Capítulo dois

1.1K 102 18
                                    


Ana


Passei meus dias ouvindo as músicas da banda 330 Hertz e volta e meia pesquisando sobre eles na internet. Antes desconhecidos do público a nível nacional, passaram a fazer shows em turnê por todo o país e já contabilizavam seus primeiros milhões de seguidores nas redes sociais, incluindo eu, e estampavam capas de revistas e manchetes de jornais.

Os quatro integrantes da banda eram jovens, bonitos e tatuados, mas quem andava mesmo atormentando meu imaginário, e o de muitas mulheres país a fora, era o vocalista Marcus. Ele me lembrava o ator americano Zac Efron, só que mais alto. O rapaz tinha vinte e cinco anos, alto, musculoso na medida certa, com braços fortes e com algumas tatuagens, pele clara, rosto quadrado, másculo e bonito, com um quê de menino. Seus olhos azuis ficavam muito sedutores quando ele estava cantando, e a voz rouca estonteante era o que mais me atraía e enlouquecia.

Descobri, com a ajuda do Google e por intermédio de uma amiga da Amanda que morava em São Paulo e era conhecida de Fabiana, namorada do cantor, que o relacionamento andava abalado pela rotina dos shows e assédio das fãs

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Descobri, com a ajuda do Google e por intermédio de uma amiga da Amanda que morava em São Paulo e era conhecida de Fabiana, namorada do cantor, que o relacionamento andava abalado pela rotina dos shows e assédio das fãs. Saber aquilo me deixou com uma pontinha de esperança, já que tinha desenvolvido uma espécie de estranha obsessão pelo cara. Só podia mesmo estar ficando doida!

Naquele dia, cheguei tarde em casa, cansada. Ao entrar, o telefone tocava, me apressei para atendê-lo, deixando a pasta que carregava sobre o sofá.

— Alô? — atendi, tirando os sapatos.

Oi, Ana! Como vai, amiga? Tenho uma novidade bombástica pra te contar!

— Oi Amanda! Estou bem, e você? — Sorri por conta do jeito engraçado dela, sempre o mesmo quando estava prestes a contar alguma fofoca em "primeira mão".

Aquela minha amiga de São Paulo, a que conhece a Fabiana, namorada do "seu cantorzinho querido", me garantiu que o namoro terminou.

— Jura? — Fiquei espantada e ao mesmo tempo excitada com a notícia. Pelo que fiquei sabendo, o namoro era antigo e mesmo com os boatos de que estava prestes a acabar, não esperava que fosse mesmo acontecer.

Juro! É certeza, pode acreditar. Agora o gatinho está solteiro no pedaço. Se bem que não sei se adianta alguma coisa, já que a probabilidade de acontecer algo entre vocês talvez seja mais remota do que a de alguém ganhar na loteria. Desculpe a sinceridade — falou e começou a rir.

Revirei os olhos ao ouvir.

— Ah, amiga, deixa de ser desmancha prazeres. Posso pelo menos sonhar, ou não? O que tem demais nisso? Existem amores que acontecem mesmo contra todas as probabilidades, não concorda? — respondi divertida, enquanto pegava um copo de água.

Agora falando sério, o que conta de novidades?

— Pra falar a verdade não tenho nenhuma. Nadinha. Tudo do mesmo jeito de sempre. — Sentei no sofá, ainda com o copo de água na mão.

Espero que logo isso mude! Mas enfim, só liguei pra saber como estava e te contar a notícia. Ainda tenho umas coisas para fazer antes de dormir. Depois a gente se fala.

Despedimo-nos e após desligar o telefone, deitei no sofá para descansar um pouco. Enquanto mudava os canais da TV, fiquei pensando na vida. Mesmo que soasse horrível ficar feliz com a tristeza de alguém, a notícia do término do namoro de Marcus me deixou alegre.

O que está acontecendo comigo, meu Deus?



Até terça-feira, pessoal! Não esqueçam de deixar seus comentários. 

Beijos e bom final de semana!

Renata.

Contra todas as probabilidades (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora