Capítulo 14

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ZOE LABONAIR


-Sua irmã é uma louca selvagem-apertei meus olhos com força ao ouvir a voz de Celeste insultando Megan outra vez. Perdi a conta de quantas vezes aquela bruxa havia aberto a boca para reclamar do comportamento da minha irmã desde que havíamos embarcado naquele avião para não sei aonde. -Como teve coragem de atacar Jason daquela forma? Ele deveria tê-la machucado mais.

Abri meus olhos lentamente, soltando uma respiração pesada por minhas narinas infladas e encarei a bruxa mortalmente, irritada e estressada.

"Coloque-a em seu devido lugar, por favor. Não aguento ouvir sua voz fina e estridente, meus ouvidos doem!"

-Abra sua boca para falar mal da minha irmã, e eu a machucarei-prometi com a voz dura e fria.

Celeste pareceu se surpreender com minha ameaça, mas quando percebeu que eu falara sério e que estava perto de explodir, ela recuou, fechou a boca e desviou sua atenção para a janela do avião. Boa bruxinha.
Fiz o mesmo que ela e olhei para minha direita, para o pequeno vidro que me permitia ter um pequeno vislumbre do oceano que estávamos voando.

Fechei meus olhos novamente e encostei minha cabeça no banco do avião, me lembrando da despedida dolorosa de uma hora atrás. As lágrimas nos olhos da minha mãe o medo nos olhos do papai quando me abraçou apertado e sussurrou ao meu ouvido:

Você sempre será minha menina dos olhos brilhantes e sorriso encantador. Não importa com a escuridão ao seu redor que tentar destruí-la, seja a própria luz que irá guiá-la para o caminho correto que deve percorrer, eu confio em você. Nós confiamos em você.

Sorri de lado ao traçar o colar que havia ganhado de minha mão com o polegar, por algum motivo em especial, eu me sentia mais calma em ter aquele objeto em minhas mãos.
Ele era mágico, disso eu sabia. Mas além da magia, ele carregava um valor emocional e simbólico para minha mãe, o colar sempre a lembrou de casa, do lugar que ela pertencia, ele fora seu pilar para se manter firme durante todos os anos de perseguição que ela sofreu.

E agora, toda vez que olhasse para aquele colar, eu me lembrarei da promessa que fizera a minha família.
Eu brilharia em meio a escuridão, eu seria a magia branca em meio a perversa magia negra.
Não permitiria que ela vencesse e alcançasse meu coração, ainda me lembrava da guerra quando minha mãe fora possuída pela magia negra.
Ainda tinha pesadelos com aquela noite, acordava aos gritos ao lembrar da dor que senti e de como quase fomos mortos...por culpa de Kisa e sua ambição.

"Nós somos fortes, Zoe.Nós somos capazes de andar pelo fogo e suas chamas não irá nos queimar, nós seremos capazes de não permitir que nos destruam. Seremos fortes e valentes como Hayley um dia fora para nos salvar."

Ouvi passos ecoando do chão do avião e senti a aproximação de alguém, apenas a sensação gélida que atravessou meu corpo quando ele sentou em minha frente, me fez reconhecê-lo, sem precisar abrir os olhos.

-O que a fez achar que tem algum direito de ameaçar Celeste?

Soltei um resmungo baixo, abrindo minhas pálpebras pesadas. Lucian estava em minha frente e desde a primeira vez que o vi, ele não usava terno, apenas usava uma blusa social preta, da mesma cor de suas calças. Os cabelos castanhos claro, quase loiros, estavam perfeitamente penteados para trás e seus olhos azuis gélidos me encaravam com a mesma indiferença que sempre.
Eu odiava aquela indiferença, aquele distânciamento. A falta de emoção e vida que eu via em Lucian me incomodava, como alguém podia ser tão vazio dessa forma?

-Celeste estava me irritando, estou exausta. Me deixe em paz, por favor-pedi rouca, não acreditando em minhas palavras.

Lucian arqueou as sobrancelhas, provavelmente surpresa com minha súplica tanto quanto eu estava. Tive um dia agitado, conturbado e um tanto pertubador. Estava oficialmente casada com ele, precisava de um tempo para realmente entender o que aquilo significaria dali em diante.

Sangue Puro:Destinada ao Herdeiro ( Livro 4) - FINALIZADOOnde histórias criam vida. Descubra agora