-me caminhando em direção à imensa janela, aos poucos os prédios desligavam a sua iluminação artificial para deixar o sol fazer a sua parte, encarei o meu reflexo no vidro, a respiração aos poucos retornando ao normal, meu peito subia e descia enquanto a minha mente martelava a respeito da minha idiotice de achar que Sunny Maddox um dia me veria com outros olhos.

— Você perfurará o vidro com esse seu olhar.

Aquela voz entrou por minha espinha deixando meus músculos todos rígidos. Não era normal que o corpo reagisse tanto assim a Sunny enquanto ela não sentia nada por mim. Ouvi o som de passos junto com as muletas chocando-se ao chão enquanto ela se aproximava. Sunny parou ao meu lado, mas não desviei os olhos do vidro à minha frente. O cheiro do seu perfume invadiu meu espaço e apertei as mãos em punho no interior das luvas.

— Como você entrou aqui? — Evitei encará-la, mesmo quando podia sentir seus olhos me fulminando.

— Cheguei à portaria, pedi para subir, sua irmã atendeu e me deu permissão, quando cheguei à porta, ela parecia ter visto um fantasma, logo depois o olhar dela foi de ódio.

— Assim como eu, ela também acreditava que você estava morta.

— Sim, imaginei que a surpresa se dava por isso só não entendi o ódio.

— Ela sabe tudo o que passei nessas últimas semanas tentando caçar o seu irmão e vingar uma morte que nunca existiu.

Sunny suspirou ao meu lado e quase perdi a batalha a encarando, mas me mantive firme. Ela precisava entender que seus atos possuíam consequências e suas escolhas tinham o poder de deixar uma pessoa louca. Apertei ainda mais as mãos em punho quando senti a palma da sua mão descansando sobre meu abdômen suado. Sunny se aproximou encostando a testa no meu ombro e suspirou, a quentura da sua respiração batendo em minha carne me arrepiou.

— Me perdoe. — Sua voz rouca saiu em um sussurro.

Foram duas palavras que me atingiram como se fosse um soco, quase me desarmando por completo, respirei fundo e virei meu rosto milimetricamente para contemplá-la e meu coração se apertou ao ver que Sunny chorava. Lágrimas caíam de seus olhos manchando aquele rosto perfeito.

— Sunny. — Minha voz estava grossa, era um misto de desejo com raiva que não sabia explicar.

— Sinto muito por mentir, mas eu não podia correr o risco de que algo acontecesse com você. — Ela estava de olhos fechados se apoiando como podia com as duas muletas, uma debaixo de cada axila. — Não me culpe por pensar em você, por querer o seu bem.

SUNNY - Série Homens da Máfia - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora