Capítulo 12

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ZOE LABONAIR



Durante todos os anos da minha vida, eu sonhei com esse dia.
Sonhei acordada com o dia que me casaria e diria sim para o amor da minha vida.

Em todas as vezes que imaginei como seria meu casamento, nenhum era como a minha atual realidade.
Unir-me em matrimônio com meu inimigo era tão clichê, que me fazia revirar os olhos e odiar meu destino.

Segurei a barra do meu vestido e caminhei pelo meu quarto vazio em direção a extensa janela de vidro, que me concedia uma privilegiada visão do jardim da minha casa, onde aconteceria a cerimônia. Foi necessário muita discussão e algumas ameaças de minha parte para que Lucian concordasse, eu já aceitará demais suas ordens para não escolher o lugar onde iria me casar e quando quase o fiz virar cinzas, ele aceitou e desapareceu num piscar de olhos, como sempre fazia.

Após a corrida com minha família na noite passada, eu sentia minhas forças renovadas, mas não conseguia evitar o nervosismo e a ansiedade que faziam meu estômago revirar-se dentro de mim ou o suor nas palmas de minhas mãos.
Até minhas mãos estavam trêmulas.

Contornei a pedra em meu pescoço com os dedos delicadamente, traçando cada detalhe do colar, enquanto observava os arranjos de rosas brancas que foram espalhadas por todo o jardim, as cadeiras estavam todas ocupadas, a multidão era grande e a diversidade de odores ali me enjoavam, tinham tantos bruxos que eu não conhecia e sabia que aquilo era obra de Lucian.
Maldito bruxo!

O sol brilhava intensamente no céu azulado, ironicamente eu ouvia até os cantos dos passáros naquela manhã.
Uma bela cena, uma bela cerimônia e um belo teatro. Para muitos naquele jardim, aquela manhã seria realizada a união de duas vidas, duas pessoas que deviam se amar, mas que na verdade, se odiavam.

Um vento gélido percorreu o quarto e eu enrijeci as costas ao reconhecer aquele cheiro. Apenas permaneci observando o jardim, não me dando ao trabalho de me virar para encará-la.

-Olá, Zoe.

-O que você quer?-minha voz soou áspera.

-Apenas gostaria de vê-la.

Soltei uma risada amarga e me virei com os braços cruzados, me encostando na parede e a observando.

-Veio apreciar minha infelicidade?

Maria estava parada no meio de meu quarto, com roupas elegantes e uma expressão calma, o que me fez engolir em seco, reprimindo minha irritação.

-Você está linda-elogiou e eu revirei meus olhos.

-Não me lembro de tê-la convidado para meu casamento.

Marie puxou o ar com força e o soltou pesadamente.

-Não precisa ficar na defensiva, eu não sou uma ameaça, Zoe-não a respondi, apenas continuei a fuzilando com o olhar. -Sabe que tudo que fiz foi para seu próprio bem e das espécies.

-Para meu bem?-ri amarga. -Me poupe!

-Você é nova, um dia entenderá.

-Por que não confessa que tudo foi para benefício próprio?-rosnei-Que é uma cretina interesseira, que não se importa comigo ou minha família.

Maria pareceu perder a paciência e grunhiu entre dentes.

-Se não me importasse com sua família, teria cumprido a ordem que me foi dada.

-E qual foi?

-Eliminar você e sua família.

-O quê?-sussurrei, boquiaberta.

Sangue Puro:Destinada ao Herdeiro ( Livro 4) - FINALIZADOOnde histórias criam vida. Descubra agora