— Um filho, Kiara... Isso não pode ser possível. A última vez que ficamos foi em janeiro, como você tá grávida de quatro meses? — Totalmente sem chances.
— Não acredito que estava tão bêbado que não se lembrou... Deixa eu te recordar... Você provavelmente brigou com a Becca nesse dia. — Aquele maldito dia.
FLASHBACK ON
— Não tem necessidade de ciúmes, Christian! Brandon é parte do meu passado. — Eu sabia que era exagero, mas quando o vi saindo da casa dela, meu sangue ferveu.
— Eu sei... Eu sei... Mas, Becca...
— Sem mas! Cansei já! Vai pra casa, conversamos amanhã.
Suspirei derrotado e saí como ela pediu.
Em um ato infantil e birrento, fui a um PUB e só sai de lá quando senti que não aguentava mais nada alcoólico.
FLASHBACK OF
— Eu só me lembro de você me colocando na cama... — E foi a minha última lembrança daquela noite.
— E aconteceu exatamente o que você está pensando. — Simplesmente não fazia sentido. Não podia ser real.
Fiquei por dias evitando falar com meus pais, a ficha de ter um filho ainda não tinha caído.
Cheguei de um jogo completamente difícil e esse assunto simplesmente não saía da minha mente.
E pra piorar, não tinha mais a Rebecca. Cada dia fica pior sem ela.
— Christian, se você tem tantas dúvidas, pede um exame de DNA. — Meu pai sugeriu após perceber a minha aflição.
— Pai, teve uma noite que cheguei bêbado, eu não me lembro de absolutamente nada, mas ela me garante que transamos naquele dia.
— Então vamos fazer o exame.
— Ela não vai querer, vai dizer que está ofendida. — Bem típico de Kiara.
— Se ela tem certeza do que diz, não precisa temer a uma prova.
E ele está certo. Só assim pra tirar essa dúvida.
Se passaram algumas semanas desde que Christian e eu terminamos. Se dissesse que está sendo fácil, estaria mentindo, estou sofrendo, mas sei bem esconder.
Quando organizei as crianças em fila no Stamford Brigde e meus olhos cruzaram com os dele, meu coração palpitou de uma forma inexplicável.
Por mim, o beijaria ali mesmo, dizendo que estou pouco me fodendo pelos acontecimentos.
Mas é meu orgulho em pauta, vai além da minha vontade.
— Deveria ser crime duas pessoas que se amam ficarem tanto tempo separadas assim. — Lilian me desperta dos meus pensamentos.
— Pior que isso é passar por cima do meu ego ferido. — Era uma batalha entre a razão e a emoção. E eu escolhi um lado.
— Eu ainda tenho esperanças que você vai seguir o que sua mãe disse. Seu coração. Eu sei que seguindo ele, é com o jogador que vai ficar.
Era o que eu queira, mas uma parte de mim impede.
O jogo foi fácil para o Chelsea.
Me acomodei na arquibancada, e estava totalmente desinteressada até Christian marcar um gol e apontar na minha direção.
Fingi não ser pra mim e simplesmente ignorei.
Antes de sair, pensei várias vezes em ficar e esperar como da primeira vez. Mas desisti prontamente e logo fui embora.
Fiz as pazes com a minha mãe já faz alguns dias e dirigi até a casa dela.
Enquanto tomava chá, meu celular apitou o som de mensagem.
"Pais do Christian aqui em casa, você deveria vir aqui acompanhar a fofoca." – Lilian.
— Mãe, você acha que eu estou certa? — Olhei fixamente para as palavras que recebi e perguntei distante.
— Em relação ao Christian? Concordo com seu pai, está sendo covarde. — Pra minha mãe concordar com o meu pai, é porque o negócio é sério. — Você mais do que ninguém sabe que eu era contra, mas até entender que se apaixonou de verdade. Consegui entender que a sua felicidade é ele, sabe? — Ainda não estava acostumada com essa nova versão. — Agora se eu, que sempre fui contra isso consegui entender que a sua felicidade é ele... A sua missão é muito mais fácil que a minha.
Eram tantas dúvidas, incertezas... De repente, só vou ter as respostas, me arriscando.
— Mãe... Eu acho que vou na casa da Lilian. — Não estava certa do que estava prestes a fazer. Mas iria mesmo assim. — Obrigada por mais um conselho, estava certa em todos. — A abracei fortemente e rumei até o carro.
Fiquei imóvel por alguns minutos antes de dar a partida.
Momento de reflexão para saber se era isso mesmo.
Mas se não era mesmo, já foi.
O trânsito estava me deixando totalmente sem paciência, o momento de coragem poderia durar muito pouco.
Cheguei finalmente, estacionei na entrada e fiquei na frente do carro esperando o mesmo sair. Eu não queria saber o que estavam falando lá dentro.
Só queria ele.
Demorou aproximadamente uns 20 minutos e ele enfim passou pela porta. Me olhou confuso e caminhei lentamente até o mesmo.
— Eu declaro desistência! Esse joguinho de te ignorar não deu certo. Pra ficar contigo eu aceito um pirralho me chamando de tia. Não me importo se é filho com a sua ex. — Por incrível que pareça, eu falei com clareza e com a mais pura certeza. — Desde que te conheci, percebi que o caminho mais difícil... É o melhor.
Christian ficou em silêncio por longos segundos e isso me assustou, com medo de ter chegado tarde demais.
Enquanto não recebia resposta, achei que fosse o momento de ir embora.
— Rebecca, eu amo você. — Christian me segurou, impedindo minha saída.
— Você está falando sério? — Agora fiquei um pouco nervosa.
— Nunca falei tão sério em toda a minha vida. — Nossos rostos se aproximaram rapidamente e senti meu coração começar a acelerar. — E você?
— Acho que posso dizer que estou completamente apaixonada por você. — Juntei nossos lábios finalmente.
— E meu pai pediu dna. Talvez você não seja tia.
— E talvez você tenha sido traído também. Que reviravolta fantástica. — Ri alto que ele nem pensou nessa possibilidade.
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Oɴʟʏ Yᴏᴜ || Cʜʀɪsᴛɪᴀɴ Pᴜʟɪsɪᴄ ✔️
FanfictionI'm broken here tonight and darling, no one else can fix me Only you, only you.