II. 💘

550 28 14
                                    

No fim do turno fui até a casa da minha mãe, sempre ia tomar chá com ela às 17h. Quando cheguei a mesma estava arrumada, provavelmente vai sair.

— Tá saindo?

A cumprimentei curiosa.

— Lembra da Kiara? Filha da Wanda?

O nome é familiar.

— Estou indo visitá-la, vamos comigo?

Querer mesmo, eu não queria.

— A que eu brincava quando criança?

— Sim! Ela estava nos Estados Unidos e agora voltou para Londres, o marido tá por aí também, ele passou uns anos fora, é jogador.

Nem estava afim de saber, mas está dando uma pontinha de curiosidade.

— Ela tá casada? E um casamento a distância ainda? A coitada deve levar tanto chifre meu Deus...

— Credo, Becca! Tá doida?

— Mãe, eles passam anos sem se ver e não vai ter traição? Porra nenhuma, até parece que não conhece homem.

Minha mãe não gostava de falar sobre isso, mas é a realidade.

— Mas vamos lá, deu saudade da Kiara.

Me rendi ao convite e fomos com o meu carro mesmo até a casa da garota, que era bem grande, muito maior que a minha.

— Kiara! Como está linda! Saudades da minha menininha!

Ai como minha mãe é exagerada.

— Lembra da Becca?

Sorri gentil e logo avistei Lilian, havia esquecido que as duas são primas.

— Rebecca! Como você mudou, não é mais aquela... De anos atrás.

Eu senti um tom ofensivo nessa frase?

— Ah! Meu marido está chegando, quero que conheçam ele... Vem, amor.

A voz que respondeu de longe me pareceu muito familiar.

— Esse é o Christian Pulisic, jogador do Chelsea, e meu marido!

Meu Deus do céu, eu estou pálida, tenho certeza, a minha pressão tá abaixando.

— Becca! Você está bem? Parece que viu um fantasma!

A feição de Christian era de tão assustado quanto eu.

— Na verdade, foi bem pior.

Respondi depois de tomar água com açúcar que o dito cujo preparou.

O filho da puta é casado, não me contou nada, e eu dormi com ele. Que espécie de pessoa eu sou?

— Mãe, eu não tô me sentindo muito bem, vou ir pra casa, a senhora pega um Uber pra ir embora.

Falei levantando do sofá, mas ainda estava duramente assustada. Olhei de canto para Christian que tinha uma expressão cabisbaixa.

— Mas você está bem pra ir embora sozinha?

— Não tá. Relaxa, tia, eu levo ela. Vai ficar tudo bem.

Liana entendeu mais ou menos o que estava se passando, e me levou até o carro.

— Se eu te contar, promete que não vai me odiar?

Se Liana veio até aqui, era para saber a verdade, mas confesso, estava muito insegura.

Oɴʟʏ Yᴏᴜ || Cʜʀɪsᴛɪᴀɴ Pᴜʟɪsɪᴄ ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora